03 de fevereiro, de 2018 | 10:54

Fenômeno azul

Divulgação
Seria este mais um clássico como outro qualquer, entre as centenas de vezes que Cruzeiro e América se enfrentaram pelo Campeonato Mineiro.

Mas, este clássico ganhou notoriedade na grande imprensa nacional devido ao fenômeno incomum criado pela torcida do Cruzeiro, que tem comparecido em números surpreendentes aos estádios neste início de temporada, para ver o novo time e suas atrações.

Para o clássico desta tarde, todos os ingressos colocados à disposição dos sócios-torcedores celestes - 52 mil - foram vendidos com antecedência, prevendo-se um público total de 60 mil pagantes no Mineirão.

Não deve ser batido o recorde atual desde que o estádio foi reformado para a Copa do Mundo de 2014, que é de 61.017 pagantes, registrado na decisão da Copa do Brasil, em 2017, entre Cruzeiro x Flamengo, mas com certeza, ficará entre os maiores das novas arenas.

Dois motivos
Quais são as explicações para este fenômeno da China Azul? Há muitos motivos, mas dois saltam aos olhos. Em primeiro lugar o “efeito Fred”, a maior novidade da equipe, tirado do maior rival, numa sacada genial da nova diretoria, o que resgatou o orgulho e o sentimento dos cruzeirenses em relação ao clube, que andava em baixa nos últimos três anos, quando deixou de disputar na cabeça os principais títulos, ficando de fora da disputa pela Copa Libertadores.

O outro é o preço dos ingressos para sócios-torcedores, que varia de R$ 20 a R$ 100, ou seja, valores justos que cabem no bolso de cada um, de acordo com as possibilidades financeiras, o que incrementou esta área importante e até então estagnada no clube.

Se considerarmos o público presente no Mineirão, a média nos três primeiros jogos do ano atinge 33.769 torcedores, a maior do país, superando Corinthians e Palmeiras, até então os dois clubes nacionais com maior presença de público em suas novas arenas.

Comparando com os números de um ano atrás, em seus três primeiros jogos oficiais, o Cruzeiro levou 41 mil pessoas no clássico contra o Atlético; 7.145 contra o Tricordiano pelo Campeonato Mineiro; 4.834 contra a Chapecoense pela Primeira Liga, atingindo a média de 17 mil torcedores pagantes por jogo.

Após o clássico de hoje contra o América, a média de público pagante nos três primeiros jogos de 2018 no Mineirão poderá chegar a 33 mil, que é praticamente o dobro do ano passado.

FIM DE PAPO
Nada disso estaria acontecendo se o time titular do Cruzeiro não estivesse ganhando e com a escalação na cabeça de qualquer cruzeirense mais ou menos informado. Sem surpresa do técnico Mano Menezes, os titulares para enfrentar o América serão: Fábio, Edilson, Léo, Murilo, Egídio; Henrique, Cabral, Robinho ou Rafinha; Arrascaeta, Fred e Thiago Neves. Só há disputa por duas vagas na equipe principal, entre Rafinha e Robinho, ou até mesmo Arrascaeta. E ainda falta gente para estrear.

O Atlético joga hoje, às 19h30, em Patos de Minas, contra a URT. Vai com a equipe considerada titular, a mesma que viaja ao Norte do país na próxima quarta-feira, para enfrentar um desconhecido “xará”, o Atlético do Acre, na estreia pela Copa do Brasil.

O técnico Oswaldo de Oliveira, por conta de uma cirurgia bucal, não vai a Patos de Minas, e o time fica aos cuidados de seu auxiliar. A pressão da torcida é grande, o que pode influenciar negativamente no rendimento dos jogadores mais jovens do elenco, que não podem ser lançados de qualquer maneira, sobretudo neste momento ruim, sob pena de serem queimados.

Há um consenso de que a renovação do elenco, com a consequente diminuição da média de idade, era necessária. O problema é que, por ter ficado fora da Libertadores, o orçamento foi diminuído consideravelmente. Isto acabou se refletindo na qualidade das contratações. Resumo da ópera alvinegra: entre os novos reservas, vários não estão à altura de atuar no Atlético, fato cada vez mais evidente a partir dos resultados negativos.

Na esteira do mau começo da equipe e dos problemas financeiros pelos quais o clube passa, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, pediu “paciência” à torcida. Este é um cenário recorrente e tão persistente nos chamados “grandes” clubes nacionais que acaba gerando um efeito colateral.

O torcedor, que de modo geral costuma ser muito mais sensato e paciente que os dirigentes, passa a escolher não ir mais a qualquer jogo. Nessa “paciência”, sabiamente ele guarda seu suado dinheirinho e o grito para partidas de maior vulto, algo pelo qual de fato valha a pena pagar.

Mas há os que ficam irritados com a derrota, como fizeram de forma inusitada, na última semana, os torcedores da Portuguesa, após a derrota em casa por 3 a 0 para o Oeste, pelo Campeonato Paulista. Eles interceptaram uma entrega de pizzas destinada ao vestiário dos jogadores da Lusa, que só venceu uma partida nos últimos seis jogos.

Os torcedores pagaram R$300 ao entregador, deram quatro pizzas para os funcionários do estádio do Canindé e ficaram com as outras seis. Quem viu a cena, considerada pra lá de curiosa, disse que os torcedores lusos estavam furiosos, mas se acalmaram um pouco depois de comer o que era para ser o jantar dos jogadores. (Fecha pano!)
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