26 de setembro, de 2017 | 18:17

Falta organização

Durante uma entrevista, meses atrás, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, não gostou da pergunta feita por um repórter, que insistia em dizer ter faltado planejamento da diretoria do clube para a temporada. Nepomuceno, inclusive, foi ríspido ao responder não aceitando a tese, e garantiu que houve muito trabalho e acertos para que o Atlético pudesse ser um time vencedor na temporada 2017.

Na minha opinião, para chegar à condição em que o time se encontra hoje, o primeiro erro foi não ter renovado o contrato do treinador Levir Culpi, que queria continuar seu trabalho no time. Mas seguindo a cartilha dos times brasileiros, e mesmo sendo ele um treinador competente e vencedor, a diretoria resolveu dispensá-lo.

E ninguém sabe justificar como a diretoria foi buscar Diego Aguirre, um treinador pirracento que gosta de inventar situações que não deram certo em lugar nenhum. Mas havia a desculpa esfarrapada dele ter sido campeão da Libertadores, como técnico e jogador. Resultado: aqui ele fez um péssimo trabalho, e sem tirar os méritos do América na conquista do campeonato mineiro, foi o principal responsável pelo Galo não ter vencido a decisão e ter se sagrado campeão estadual naquele ano.

Marcelo Oliveira foi a próxima vítima, Nepomuceno trouxe o bom treinador, mas não deixou que ele desenvolvesse seu trabalho. E foi só acontecer uma derrota na decisão da Copa do Brasil que o treinador foi demitido. Como não havia outra solução à vista, Roger Machado, um treinador emergente, que fez um bom trabalho no Grêmio, foi contratado e também não deu certo.

E como não tinha ninguém disponível no mercado, a diretoria resolveu investir em um treinador de categorias de base, Rogério Micale, que por sinal sempre fez um grande trabalho no Brasil, mas que também não deu certo porque tentou mudar algumas coisas entre os medalhões do time e fazer algumas mudanças dentro das partidas, fato que culminou em várias derrotas. E como não podia ser diferente, foi demitido no domingo à noite após a vergonhosa derrota dentro de casa, para o vice lanterna.

Esta semana o time continua sem rumo, não tem um bom treinador disponível no mercado e o time precisa fugir da zona do rebaixamento. E com um elenco de qualidade, é preciso saber o que está acontecendo, pois é inegável a qualidade de Marcos Rocha, Victor, Fred, Robinho, Adilson, Fábio Santos e tantos outros jogadores do elenco. Se formos olhar, há outros clubes com um elenco de jogadores medianos que estão bem à frente do Atlético, que este ano foi a grande decepção.

E se olharmos para o topo da tabela, por lá está o time dirigido por Levir Culpi. Portanto, o presidente Daniel Nepomuceno provou, neste curto período que passou pela diretoria do Atlético, que aprendeu muito pouco com o seu antecessor.

Nepomuceno ficará para a história como o presidente que teve um dos melhores elencos da história do clube e não conseguiu vencer nem o lanterna e nem o vice lanterna do Campeonato Brasileiro. Sem medo de errar, posso dizer que, para o atleticano, aquele que busca fazer milagres para comprar um ingresso para assistir os jogos do seu time do coração, este período foi uma vergonha.

DECISÃO
Amanhã o futebol brasileiro conhecerá o novo campeão da Copa do Brasil, se Cruzeiro e Flamengo. O Mineirão já tem garantia de público total e o Cruzeiro terá a grande chance de provar a boa campanha que vem fazendo no Campeonato Brasileiro, onde busca a classificação para a Taça Libertadores da próxima temporada.

As duas equipes estão bem preparadas e muito bem treinadas pelos seus treinadores e têm elencos de qualidade. O Flamengo terá a volta de seu principal jogador, o artilheiro Guerrero, um dos principais artilheiros em atuação no futebol brasileiro. O Cruzeiro tem um meio-campo e ataque de qualidade, que será um fator a mais para buscar a vitória.

A expectativa é muito grande, principalmente pelo empate na primeira partida. As duas equipes tendem a buscar a vitória, pois pela falta de qualidade em cobranças de penalidades tentarão decidir a partida nos 90 minutos. Esperamos que a arbitragem na partida não seja fator decisivo, como vem acontecendo na rotina do futebol brasileiro.

ARBITRAGEM
É impressionante a má qualidade da arbitragem no futebol brasileiro. Na segunda-feira, revendo os lances de Corinthians e São Paulo, fica claro que parece haver a intenção de auxiliar o Corinthians a ser campeão com folga, pois quatro lances foram cruciais na partida, dentre eles, o gol mal anulado, um pênalti não marcado. Fica a suspeita no ar, pois na semana em que anunciaram que teríamos árbitros de vídeo, a mesma do jogo entre as duas equipes paulistas, a decisão de implantar o recurso foi adiada.

Lamentamos a falta de profissionalismo da arbitragem brasileira, não só na questão do apito, mas também na responsabilidade, em ter auxílio para apitar corretamente e deixarem de ser tão coniventes com certos times paulistas e cariocas. E como os outros dirigentes do futebol brasileiro não se manifestam, pensando apenas em seu próprio umbigo, com certeza não teremos nenhuma mudança radical na postura dos árbitros.

RESPEITO
A entidades deveriam buscar respeitar a história de pessoas que construíram a história do futebol do Vale do Aço, e reconhecer o trabalho que eles fizeram na região. A organização, o respeito que o esporte tem em vários setores foi construído por estes pioneiros abnegados, os que já se foram e os que ainda estão conosco. Pretender esquecê-los ou fingir que esqueceram é desrespeitar a história da cidade e de cada um deles.

LEMBRANÇAS
Erci José de Souza, assistente de arbitragem por muitos anos da Liga de Desportos de Ipatinga, que marcou várias histórias sérias e engraçadas no futebol regional, mas que foi muito talentoso em campo. Precocemente falecido, Erci deixou muitas saudades e a certeza de ter cumprido bem a sua missão na terra.

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