26 de março, de 2018 | 15:59

Deu a lógica

Divulgação
Estão definidos os dois finalistas do Campeonato Mineiro, e a história se repete: Cruzeiro e Atlético, os maiores clubes aqui dos nossos grotões, os dois maiores rivais, vão decidir o título a partir do próximo domingo.
Qualquer desfecho diferente seria zebra, pelo nível do investimento e poderio financeiro da dupla Raposa e Galo, infinitamente superior aos demais participantes, sobretudo em relação aos clubes do interior.

Isto acontece porque há uma discrepância abissal na divisão do dinheiro da TV, referente aos direitos de transmissão: Atlético e Cruzeiro recebem cada um cerca de 10 milhões de reais; o América não chega a R$ 3 milhões; a Federação, que não tem time e nem torcida, abocanha uma grande parcela de tudo o que é arrecadado, como “administradora” do evento. Enquanto isso, os pobres coitados clubes do interior, como meros coadjuvantes, ficam com as sobras, ou seja, algo em torno de R$ 500 mil para cada um.

Pior é que não vejo solução a curto prazo para resolver o problema, pois este quadro só mudaria se os dirigentes dos clubes do interior, submissos à Federação, tivessem mais inteligência, humildade, discernimento, para entender que sem a união de todos jamais vão conseguir negociar valores mais justos, que possibilitem a montagem de equipes competitivas.

Sem tropeços
O Cruzeiro confirmou seu favoritismo na manhã de domingo e derrotou o Tupi no Mineirão, 2 a 1, com uma exibição de gala do Thiago Neves, autor dos dois gols, classificando-se para a final.

A se lamentar na partida foi a nova contusão de Fred, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado do joelho direito e terá de passar por cirurgia, o que vai certamente alijá-lo da atual temporada, com grande prejuízo para ele e o clube.

O Atlético, no dia do seu aniversário de 110 anos, deu um presente à torcida ao derrotar o América por 2 x 0, no Independência, com gols de Fábio Santos e Elias.

Além da boa exibição, uma das melhores este ano, influenciou no resultado a favor do Galo a pilha que a diretoria americana colocou nos seus jogadores, por conta dos erros da arbitragem nos confrontos anteriores. Em campo, o que se viu foi um América perdido e um Atlético superior, dominando as ações e desta vez ganhando sem nenhuma contestação quanto à arbitragem, que veio de Santa Catarina.

A grande final começa domingo, no Independência. O segundo jogo será no Mineirão, com favoritismo do Cruzeiro, por ter um time mais forte e mais arrumado, além de jogar por dois empates, ou uma vitória ou derrota pelo menos placar.

FIM DE PAPO
• É impressionante como há energúmenos frequentando os estádios de futebol neste país. Na partida entre São José x Brasil de Pelotas, semifinal do Campeonato Gaúcho, domingo à noite, um torcedor ofendeu a repórter Kelly Costa, do SporTV, com xingamentos sexistas, e acabou expulso do estádio.

Foi o segundo caso registrado no Rio Grande do Sul só este mês. Antes do clássico Gre-Nal do dia 11, um outro idiota torcedor colorado agrediu com palavras obscenas e discriminatórias a repórter Renata Medeiros, da Rádio Gaúcha, que registrou um boletim de ocorrência. Assim como fez o São José, a diretoria do Inter expulsou o torcedor do estádio.

• Foi a gota d’água para que as nossas colegas que atuam no esporte, cansadas de sofrer com o machismo, abuso e assédio, no estádio ou nas próprias redações, iniciassem a campanha #DeixeElaTrabalhar, para tentar acabar com os constrangimentos. Cerca de 50 jornalistas se organizaram em um grupo de Whatsapp e produziram um vídeo com uma mensagem forte de questionamento, narrado por todas as vítimas e apoiadoras da campanha.

• Hoje tem outro Brasil x Alemanha, desta vez na casa deles, o que mexe com o nosso imaginário por conta daqueles 7 x 1, o maior vexame na história do futebol nacional de todos os tempos. Não há como negar que a seleção, sob o comando de Tite, encontrou seu rumo em campo e hoje tem um time com uma fisionomia mais definida, mesmo sem o craque Neymar.

• Brasil e Alemanha é um encontro que fascina, pois de um lado veremos um time que atende todas as exigências do jogo atual, com jogadores como o cerebral Kroos, a valorização do passe e do entendimento coletivo. E do outro, o Brasil, com a capacidade de improvisação e decisão de um Philippe Coutinho, Willian ou Gabriel Jesus. A fascinação de um Alemanha x Brasil vai além da tola discussão sobre uma revanche de mentirinha.

• “Convocar um jogador que 90% dos brasileiros não conhecem é dar de ombros para quem vai aos estádios, compra camisas e bandeiras. Sinceramente, os torcedores brasileiros deveriam trocar a bandeira por nariz de palhaço. Será que nenhum outro lateral que atue no Brasil poderia ter uma chance? Até para melhorar nossa autoestima? Aí alguém vai me perguntar: “Mas quem, PC”? Qualquer um. Ou o Ismaily é melhor do que todos os que atuam por aqui”? Paulo César Caju, ex-jogador, tricampeão mundial no México, em sua coluna no jornal “O Globo”. (Fecha o pano!)
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