27 de setembro, de 2017 | 18:25

“Entregaram usinas a preço de banana”, diz deputado sobre leilão da Cemig

Divulgação
As usinas de São Simão (foto acima), Jaguara, Miranda e Volta Grande foram vendidas por R$ 12,3 bilhõesAs usinas de São Simão (foto acima), Jaguara, Miranda e Volta Grande foram vendidas por R$ 12,3 bilhões
O resultado do leilão das quatro usinas hidrelétricas que eram operadas pela Cemig gerou insatisfação de políticos mineiros e temor entre sindicalistas sobre o futuro dos empregos no setor. Vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) criticou o resultado do leilão. "Entregaram as usinas a preço de banana", afirmou o parlamentar, um dos articuladores da frente suprapartidária de políticos mineiros contrários ao leilão.

Ramalho disse que a equipe econômica do presidente Michel Temer — do mesmo partido — "só pensa em dinheiro". "Não levaram em conta a questão social. O preço da conta de luz vai ficar maior", afirmou o deputado.

As quatro usinas (São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande) foram vendidas por R$ 12,3 bilhões, o que representou um ágio de 9,73%.

Ramalho chegou a anunciar uma reunião da bancada mineira no Congresso para avaliar que medidas podem ser tomadas.

Conforme o deputado estadual Rogério Correia (PT), “Chineses, italianos e franceses são donos agora de metade do parque gerador de energia mineiro. Ironicamente, nenhum desses países (China, Itália ou França) abre mão da presença do Estado nos setores estratégicos - o que inclui, claro, o setor de energia e água”.

Comemorou
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, comemorou o resultado. "A gente teve um resultado acima do esperado. Foi importante porque não foi só uma empresa, foram três. Uma que chega ao Brasil forte, a SPIC, e duas já conhecidas no mercado brasileiro, Engie e Enel", disse.

Já para o coordenador-geral do Sindieletro (sindicato dos Eletricitários), Jefferson Silva, o futuro é incerto para os trabalhadores da Cemig.

"A empresa já estava demitindo e com políticas agressivas de desligamento voluntário sempre com a justificativa de reduzir o custo operacional. Não sabemos como será a postura daqui para frente", afirmou.

O sindicalista estipula que os novos proprietários conseguirão um lucro de R$ 39 bilhões nos 30 anos de concessão. O principal motivo, segundo Silva, é o valor estipulado para o mWh, de R$ 142. Ele compara com o valor estipulado para a Usina de Belo Monte (R$ 81). "A população já pagou o custo de construção das quatro usinas e vai pagar novamente", pontua Silva.

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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

28 de setembro, 2017 | 10:50

“Esta maluquice neoliberal começou com o Collor em 1991, quando a Usiminas foi privatizada por alguns milhares de cruzeiros e um montão de títulos desvalorizados da Dívida Agrária. Depois vieram as da Acesita, CSN, Vale, Telemig, Bemge etc.”

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