29 de dezembro, de 2017 | 16:00

Do retrovisor e do freio de mão em 2018

Stefan Salej

Dos balanços da vida no fim do ano, sejam pessoais, familiares ou empresariais, todos têm uma característica: somar, analisar e ver pelo retrovisor o que se passou. É, sem dúvida, um exercício muito útil, em especial se você analisar não o que você conseguiu mas o que você não conseguiu e onde você errou. Ou onde a sua equipe, seja na família, seja na empresa, poderia ter sido mais feliz, onde poderiam provocar menos stress e chegar a melhores resultados. É absolutamente fundamental essa análise racional, com lápis e papel na mão. Na coluna da esquerda, onde acertamos, e, na da direita, onde erramos. Não precisa nem de computador ou de algum algoritmo para isso. E claro, precisa anotar onde eu errei e acertei, e onde a equipe acertou e errou. E discutir isso, de forma franca, aberta e, porque não, dizer tranquila e sinceramente. Dialogo não morde e não tira pedaço, mas é às vezes difícil, exige uma boa dose de liderança e desprendimento.

E daí, para a frente, sente-se na carroça de sonhos e comece a construir os objetivos para os próximos anos. Feche o retrovisor, porque ele existe no carro, mas na vida empresarial não é o que vai levá-lo a realizar seus objetivos. Estes, quem vai determinar é você com a sua equipe e, daí para frente, é olhar para o adiante, construir mais e mais o seu futuro. Como empresário, se não enxergar as dificuldades, então você tem um problema grave, porque o mar de rosas nesta vida de empresário, seja onde estiver, não existe.

Os obstáculos para alcançar seus objetivos são de dois tipos: internos, inerentes ao seu negócio, e externos, sobre os quais você tem pouca influência.

Primeiro está o mercado, como ele se move, quais são as forças que o compõem, como andam a concorrência, inovação, mudanças no comportamento dos consumidores ou modelos de negócios dos seus clientes. As inovações tecnológicas que batem na sua porta e que determinam a mudança não só de produzir, oferecer seus produtos, mas também a atualização dos produtos. Ou as relações com seus sócios, ai incluindo seus funcionários, que não sabem o que vai acontecer dentro do contexto da nova legislação. E mais e mais.

E aí vem a segunda parte: o ambiente externo. Este país, com seu povo maravilhoso, esculhambado pelos políticos que nos elegemos até a medula. Temos uma gestão pública orientada essencialmente em antagonismo com o empresário e um judiciário, em todos os níveis e ramos, assustadoramente não merecedor da confiança do cidadão. As eleições estão na porta, com os mesmos que fizeram o modelo econômico-financeiro e político do país falir. Ou seja, a desesperança que racionalmente assusta e nos induz a puxar o freio de mão na consecução dos nossos sonhos e objetivos.

Não faça isso, não se assuste e convença-se de que você, com sua garra, capacidade de trabalhar, persistir, resistir e vencer, supera tudo isso. Se você sobreviveu até agora, você também vai sobreviver a esse 2018 cheio de surpresas, golpes baixos dos políticos, poucas mudanças a seu favor (quem sabe vem uma reforma tributária). Não puxe o freio de mão. Acredite na sua equipe, acredite em você mesmo, porque esse é o seu melhor investimento. E claro, mantenha o caixa sob controle.

Um ano novo feliz, resiliente e resistente.

* Consultor empresarial, foi presidente do Sistema Fiemg e Sebrae MG
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