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27 de janeiro, de 2018 | 10:30

Mesmice de sempre

Os campeonatos estaduais são, no momento, a principal atração do futebol nacional. Alguns deles, como o maltratado e desvalorizado Carioca, tiveram pomposas festas de lançamento, neste caso pagando um alto cachê ao “Rei Pelé”, que deu o ar da sua graça por lá.

Em geral, o torcedor já tem na sua conta que os Estaduais não cumprem mais seus objetivos e perderam o glamour que os sustentava há décadas, pois, além de terem se tornado extensos demais para a qualidade do produto, prejudicam a preparação das equipes visando a disputa das competições nacionais e internacionais, que são as mais importantes do calendário futebolístico anual.

Aqui nos nossos grotões o Campeonato Mineiro mal começou: neste fim de semana está sendo disputada a 4ª rodada da primeira fase. No entanto, Atlético, América e Cruzeiro são de tal forma superiores aos adversários que ninguém duvida de a taça ir parar nas mãos de um deles, já que há um desequilíbrio abissal na parte financeira a favor dos três da capital, fazendo com que os times do interior, entre ano e saia ano, sejam meros coadjuvantes.

“Grandes” sobram
Em razão de ter ido ao mercado com maior apetite e feito contratações de impacto, que num primeiro momento agradam à torcida, o Cruzeiro começou a temporada levando mais de 40 mil pagantes ao Mineirão, na estreia diante do Tupi.

Há uma “lua de mel” entre o time, diretoria e torcida, ávida de conquistas como o tri na Libertadores, a maior competição continental, à qual retorna depois de uma incômoda ausência de três temporadas.

No Atlético, o técnico Osvaldo Oliveira tem usado dois times, observado jogadores jovens e outros que retornaram de empréstimos, aproveitando que o tempo de preparação é curto, sonhando que surja algum nome que possa ser aproveitado na equipe principal.

O problema é que a safra é ruim, tanto que o time B só obteve um ponto de seis disputados e acabou sendo derrotado pelo Villa Nova na última quinta-feira, um dos piores entre os piores times da competição, gerando pressões para que o treinador desista dessa ideia de time alternativo e passe a escalar sempre a equipe principal.

O América não tem o mesmo poder econômico dos outros dois rivais na capital, e mira logo adiante a Série A do Brasileiro, onde vai lutar contra o rebaixamento. Mas se a dupla Rapo/Galo bobear, o Coelho passa a mão na taça, como aliás já ocorreu recentemente.

FIM DE PAPO
Mas aqui nos nossos grotões nós sabemos que o Campeonato Mineiro não serve de referência técnica, pois o nível das equipes do interior é muito baixo, sofrível, ainda que de fato existam monstrengos bem piores por aí. Se serve de consolo, o Campeonato Carioca, também chamado de “me engana que eu gosto”, considerado em priscas eras o “mais charmoso” do país, a cada ano que passa vira motivo de chacota pelos episódios hilários que produz dentro e fora de campo.

No último domingo, por exemplo, o atacante André Duarte, do Volta Redonda, no jogo contra o Bangu, em Moça Bonita, precisou ser retirado para atendimento médico fora de campo. Mas no meio do caminho, a maca movida a feijão rachou ao meio e o jogador foi parar no chão. Além disso, o Carioca é o único estadual do país que permite cinco substituições no decorrer das partidas, mas com uma ressalva no regulamento: “Desde que o banco de reservas comporte 12 jogadores”. É pra rir ou pra chorar?

Devido às péssimas condições dos estádios, no estadual do Rio de Janeiro praticamente não se fala em mando de campo. Time A joga na casa do B e vice-versa, sem nenhum constrangimento ou pudor, pouco importando a sua torcida. Com exceção do Flamengo, que tem dinheiro e vem sendo bem administrado pela atual diretoria, o nível das contratações, chamadas de “reforços”, são comparáveis a sanfona em velório.

O Vasco da Gama, que chegou a ter três presidentes ao longo de janeiro, é o maior protagonista em contratar as chamadas “bombas”.

Entre outros, trouxe o zagueiro equatoriano Erazzo (ex-Galo), Rildo e Leonardo (Coritiba), Pedro Ken (ex-Ceará) e, por último, acertou o retorno do zagueiro Paulão, que havia deixado o clube reclamando de não ter recebido um centavo sequer dos salários relativos aos oito meses que defendeu o “Gigante da Colina” no ano passado.

Mesmo assim Paulão voltou ao Vasco, pois neste caso prevalece a “Lei Vampeta”: - Eles fingem que me pagam e eu finjo que jogo”!

Na quarta-feira passada, quando o Cruzeiro goleou o Uberlândia por 4 x 0 no Mineirão, o “Globo Esporte” estendeu o tapete vermelho ao artilheiro Fred, que meio sem jeito tentou explicar porque, repentinamente, pulou para o outro lado da Lagoa da Pampulha, indo cair diretamente nos braços da Raposa, o maior rival do Galo.

Nada contra, muito antes pelo contrário, faz parte, mas já que nada foi dito nem lhe foi questionado a respeito, cabe a tal pergunta que não quer calar: - Quem vai pagar a multa de R$ 10 milhões? Fred ou o Cruzeiro? (Fecha o pano!)
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