18 de novembro, de 2017 | 12:46

Educação técnica é necessária?

Sebastião Alvino Colomarte

Após ser relegado ao segundo plano nas últimas décadas, a educação técnica desponta como uma necessidade para formação de mão de obra intermediária qualificada para atender aos diversos setores da economia. Por isso, considero que a formação técnica deve ser mais bem avaliada dentro do escopo das mudanças propostas na recente reforma do Ensino Médio.

Para se implantar essa modalidade, há necessidade de investimentos, tais como: escolas com boas estruturas físicas, com oficinas e laboratórios de qualidade, além de profissionais e instrutores qualificados e com salários dignos.

O governo – União, estados e municípios – deve divulgar a importância do ensino técnico para as famílias e para as empresas de todos os segmentos da atividade econômica. Não se pode esquecer que o sonho de toda família é ver seu filho na universidade. Isso é importante, mas por que não mostrar que passando primeiro pelo ensino técnico as chances de ingressar no mercado de trabalho são mais imediatas? Ao adquirir mais experiência na sua área de atuação, o estudante certamente aproveitará melhor sua passagem pela educação superior.

Ao longo dos anos anteriores, muitas escolas abandonaram o ensino técnico por considerarem dispendiosos, já que para manter um curso de excelência são necessários grandes investimentos em laboratórios e profissionais da área de ensino sempre atualizados e antenados com as mudanças tecnológicas. Além do mais a cultura do brasileiro ainda não assimilou sobre a importância da formação da mão de obra técnica de nível médio.

A luz no fim do túnel chega agora com as recentes mudanças propostas para a educação do ensino médio, uma vez que algumas medidas deverão dar novo fôlego ao aprendizado técnico. É que atualmente o jovem que desejar optar por uma formação técnica de ensino médio precisa cursar 2,4 mil horas do ensino regular, acrescidas de 1,2 mil horas do ensino técnico.

Com as novas diretrizes, será possível que o estudante opte por uma determinada área técnica dentro da carga horária do ensino médio regular. A única condição é que continue com as disciplinas de Português e Matemática até o fim do curso. Ao término de três anos, esse aluno terá um diploma do Ensino Médio, acrescido de um certificado do Ensino Técnico.

Com mais de três décadas de experiência, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais tem vivenciado muitas vezes empresas procurando, quase sem sucesso, suprir uma demanda por mão de obra técnica e qualificada. A alternativa que encontram é elas mesmas treinarem esse tipo de profissional, demandando recursos e tempo. O momento é propicio para rever nossos conceitos.

Formar alunos autoconscientes de que o aprendizado do Ensino Técnico o tornará possuidor de habilidades e conhecimentos cobiçado pelas empresas, não é uma tarefa simples. Esses estudantes devem ter em mente que não serão uma simples peça de reposição para o mercado de trabalho. Entendo que essa missão poderá ser bem executada pelas instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas.

* Professor e superintendente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) e diretor da ACMinas
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