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07 de novembro, de 2017 | 17:30

Efeitos da lama no rio Doce serão tema de Seminário na Univale

Uma mostra de fotos, manifestações culturais, encontros e debates e todas as atividades do seminário serão realizadas em auditório e salas de aulas

Fred Loureiro/Secom-ES
Passados dois anos da catástrofe ambiental, população atingida à margem do rio Doce ainda sofre efeitos Passados dois anos da catástrofe ambiental, população atingida à margem do rio Doce ainda sofre efeitos
Está agendado para os dias 9, 10 e 11 de novembro, o II Seminário Integrado do Rio Doce, na Universidade do Rio Doce (Univale), com o apoio de várias universidades federais como UFMG, UFOP, UFV, UFJF, UFES, UFSC e do Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce. O evento será realizado no campus da Univale, em Governador Valadares, para debater os efeitos posteriores da catástrofe ambiental gerada com o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana.

“A lama continua no fundo dos rios e do mar, a pesca proibida, a disposição final dos rejeitos e da lama ainda é desconhecida. A vida de milhares de pessoas ainda não voltou à normalidade como é o caso dos moradores das vilas de Bento Rodrigues e Paracatu, pescadores, população indígena Krenak, pequenos produtores rurais, comerciantes, donos de hotéis e pousadas no litoral capixaba, próximos da foz do Rio Doce, todos permanecem prejudicados”, afirma o ambientalista Cláudio Guerra.

Uma mostra de fotos, manifestações culturais, encontros e debates e todas as atividades do seminário serão realizadas em auditório e salas de aulas localizadas a menos de 50 metros das margens do Rio Doce, em Governador Valadares.

A programação será aberta nesta quinta-feira (9), às 19h, com uma conferência pelo professor Ricardo Rozzi, da University North of Texas (USA), enfocando o tema: “Ética Biocultural e Desastres Ambientais”.

Cláudio Guerra explica que Rozzi é uma autoridade mundial nesta matéria, e seus estudos e publicações buscam incorporar a ética ambiental nas práticas de conservação dos recursos naturais e, também, nos programas educacionais nos países da América Latina.

“Ética biocultural combina os hábitos humanos com os habitats e as comunidades de coabitantes (seres vivos de nossa fauna e flora). O que se busca é a consciência de coabitar o planeta com uma grande diversidade de seres vivos, línguas e culturas humanas”, destaca o ambientalista.

Conversação
No Seminário Integrado do Rio Doce serão realizadas duas rodas de conversação com o professor Rozzi. No dia 9, com os participantes do Seminário e, no dia 10, com os membros do Comitê Permanente do Rio Doce.

No dia 10, às 19h, haverá uma mesa-redonda de especialistas sobre o tema, com avaliação de dois anos do desastre.
Profissionais de diferentes áreas do conhecimento e de vários segmentos sociais discutirão como está a reabilitação da bacia pela Fundação Renova (entidade criada e mantida pela Samarco, Vale, BHP); os atrasos rotineiros das obras de engenharia, em geral, do cadastramento da população atingida e também das indenizações de quem perdeu bens e capacidade de gerar renda (as ações judiciais passam de 70 mil). Outros temas serão as dificuldades técnicas no processo de recuperação de barragem de Candonga (que reteve cerca de 20 milhões de metros cúbicos da lama) e também a delicada questão da construção das novas vilas de Bento Rodrigues e Paracatu, prometidas para 2019.

Água
Outro assunto a ser tratado é a dúvida e permanente desconfiança e incerteza da população quanto a qualidade da água do rio Doce, que voltou a ser fornecida à população. Os relatos apontam que muitas pessoas, em melhores condições socioeconômicas, mantiveram o consumo de água mineral. Faltam respostas sobre o efeito da água com lama na saúde das pessoas e a proibição da pesca na calha do rio Doce.

As conclusões e recomendações do Seminário serão reunidos na Declaração de Governador Valadares, a ser elaborada pelos participantes e especialistas. A coordenação dos trabalhos está a cargo do professor Haruf Salmen Espindola, da Univale, e do engenheiro Cláudio Guerra.

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