17 de março, de 2018 | 11:14

Mudou de ideia

Debaixo de pesadas críticas pela derrota diante do Figueirense, na última quarta-feira, apesar de ter obtido a classificação para a próxima fase na Copa do Brasil, a bem da verdade nos pênaltis e na bacia das almas, contando com os milagres de “São” Victor, o Atlético fecha as quartas de final do Campeonato Mineiro hoje, às 16h, no Independência, contra a URT de Patos de Minas.

A diretoria resistiu o quanto pôde, alegando contenção de despesas e orçamento reduzido para não fazer contratações de peso, mas recuou diante das pressões da torcida, e agora, finalmente, admitiu a necessidade de buscar reforços de qualidade, para serem titulares em diversas posições carentes na equipe.

Há uma nítida insatisfação da torcida com este início de trabalho do presidente Sérgio Sette Câmara, a começar pela indefinição sobre a contratação de um novo técnico. Então, resta saber se a sinalização da diretoria alvinegra é mesmo verdadeira ou apenas um jogo de cena para desviar o foco e acalmar os ânimos da massa atleticana.

Chance do interior
A coluna foi escrita antes da realização dos três jogos, ontem, que abriram a fase quartas de final do Campeonato Mineiro. Novidade este ano do regulamento, esta fase é temida pelos três “grandes” da capital, pelo fato de ser uma partida só. Nela, a vantagem por ter feito melhor campanha na fase anterior é só do mando de campo, e o empate leva a decisão aos pênaltis, o que aumenta a possibilidade de se registrar alguma zebra.

Vai que Cruzeiro, América ou Atlético estejam em um daqueles dias em que nada dá certo, enquanto para o clube “pequeno” do interior, ao contrário, tudo se ajeita. Embora improvável, por conta da disparidade técnica abissal dos três “grandes” da capital em relação aos demais concorrentes dos nossos grotões, o futebol é useiro e vezeiro em aprontar surpresas.

É o único esporte coletivo onde não se pode brincar com a sorte, pois já diz o ditado espanhol: “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”, que, traduzido, significa: Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem”.

O Cruzeiro entrou em campo ontem, contra o Patrocinense, como o maior favorito não só para vencer e continuar na disputa, mas também para conquistar o título do Campeonato Mineiro deste ano, o que não acontece há três temporadas. É a equipe que mais investiu, tem a melhor comissão técnica e um grupo de jogadores considerado um dos melhores do país.

O time passeou na fase anterior de classificação, obtendo 88% de aproveitamento, sendo 100% com a equipe principal. Marcou 20 gols e sofreu apenas 2, sendo nenhum deles no Mineirão. Se for desclassificado ou perder o título será uma grande surpresa.

A diretoria do Ipatinga até que foi muito paciente com o técnico Eugênio Souza, demitido após a segunda derrota em casa neste Modulo II do Campeonato Mineiro, desta vez para o América de Teófilo Otoni, por 2 x 0. Por uma série de motivos conhecidos e desconhecidos, o bom trabalho desenvolvido por Eugênio e sua equipe em 2017, quando o Tigre conquistou o título da “Terceirona” e o acesso ao Módulo II, ou “segundona” mineira, não deu liga nesta temporada.

O ex-goleiro Márcio Pereira, que estava dirigindo o Nacional de Muriaé, foi contratado e estreou ontem contra o lanterna da competição, Mamoré de Patos de Minas. Os efeitos da derrota em pleno Ipatingão para o modesto “Dragão”, da simpática “tchó-tchó”, não atingiram apenas a comissão técnica do Tigre.

O atacante Halef Pitbull, que estava emprestado pelo Cruzeiro, o volante Leandro Teixeira e o veterano goleiro Márcio, que chegou com status de “estrela” da companhia, foram também dispensados. Nos bastidores, a boataria continua forte dando conta de que mais quatro jogadores serão dispensados.

Tive a oportunidade de entrevistá-lo algumas vezes e de recebê-lo no Ipatingão, por ocasião de um jogo do Atlético na região. Pessoa simples, educada e muito inteligente, Bebeto de Freitas vai fazer muita falta ao Atlético e ao esporte nacional, assim como Eduardo Maluf, outro dirigente atleticano que também partiu recentemente para o plano espiritual. Que Deus lhe dê um bom lugar e conforte seus familiares. (Fecha o pano!)