02 de março, de 2018 | 08:03

Governo Trump anuncia sobretaxa a aço e alumínio importados

Entre várias opções para frear a entrada de produtos siderúrgicos nos EUA, analistas avaliam que sobretaxa de 25% é a menos pior para o Brasil

Divulgação Usiminas
Brasil está na lista de exportadores de produtos siderúrgicos para os EUABrasil está na lista de exportadores de produtos siderúrgicos para os EUA

O presidente Donald Trump confirmou nesta quinta-feira (1), que vai impor sobretaxa de 25% nas importações de aço e de 10% nas de alumínio, alegando necessidade de proteger a indústria estadunidense “por razão de segurança nacional”, e ter aço para produzir equipamento militar. A tarifa deve atingir exportações de aço brasileiro para os EUA. O assunto ganhou destaque nas agências internacionais nesta sexta-feira.

Conforme as avaliações internacionais, a medida unilateral eleva as tensões no comércio global e poderá levar países exportadores – como o Brasil - a criar uma coalizão para reagir em conjunto. Parece claro que os exportadores, que têm se reunido para debater a situação, não ficarão de braços cruzados. O governo brasileiro ameaçou retaliar a medida, porque causar um rombo de US$ 2,5 bilhões nas exportações do Brasil.

Alguns países poderão partir logo para a retaliação, em vez de esperar o resultado de um longo processo no sistema de disputas da Organização Mundial do Comércio (OMC) - que Washington quer desmantelar cada vez mais.

A ação de Trump visa principalmente a China, que já diminuiu enormemente as suas exportações para os EUA por causa de taxas antidumping. Além da China, os principais exportadores de aço hoje são Canadá, Brasil, Coreia do Sul, México e Turquia.

Mas Washington reclama do excedente chinês, que faz Pequim exportar muito para terceiros mercados e derrubar o preço mundial. Os demais países exportam em seguida produtos siderúrgicos baratos para os EUA.

Mais:
Contagem regressiva para o religamento do alto-forno 1 na Usiminas

Ao receber representantes da siderurgia dos EUA na Casa Branca, Trump anunciou que aplicará sobretaxas "por um longo período". Aparentemente, a briga é feia entre os assessores da Casa Branca sobre o tema, inclusive pelo impacto que pode ter na indústria local, com aumento de preços.

Trump teria escolhido a primeira das três recomendações feitas pelo secretário Wilbur Ross para proteger a siderurgia americana, a tarifa de 25% em importações de aço originárias de todos os países. Esse anúncio de Wilbur foi feita no começo do mês de fevereiro.

As opções eram: taxação de 53% sobre o aço importado de 12 países, incluindo Canadá, Brasil e China, ou imposição de cota (volume limitado para entrar no mercado americano). A tarifa de 25% sobre as importações de aço aos EUA, portanto, é a opção menos ruim para o Brasil.

Diante da imprevisibilidade de Trump, ninguém se arrisca a dizer se a sobretaxa de 25% escolhida prejudicará todos os produtos de aço e todos os países importadores, ou será haverá exceções. O detalhamento da medida ainda não saiu.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Jair Acostumando

02 de março, 2018 | 12:56

“Em Davos Trump disse "EUA apoiam o livre comércio, desde que ele seja justo". Brasil e China são os países mais protecionistas do Mundo. Aqui tudo que é importado recebe impostos, mais impostos e mais mais mais impostos. Tudo com aquela demagogia de querer "PROTEGER A INDÚSTRIA NACIONAL" - Um eufemismo para que os pobres sejam escravos do ESTADO E DOS AMIGOS. Só ver nossas Montadoras - ganham isenções, ganham subsídios, ganham protecionismo e no fim somos escravizados com Uno e Onix POR 50 MIL REAIS.”

Vicente

02 de março, 2018 | 12:16

“Ótimo planejamento econômico dos EUA. Primeiro anunciou reduções de impostos, o que fez as empresas anunciarem investimentos bilionários e agora toma essa medida para proteger o setor em questão, dando ainda mais força para seu mercado interno. O EUA possui mercado interno forte e isso atrai interesses de países "emergentes" para obter mercado para seus produtos, além de os EUA ser detentor de alta tecnologia, coisa que os países emergentes não têm. Não acredito em retaliação por parte de países de "segundo mundo". Dando um exemplo bem didático: O patrão não fica "na mão" do funcionário, e, sim o funcionário "na mão" do patrão, o funcionário sabe que se sair outro irá ocupar o seu lugar. O capitalismo funciona muito bem, quando parte da sociedade brasileira para de eleger socialistas/comunistas, talvez teremos uma economia mais sólida e menos sazonal.”

Envie seu Comentário