15 de outubro, de 2017 | 01:20

Ligações gratuitas por meio de orelhões da Oi não valem para MG

A determinação é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em razão do não cumprimento de obrigações por parte da concessionária

Tiago Araújo
A Oi foi obrigada a investir milhões de reais em orelhões sem condições de operação A Oi foi obrigada a investir milhões de reais em orelhões sem condições de operação
As ligações locais e de longa distância nacional, realizadas por orelhão, para números fixos, não podem ser cobradas em 15 estados. A medida vale para os telefones públicos da Oi. A determinação é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em razão do não cumprimento de obrigações por parte da concessionária.

Conforme a nota publicada pela Anatel, a empresa foi responsabilizada, após uma fiscalização da agência reguladora constatar o descumprimento sobre o percentual de orelhões em condições de operação. O número não atingia os patamares estabelecidos pelo órgão governamental, ou seja, não chegava ao mínimo de 90% em todas as Unidades da Federação, e de no mínimo 95% nas localidades atendidas somente por orelhões.

Como em Minas Gerais foi constatado que 91% de orelhões têm disponibilidade e 98% funcionam em localidades atendidas somente por telefones públicos, segundo os dados da Anatel, o estado não foi incluído na lista dos que possuem a gratuidade nas ligações. Essa medida vale apenas para Alagoas; Amazonas; Amapá; Bahia; Ceará; Espírito Santo; Maranhão; Pará; Paraíba; Pernambuco; Piauí; Rio Grande do Norte; Roraima; Santa Catarina e Sergipe.

De acordo com a Anatel, a gratuidade se manterá até o dia 30 de março de 2018, quando deverá ser divulgado o resultado da próxima aferição das condições de disponibilidade dos orelhões. A nova vistoria deve ser realizada no final de fevereiro de 2018.

Posicionamento da Oi

Divulgação
A Oi tem que oferecer ligações gratuitas, realizadas por orelhão, em 15 estados do Brasil. MG está fora dessa lista A Oi tem que oferecer ligações gratuitas, realizadas por orelhão, em 15 estados do Brasil. MG está fora dessa lista
Por nota, a operadora informa que cumprirá a determinação da Anatel de conceder a gratuidade em chamadas locais e de longa distância nacional para telefones fixos feitas a partir de sua rede de telefonia pública nos estados indicados pela agência reguladora, na forma definida pela Anatel.

A empresa acrescenta que, desde dezembro de 2016, a Anatel decidiu sobre a importância de revisão das obrigações relacionadas aos orelhões em virtude da sua obsolescência. “No entanto, até o momento a Oi permanece sendo obrigada a investir milhões de reais por mês em orelhões, valor esse que deveria estar voltado para demandas relevantes da sociedade, como a estrutura de redes de telecomunicações para banda larga”, contesta.

A companhia também acrescenta que, como a maioria dos telefones da empresa está instalada em vias e estabelecimentos públicos, sofrem, diariamente, danos por vandalismo. “A Oi esclarece que mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta com as solicitações de reparo enviadas à companhia pelo canal de atendimento 10314 por consumidores e por entidades públicas”, conclui a nota.

A cada 10 pessoas em Ipatinga, oito não
utilizam orelhão há mais de cinco anos


Fernando Lopes
Iolanda Miranda não usa mais telefone público quando está na rua porque, geralmente, leva um celular na bolsa Iolanda Miranda não usa mais telefone público quando está na rua porque, geralmente, leva um celular na bolsa
Para descobrir como as pessoas veem o orelhão, como um meio para se comunicar, a reportagem do Diário do Aço foi às ruas de Ipatinga perguntar qual foi a última vez que os entrevistados usaram um telefone público para fazer qualquer tipo de ligação. De acordo com o levantamento informal, a cada 10 pessoas entrevistadas, oito responderam que não fazem ligações por meio de um orelhão há mais de cinco anos. Os mais jovens nem sequer usaram o aparelho alguma vez na vida. Os dois principais motivos citados são a facilidade de se ter um celular no bolso e a dificuldade de achar um orelhão na rua, em condições de uso.

Uma das entrevistadas, Iolanda Miranda, de 45 anos, disse que não usa o telefone público há mais de cinco anos. “Hoje em dia a gente sempre anda com celular. Então, quando precisa telefonar para alguém, não precisa ficar procurando um orelhão. Fica bem mais prático com o celular”, afirma.

Já a fotógrafa Maria Eduarda Fernandes, de 18 anos, disse que nunca usou um orelhão. “Nunca precisei. Sempre quando quero falar com algum parente ou amigo, uso o celular mesmo ou o telefone de casa” conta.

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