25 de novembro, de 2017 | 09:15

Qual é a sua razão social?

Fabiana Schimitz *

Diariamente, em meus atendimentos aos empreendedores de micro e pequenas empresas dos 122 municípios que compõem a Regional Rio Doce e Vale do Aço, no Sebrae, faço questão de perguntar: Qual a sua razão social?
Sem entender muito bem o motivo da minha pergunta, no meio de uma conversa sobre estratégias de marketing, conteúdo para redes sociais, vendas, atendimento, entre outros temas pertinentes ao mundo dos negócios, ora me olham com cara de surpresa, ora me respondem o número do CNPJ.

Infelizmente, a maioria dos empresários ainda entende a razão social apenas como a identidade jurídica da empresa. É justamente aí que mora o perigo. Muito mais que um atributo legal, a razão social deve ser entendida como a “alma” do negócio e responder às seguintes questões: Quem você é? Para quem você existe?

Dia desses, recebi um empresário que, em decorrência do encerramento de uma sociedade, decidiu mudar o nome da empresa, bem como o ponto comercial. Uma decisão difícil, principalmente por se tratar de uma marca há 20 anos no mercado. Durante a consultoria, ele me explicou toda a história e queria saber o que eu achava. Já estava em fase de criação do novo logotipo, bem como das campanhas promocionais de inauguração da nova loja. Em meio às dúvidas e ideias apresentadas, soltei a pergunta fatídica, tendo como objetivo levá-lo a refletir sobre quem passaria a ser e para quem existiria a partir dali.

Fiz questão de ressaltar que, somente depois disso, teríamos condições de pensar em logo, canais de comunicação e quaisquer outras estratégias. Tive medo de que ele saísse chateado com o meu posicionamento, afinal, estava tudo caminhando a passos largos e, talvez, ele esperasse de mim apenas uma aprovação. Mas, ao contrário, fiquei sabendo depois o quanto ele havia ficado satisfeito com nossa conversa. Nossa discussão foi compartilhada com a empresa de criação de sua nova identidade visual e com outras pessoas envolvidas no processo. Estou ansiosa para ver o resultado final.

Esse caso ilustra bem o que ocorre no dia a dia dos pequenos negócios. Às vezes, consumido pela rotina operacional, o empresário perde o foco da essência do negócio e acaba ficando bastante vulnerável. Para evitar que isso ocorra, seguem algumas dicas importantes que podem fazer toda a diferença, principalmente quando consideramos momentos desafiadores como os que vivemos nos últimos anos:

Conheça o seu cliente tanto quanto ou mais do que a si mesmo – Você só terá condições de saber “quem é” e “para quem existe” se conhecer seu cliente em profundidade. Não basta saber o nome, o CPF e o telefone. É necessário ir além. Quando, onde e como ele prefere comprar? Quais são seus hábitos, hobbies, data de nascimento, preferências de marcas? O que procura e não encontra? O que ele não gosta? Quanto mais você conhece, mais chances tem de ser assertivo na estratégia e entregar soluções personalizadas. Terá a maior fatia de mercado a empresa que conseguir ser a mais lembrada e preferida.

Pense nos valores que você deseja propagar e trate de colocá-los em prática – Não basta dizer que é honesto, é preciso provar isso com atitudes. Se você deseja ser percebido como a empresa mais eficiente, precisa trabalhar para que os processos, as pessoas e o ambiente transpareçam isso. Se deseja ser percebido como a empresa mais alegre, tudo precisa ter alegria.

Seja coerente – Coerência significa dizer o que você é e ser o que você diz. Há empresas que perdem o foco. Na tentativa insana de querer atender todo mundo, acabam prometendo o que não dão conta de cumprir. Nesse momento, perdem sua essência. Deixam de ser “algo mais” e passam a ser “mais um”. Vender mais nem sempre significa ter lucro. Às vezes, vendendo menos, com margens melhores, conseguimos mais resultados e nos tornamos referência para nossos clientes.

Proporcione experiências memoráveis – Transforme seu ponto de venda em um local onde o cliente irá encontrar mais que produtos. Trabalhe com outros sentidos além do visual. Pense em cheiros, sons, entretenimento, atendimento personalizado. Essas dicas servem para o ambiente virtual também, espaço onde o cliente deve encontrar conteúdo de seu interesse, facilidade de navegação, vantagens e interação.

Colocando tudo isso em prática, certamente você saberá responder com facilidade qual é a sua “razão social”, sendo uma empresa reconhecida por seus clientes e capaz de sobreviver a momentos de mudanças com mais tranquilidade.

* Analista do Sebrae Minas
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