21 de dezembro, de 2017 | 12:01

Morre, aos 96 anos, o ex-governador Francelino Pereira

Natural de Piauí, político fez carreira em Minas Gerais e apoiou o golpe militar de 1964 do começo ao fim até ser indicado para ser governador

Morreu na manhã desta quinta-feira, aos 96 anos, em Belo Horizonte, o ex-governador de Minas Gerais, Francelino Pereira dos Santos. Ele estava internado no Hospital Mater Dei. Natural de Angical do Piauí (PI), migrou para Belo Horizonte aos 18 anos, formou-se em direito e entrou na carreira política. Francelino foi governador de Minas Gerais entre 1979 e 1983, deputado federal entre 1963 e 1979 e senador entre 1995 e 2003.

Nos últimos anos de vida, Francelino Pereira teve uma postura reclusa: pouco a pouco foi perdendo a visão e a audição e passou a apresentar sinais de esquecimento. O ex-governador era casado e teve três filhos.

Quando presidente nacional da Arena, entre as suas inúmeras declarações de apoio ao regime militar, notabilizou-se pela indagação, em 1976, que inspirou não apenas chargistas, mas o escritor José Affonso Romano de Sant'Anna, além de Renato Russo: “Que país é este?”.

A pergunta foi feita quando os críticos ao regime duvidaram – e com razão – da promessa do então presidente Ernesto Geisel de chamar eleições diretas para governador.

Embora tenha sustentado o golpe e o regime militar, Francelino aderiu à Frente Liberal – dissidência que em 1985 apoiou a candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República no colégio eleitoral.

Depois de formado em Direito, foi redator de política na Rádio Inconfidência e elegeu-se vereador pela União Democrática Nacional (UDN). Depois disso, atuou no governo de Magalhães Pinto, foi eleito deputado federal, quando também apoiou o golpe militar de 31 de março de 1964, liderado no estado por Magalhães Pinto.

Leal ao governo militar, em abril de 1978, por decisão dos generais, Geisel e Figueiredo, Francelino foi indicado para a “candidatura” indireta ao governo de Minas.
Tomou posse em 15 de março de 1979.