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01 de março, de 2018 | 12:56

O palco, e Dois na pista

Montagem teatral fala do amor, um sentimento que independe do sexo

Dois homens se encontram na porta de uma loja. O primeiro, mais velho, já na casa dos 50, traz um paletó nas mãos e procura uma camisa listrada. O segundo é o vendedor, e tem metade de sua idade.

Seria um encontro como milhares de outros que ocorrem todos os dias mundo afora, mas que aqui, acaso ou coincidência, despertou antigas lembranças e fez nascer de uma forma bruta, inesperada, o amor. Um amor temperado por música, muita música.

Divulgação/ACS Lúcia Trevenzoli
Não é preciso levantar bandeiras para falar de amorNão é preciso levantar bandeiras para falar de amor
Dois na Pista é um espetáculo que fala do amor entre dois homens. E faz isso porque é preciso, agora mais do que nunca, falar desse amor. O espetáculo terá uma única apresentação domingo (4), às 20h, no Teatro Zélia Olguin, dentro do Festival de Verão Vale do Aço.

“Buscava um texto que falasse do amor entre iguais. Não é um assunto novo, mas que me toca e que acho sempre atual: falar dos que, de alguma forma, ainda estão à margem da sociedade, do mundo, dos que ainda precisam gritar pelo seu direito de amar.

Falar de amor se tornou um imperativo nos dias de hoje e é ainda mais pertinente com a visível virada conservadora dos últimos anos”, diz o autor Alexandre Toledo, ator e diretor teatral com mais de vinte anos de carreira que faz agora sua primeira incursão na dramaturgia.

Alexandre divide a cena com o ator Alex Zannon. A direção é de Igor Ayres e a luz é de Paulo Maffei. “Dois na Pista” não é um texto panfletário, não é preciso levantar bandeiras para falar de amor. O texto tenta flagrar o dia a dia da convivência, os momentos de conquista, de carinho e ruptura.

A trama fala do amor entre dois homens, mas poderiam ser duas mulheres ou também um homem e uma mulher. Cada casal se identifica com um aspecto da peça. “Mas os que mais se identificam com a montagem certamente são os homoafetivos”, conta Alexandre Toledo.

Diz o diretor: “Já fui procurado após a peça, por pessoas dizendo que se viram espelhadas no que fazemos em cena”. Afinal, o espetáculo não trata a homoafetividade de forma chula ou pela veia cômica, mas com o respeito que o assunto exige. Afinal, o que está em jogo é o amor.

Amar o outro é o que temos de melhor, mas é também o mais difícil. Não se trata de um amor filosófico, platônico, mas de um amor carnal, de desejo e tesão pelo outro. Cultura é pano de fundo. Música é o que recheia e tempera a sedução.

“Dois na pista” é uma história baseada em fatos reais. Uma música suave toca ao fundo, na pista, a história de cada um, seus complexos, seus medos e fantasmas. Enquadrando tudo, sempre, está o amor, ou, falando mais especificamente, a dificuldade de amar. Vale conferir.

SERVIÇO:
“Dois na Pista”
Domingo (4) - 20h
Festival de Verão 2018
Teatro Zélia Olguin
Ingressos a R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada)
Classificação - 16 anos acima
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