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09 de novembro, de 2017 | 17:47

Soluções fora da caixa

O que faz acreditar que pessoas que não lidam diretamente com os problemas do dia-a-dia da sua empresa poderão ser, potencialmente, capazes de apresentar as soluções para eles, ao contrário do colaborador que está sofrendo com as dificuldades que a falta de aprimoramento de processos lhe custa?

Pois bem, pude constatar isso nos últimos eventos orientados para os empreendedores digitais, realizados no Vale do Aço, os quais são lançados desafios de grandes indústrias e esse terão que propor soluções em pouco mais de 48 horas, em imersão, com formação de equipes de pessoas que talvez acabaram de se conhecer. Com a ajuda de mentores da própria empresa demandante e de professores ligados a tecnologia da informação, coisas incríveis, nesses eventos, são propostas sem que necessariamente sejam complexas. Esses “Hackatons” são geniais a partir da premissa que quebram uma “caixa preta” das empresas e essas se propõe a ouvir gente que, à priori, não são especialistas dos seus produtos ou serviços.

A onda das Startups é muito mais que um “modismo” ou coisa de “nerd”. Ela veio para mudar a forma como vivemos. Propõe uma nova economia com outros valores e, surpreendentemente, esses valores não são coincidentes ao capitalismo da forma que conhecemos até hoje. Muito além, bem distante do modelo de socialismo que possam tentar rotular. No entanto, a satisfação pessoal, o bem-estar das pessoas e o sentimento de felicidade laborativa estão à frente da geração de riqueza individual. O propósito sempre é coletivo.

Isto confunde a cabeça de todo um sistema baseado no dinheiro, compra e venda de produtos ou serviços. A Economia colaborativa, a economia compartilhada a economia da cooperação (seja qual for a denominação) há, em todas elas, a proposta de ruptura com tudo que aprendemos a cultuar em nossa sociedade. Coisas como emprego, patrimônio, organização familiar tradicional, religião e nação são conceitos que passam a ser questionados e, até não reconhecidos como algo que, obrigatoriamente, as pessoas tenham que se adaptar para, então, se incluir.

Mudança é a única certeza que permeia essa gente que não está nem aí para o que o que os vizinhos vão pensar, se os pais vão gostar e, principalmente, se esta sociedade vai abraçar. Eles têm uma visão “digital” do mundo (não querem para suas vidas ‘pré-conceitos’. Querem propor sempre o novo.

Obviamente, temos uma parte dessa geração que se aliena ou vai à extrema direita nas posições políticas... e o perigo está aí. Temos uma parcela que tecnologicamente é evoluída, mas politicamente ignorante. Desconhecem as cicatrizes do autoritarismo e querem propor para os outros uma regra única, um único caminho para ser feliz. Ainda trazem no seu DNA um inconsequente discurso de ódio que pode separar as pessoas. Mas, não são eles que vão mudar o mundo. São os que aliam a “digitalização” do mundo com o viés de solidariedade.

O novo emprego
Há de se repensar como os empregos poderão passar por processos seletivos nesses moldes (eventos de hockaton). Os que propuserem soluções, poderão ser contratados. E aí vem a pergunta: e as funções de apoio, não de finalidade, mas de meio? Funções como recepcionistas, porteiros, ascensoristas, auxiliares administrativos, etc serão ocupadas?
Pois bem, acredito que estas serão executadas pela Inteligência Artificial (AI – na sigla em inglês) e somente quem tem a oferecer mudanças que melhore a vida das pessoas caberão no “novo mundo do trabalho” cujo curriculum vitae será dispensado nos processos de recrutamento e seleção. Isso se essas pessoas se tornarem parte da corporação pois, ao meu ver, não há interesse em nenhum desses de fazerem parte de modelo cuja a premissa seja subordinação. Eles querem ser parceiros.

É bom preparar-se para esse “novo mundo”. Os que não souberem “ler” e fazer parte dessa mudança não terão nada a oferecer para a sociedade. Essa sociedade demandará coisas bem diferentes que demanda hoje e, infelizmente, para esse novo mundo poderemos ter novos analfabetos funcionais e, em sua maioria, com diploma na mão.

* Consultor

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