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21 de dezembro, de 2017 | 17:19

O VÔO DE GALINHA

Ronaldo Soares *

Um sem número de esforços da sociedade civil e poder público, sobretudo, os que direta ou indiretamente se envolveram nas discussões em torno da necessidade de viabilizar o Aeroporto Regional de Santana do Paraíso. A Passaredo, companhia de aviação do grupo Itapemirim, depois de entrar em operação em 16 de outubro, anunciou, no início do mês, a suspensão dos voos nas rotas para quatro cidades no interior de Minas Gerais, incluindo Ipatinga.

Em nota, a companhia aérea informou que realizando um processo de readequação de sua malha e estava suspendendo, de forma programada, as operações nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Governador Valadares e Santana do Paraíso. As operações da Passaredo se encerraram no Vale do Aço dia 18 de dezembro. Após essa data os que adquiriram passagens serão “reacomodados, na forma da Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac”, avisa o comunicado oficial.

Caro leitor, a sensação de ter sido enganado, imagino, é a que sentem as pessoas que se engajaram para trazer a empresa para o Vale do Aço. Muitos não sabem, mas o governo do estado “banca” o custeio do aeroporto mensalmente com déficits persistentes e, no entanto, as operações de uma nova companhia aérea, além de forçar os preços da concorrência geraria novo fluxo de operações que aumentaria a atratividade para o próximo edital de terceirização do aeroporto (ainda sem data para a publicação).

A passaredo, de forma precipitada, gerou muito alvoroço e rapidamente se tornou uma opção viável para voos que estavam sendo oferecidos pela concorrente a preços estratosféricos. No entanto, a empresa fez aposta que teria parceiros para aquisição de novas aeronaves e se apressou a solicitar à Anac autorização para várias rotas, incluindo Ipatinga (ou Santana do Paraíso para ser mais preciso).

No site de reclamações “Reclameaqui.com.br” é possível verificar que há várias manifestações de consumidores que adquiriram passagens e não encontraram formas alternativas propostas pela companhia assim como não tiveram o imediato ressarcimento de valores. A empresa, procurada por por vários veículos não deu retorno sobre o tema.

Esperávamos que que alguém se desculpasse formalmente com todos e, sobretudo, os passageiros que deixarão de ver seus parentes no fim do ano, pois os modais alternativos não permitem que a logística seja viabilizada. Gente que comprou passagens com antecedência, agora não terá condições de utilizar um ônibus ou carro de passeio.

No ano de 2012, segundo reportagem publicada pelo jornal o ESTADO DE SÃO PAULO, a Passaredo, estava em recuperação judicial e, à época, poderia perder a autorização para operar parte de suas rotas. A Anac abriu processo administrativo em novembro daquele ano para cassar voos de 16 rotas da empresa nas quais ela excedeu o índice de cancelamentos de voos permitido pela legislação do setor. Uma das rotas que poderia ter voos cassados, por exemplo, era Brasília para Ribeirão Preto. A empresa não havia atingido a regularidade mínima de 80% em algumas rotas em comunicado emitido pela Anac.

Continuaremos aguardando manifestações por parte da empresa no sentido de preservar a imagem que estava sendo construída e endossada por várias pessoas da região.

* Consultor
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Comentários

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Claudio Lemes Louzada

22 de dezembro, 2017 | 06:19

“Os problemas do modal aéreo em Minas são crônicos. Não há mais competição e não há mais empresas aéreas prestando o serviço, porque não há infraestrutura aeroportuária. Não há mais infraestrutura, porque não há mais empresas aéreas. O governo de Minas insiste em criar uma infraestrutura ultrapassada a pelo menos 25 anos, a saber, pistas curtas, estreitas, sem alta resistência do piso asfáltico da pista, sem voo por instrumento GPS, estação de passageiros para receber poucos passageiros e outras tantas faltas. O século 21 chegou, mas Minas continua pensando em aviação regional para aeronaves de 9 passageiros. Poucas e pouquíssimas cidades tem infraestrutura aeroportuária condizentes com a modernidade necessária a aviação. Uma ou outra cidade consegue receber sem restrições operacionais um turboélice de 70 lugares. Para as cidades pequenas ou médias, os próximos 15 anos serão marcados pela operação de aeronaves turboélices de 90 passageiros e jatos regionais de 130 lugares. Estão os aeroportos mineiros capacitados a receber essa nova geração de aeronaves, maiores e mais pesadas? NÃO!
A infraestrutura pensada e construída hoje, pelo governo estadual e municipal, já está no passado. Também posso afirmar que as 4 maiores empresas aéreas Brasileiras irão priorizar as ligações entre as capitais e as cidades médias com viés da alto crescimento, que possam receber sem restrições os novos Airbus A320 Neo e o Boeing B737 Max-8 de 180 lugares aproximadamente. Saudações,
Claudio Lemes Louzada. Planejador Sênior de Linhas Aéreas & Consultoria.”

Sandra Ribeiro Tuler

21 de dezembro, 2017 | 23:20

“Ótima matéria, estava com as passagens compradas para Janeiro, uma grande oportunidade de reencontrar minha família, mas, infelizmente foi cancelado, e com isso cancelamos a viajem, vamos perder uma festa de casamento , e com certeza muitos outros sonhos foram cancelados.
Muito triste, infelizmente não temos nenhum apoio, nada justifica esse abuso”

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