02 de janeiro, de 2018 | 17:30
Profissional alerta para necessidade do planejamento financeiro em 2018
O controle das finanças pessoais, entretanto, requer gastos com a compra somente dos produtos e serviços de fato relevantes e o corte de despesas desnecessárias
Reprodução
O controle das finanças pessoais, entretanto, requer gastos com a compra somente dos produtos e serviços de fato relevantes e o corte de despesas desnecessárias
Com a chegada do novo ano, muitas pessoas dão início à tentativa de mudanças de hábitos. Na lista de pretensões estão, para muitos, a vontade de se livrar das dívidas. O controle das finanças pessoais, entretanto, requer gastos com a compra somente dos produtos e serviços de fato relevantes e o corte de despesas desnecessárias. O alerta é feito pelo vice-presidente da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Instituições Financeiras do Vale do Aço de Minas Gerais e Adjacências (Coopeinf), Erasmo Felizardo Lima, especialista em Gestão Estratégica de Marketing. Ele reitera que o controle de gastos é o caminho indicado para uma boa saúde financeira. 
A cada dia que passa, temos recursos escassos, desemprego em várias cidades, aumento das despesas e tudo isso reflete no bolso das pessoas. Então, do meu ponto de vista, está na hora de colocar o controle financeiro no nosso dia a dia, ou seja, o registro das despesas e receitas do mês, independentemente da renda que a pessoa tenha. Isso é necessário para que ela tenha uma saúde financeira adequada”, explica.
Erasmo Felizardo observa que despesas correntes ao longo do ano, como IPVA, IPTU, material escolar, manutenção do veículo, seguros, entre outros, podem ser tabulados em uma planilha ou agenda pessoal ou até mesmo em aplicativos de celulares. A partir do momento que registrar as despesas, receitas e outros tipos de renda, a pessoa conseguirá ter o controle financeiro, sabendo quanto gastará no decorrer do ano”, afirma.
IPVA
Erasmo orienta o proprietário de veículo a avaliar a tabela do IPVA, com placas de 1 a 0, para saber se a data de pagamento está dentro do orçamento. Vamos imaginar que a pessoa tem o IPVA que vence no dia 23, primeira ou segunda parcela, e o salário entrará 10 dias depois. Se for curto prazo, a pessoa usa o limite do cheque especial, e depois o salário cobrirá esse valor quando cair na conta. Se a pessoa constatar que a curto prazo não vai conseguir pagar o IPVA, ela tem que procurar uma linha de crédito mais barata, evitar o cartão de crédito, evitar o limite da conta, e usar o crediário do banco parcelado e quitar esse IPVA todo à vista para ganhar o desconto e reduzir o impacto de juros que pagou no crédito”, detalha.
O limite de crédito do cheque especial precisa ser evitado porque as taxas são muito altas. Nesta segunda-feira, por exemplo, o cheque especial da Caixa Econômica Federal tinha juros de 13,55% ao mês e uma taxa de juros que chega a 401,76% ao ano (custo efetivo total). Isso em um cenário de Taxa Selic de 7,5% ao ano e inflação acumulada em 2,80%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE).
Parcelamento
Wôlmer Ezequiel
Erasmo Felizardo Lima é vice-presidente da Coopeinf e pós-graduado em Gestão Estratégica de Marketing
O vice-presidente da Coopeinf acrescenta que é recomendável dar preferência ao pagamento à vista, principalmente quando houver desconto. Para isso, o cliente deve negociar sempre. Quando se compra determinado produto a prazo, tem-se um ponto negativo, além de perder o desconto. Por exemplo, um produto de R$ 100, com 10% de desconto, cairia para R$ 90, então a pessoa não perde só esses R$ 10, como também terá que pagar acréscimos que serão colocados nas vendas a prazo. Além disso, a pessoa tem que saber que, quanto mais parcelas, mais dívidas são criadas”, ressalta. Cartões de crédito
Em relação às pessoas que possuem vários cartões de crédito e acreditam que isso é vantagem, Erasmo Felizardo faz um alerta: Todos os cartões têm um custo ou juros embutidos nas parcelas das compras. Então, se não conseguir ter um controle para separar cada cartão para determinada despesa, tem que avaliar a possibilidade de somar todos os limites dos cartões e agrupá-los em um só para reduzir os custos e facilitar o controle. Outro detalhe importante, é que a fatura do cartão deve ser paga na data exata para evitar juros exorbitantes”, pontua.
Com taxas de juros superiores às cobradas pelo cheque especial, o parcelamento da fatura também não é recomendável.
Educar os filhos cria consciência financeira
Para o vice-presidente da Coopeinf, Erasmo Felizardo, o equilíbrio com a vida financeira deve ser ensinado desde cedo. Dessa forma, os pais precisam evitar a compra por impulso quando estiverem com as crianças por perto. Desde cedo, as pessoas precisam ser educadas para o planejamento. Sempre nos supermercados e padarias tem vários brinquedos e doces que chamam a atenção das crianças. Os pais têm que entender que a criança não tem uma visão exata do que ela precisa. Essa fase é a do querer”, pontua.
Erasmo acrescenta a importância de os pais ensinarem aos filhos, desde pequenos, a administrar o próprio dinheiro e evitar futuras dívidas quando forem mais velhos. A criança nessa fase deve ganhar um cofrinho para guardar moedas e ter um objetivo com esse dinheiro. Não comprar de imediato, contribui para que essa criança tenha uma educação financeira em longo prazo. E isso também deve ser aplicado para os adolescentes, que costumam ganhar mesada dos pais. É importante eles administrarem bem esse dinheiro que entra todo mês, para não criarem o costume de se endividar”, salienta.
Poupança é segurança para o futuro
O vice-presidente da Coopeinf chama a atenção para a necessidade de formação de uma poupança. No entendimento de Erasmo Felizardo, algumas pessoas não guardam dinheiro todo mês, porque acreditam que é melhor deixar para poupar quando não tiverem mais o que comprar. Muitos têm o costume de pegar o salário e pagar logo em seguida as suas contas, mas fazer novas compras, muitas por impulso. E só no fim do mês vai pensar em guardar o que sobrou. Com essa teoria, não vai ser possível guardar nada. Se tiver o hábito de guardar forçadamente uma parte do que recebe, e com a outra pagar as contas para somente depois comprar à vista o que quer, certamente a pessoa terá uma melhor saúde financeira”, conclui.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]