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26 de setembro, de 2017 | 17:22

Campanha incentiva doação de órgãos em Minas

Divulgação
Unidade de Transplantes do HMCUnidade de Transplantes do HMC


No intuito de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, a Fundação São Francisco Xavier aderiu à Campanha Setembro Verde. Criada por iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em alusão ao Dia Nacional de Doação de Órgãos, lembrado hoje, 27 de setembro, a ação fomenta a discussão entre familiares e amigos.

Em 2016, mais de 90% dos processos realizados no país foram financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em que os pacientes possuem assistência integral, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

No caso do transplante renal, Minas Gerais alcança o segundo lugar nacional em número absoluto do procedimento, mas o estado realiza apenas 46% da necessidade estimada para no estado. O aumento da doação é importante para que mais pessoas sejam contempladas.

“O número de pessoas com problemas renais mais que dobrou na última década, alcançando a marca atual de 120 mil pacientes em Hemodiálise no Brasil”, explica o gerente do Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) do Hospital Márcio Cunha e médico nefrologista, Carlos Alberto Chalabi Calazans.

“Em MG, existem 22 equipes de transplante renal, sendo 17 ativas e, no Leste do estado, o Hospital Marcio Cunha é o único com um centro transplantador, sendo referência para a região. Além do Vale do Aço, atendemos também outras cidades próximas, como Teófilo Otoni, Governador Valadares, Manhuaçu, Caratinga e Itaobim. Em média, realizamos entre 45 e 50 procedimentos por ano”.
Jorge Horta da Silveira, transplantado no HMC, com o médico Carlos Alberto Chalabi CalazansJorge Horta da Silveira, transplantado no HMC, com o médico Carlos Alberto Chalabi Calazans

Aproximadamente, 10% da população brasileira possui algum grau de acometimento renal. Silenciosa e assintomática, este tipo de doença só é notada, muitas vezes, no estágio final, quando os rins estão filtrando menos de 10% do sangue. “São sensações como cansaço, fraqueza, desânimo, soluços e hálito urêmico. Neste momento, as opções de tratamento são a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante”, conta o presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia e nefrologista da Unidade de Transplante do HMC, detalha Daniel Calazans.

Captação

Todo paciente com morte encefálica – lesão irrecuperável que causa interrupção definitiva de todas as atividades cerebrais – é um potencial doador. Entretanto, a decisão final sobre o destino dos órgãos não cabe ao indivíduo. Até 1997, a lei regulamentada presumia que todos os brasileiros eram doadores. Mas uma reformulação feita em 2001 transferiu para os familiares a responsabilidade sobre esta decisão.

E os motivos são vários. Os parentes enfrentam uma série de dilemas éticos na hora de decidir o que fazer com o ente querido recém-perdido e, a própria dificuldade em compreender o conceito da morte encefálica, contribui para a negação. “A pessoa está na UTI com morte encefálica, mas o coração batendo e os outros órgãos funcionando. Para alguns, é difícil aceitar que ela morreu. Parece que ainda há esperança de recuperação”, afirma o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), Emerson Damasceno Moura.

Como ser um doador de órgãos
Para ser um doador, a principal decisão é informar o desejo à família porque, após o diagnóstico de morte encefálica, ela é consultada e orientada sobre este processo. A morte encefálica, mais conhecida como morte cerebral, representa a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como a perda da consciência e da capacidade de respirar; o que significa que o indivíduo está morto. O coração permanece batendo por pouco tempo e, é neste período, que os órgãos podem ser utilizados para transplante.

Quando o doador é uma pessoa falecida, podem ser retirados para transplante duas córneas, dois rins, dois pulmões, fígado, coração, pâncreas, intestino, pele, ossos e tendões. Ou seja, um único doador pode salvar muitas vidas.

Também é possível ser doador em vida, sem comprometer a saúde. Nesses casos, é possível doar tecidos, rim e medula óssea. Ocasionalmente, também é possível doar parte do fígado ou do pulmão. Em Minas Gerais é possível fazer transplantes de coração, córnea, fígado, medula, pâncreas, pele, rim, rim conjugado com pâncreas e tecido ósseo.

“A doação de órgãos, seja em vida seja de um ente querido falecido, é um gesto grandioso que pode salvar vidas ou oportunizar qualidade para quem esteja acometido de doença crônica grave. E reflete ação ideal de que deveríamos cuidar melhor uns dos outros, a fim de criar um mundo bom de se viver para todos”, conclui o ex-supervisor de palco, Jorge Horta da Silveira que, em 2010, realizou transplante de rins no HMC.

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Comentários

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Salvador Auxiliador Costa

27 de setembro, 2021 | 08:59

“Quero me cadastra como doador de órgãos na morte”

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