12 de setembro, de 2017 | 18:33
Até quando?
Que o nosso é um dos países mais racistas do planeta estamos cansados de saber. Mas quando vamos parar com esta postura de ódio, ninguém sabe ainda. Acredito que nunca teremos uma condição diferente da que temos hoje, e que em um país onde há uma mistura de todas as raças isto não deveria mais fazer parte do nosso cotidiano.O InterMed, uma competição universitária que é realizada na cidade de Barretos, e, São Paulo, vive com esta rotina em seus jogos, e este ano não está sendo diferente. Um atleta da Faculdade de Medicina da USP foi vítima de racismo durante a competição. Preto, negro, você é um lixo”, olha a sua cor, você é negro, com certeza passou por cotas, né”...
Estas foram as palavras que o aluno ouviu na primeira temporada defendendo sua instituição.
O pior é que alguns torcedores jogaram bananas dentro das quadras e ainda passaram os jogos imitando macacos. Essa história já ocorreu em anos anteriores, quando os judeus foram massacrados durante o Holocausto.
O esporte deveria ser um motivo para unir as pessoas, e tem sido palco de manifestações que não podem mais ser toleradas por pessoas racionais. Mas em um país onde não há nenhum respeito, essa prática está aliada à falta de punição para quem comete este tipo de atitude.
O racismo deveria fazer parte do passado, mas a cada dia vemos e ouvimos novos elementos, novas manifestações. Infelizmente, o mundo caminha para o caos total, e só vai parar no dia que uma tragédia colocar todos no mesmo patamar, para que a razão supere a emoção, mesmo que esta emoção seja da ignorância.
DE NOVO?
Não é possível isto acontecer no futebol amador, e mais uma vez o futebol amador de Ipatinga fica manchado com agressão à arbitragem por jogadores da categoria Super Máster.
A categoria Super Máster foi criada para que jogadores veteranos tivessem a oportunidade de confraternizar, e depois curtir a vitória ou derrota em uma mesa de bar, para participar de uma confraternização entre pessoas de bem, mas a história não está sendo bem assim.
Um cidadão, goleiro de uma equipe do Super Máster, teve uma decisão mais impensada possível, de agredir um cidadão de bem. Não é possível que, em pleno século 21, pessoas ainda pensem que o ódio e a covardia possam imperar sobre o bem.
Entendo que isto está fora de moda, que agressão está na mesma proporção do racismo, e fico imaginando que exemplo pode ser dado para os familiares que estão assistindo as partidas, ao vivenciar uma atitude de um jogador veterano, com mais de 50 anos, agredir um cidadão, trabalhador, pai de família, que saiu de casa para apitar uma partida de futebol.
Aproveito o momento e cobro uma medida administrativa do departamento técnico da Liga de Desportos de Ipatinga, até o julgamento do TJD, sobre este fato acontecido em nosso futebol. E espero que o presidente da entidade, Roberto Xavier, pessoa séria, também se manifeste e dê uma satisfação à sociedade esportiva da cidade.
É inadmissível que isto ainda possa acontecer na categoria Super Máster, com gente em fim de carreira, que tem no futebol apenas um motivo para uma confraternização no final de semana. Nada justifica uma agressão. Não podemos deixar que o ÓDIO supere o AMOR, nada justifica uma agressão.
Faço um apelo aos árbitros de Ipatinga, que façam um minuto de silêncio em suas partidas em respeito e solidariedade ao companheiro de arbitragem, e faço questão de estar domingo em um campo de futebol para ver se os amigos irão tomar esta atitude.
Quero prestar a minha solidariedade ao árbitro Alexsander, que hoje já não faz mais parte do quadro de árbitros da Liga de Desportos de Ipatinga. Parabéns pela sua atitude, de não compactuar com estas covardias. E fica a expectativa de que todos tenham a coragem de protestar e dar um basta nesta violência.
IPATINGA
O Ipatinga terminou o primeiro turno com uma vitória importante sobre o Ponte Nova, um resultado que permite à equipe brigar por uma vaga de acesso à Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Foi um bom resultado fora de casa, deixando a equipe tranquila, mas sabedora que precisa continuar vencendo, já que o Democrata de Sete Lagoas está muito próximo.
O time de Ipatinga não tem muito ainda o que comemorar, mas a diretoria tem trabalhando para buscar novos jogadores que irão compor o elenco, reforçando a equipe, para buscar a tão sonhada vaga.
No próximo domingo o Ipatinga estará na cidade de Ouro Branco, enfrentando o Bétis, para buscar mais uma vitória.
ESTÁDIOS
Muitos clubes do país têm estádios próprios, como é o caso do Grêmio, Internacional, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, as equipes de Campinas, do Paraná, não tendo que pagar” para jogar nos estádios que o estado é o proprietário.
Atlético e Cruzeiro não tem estádios próprios. O Cruzeiro fez um contrato com a Minas Arena e manda os seus jogos no Mineirão, mas por lei, qualquer clube do estado pode jogar no Mineirão, desde que cumpra o que está estabelecido. O Atlético fechou uma parceria com a BWA e manda a maioria dos seus jogos no Independência, e com a decisão de buscar o seu espaço próprio, muita coisa poderá mudar no futebol mineiro.
A Minas Arena tinha a expectativa de que o Galo também mandasse os seus jogos no Mineirão, mas isto não aconteceu. E com a reunião a ser realizada na próxima semana, outro problema será criado com o estádio Independência, visto que daqui a aproximadamente três anos não terá mais o Atlético como seu principal cliente e terá que buscar novas maneiras de gerar recursos para valer a pena administrar a Arena Independência.
LEMBRANÇAS
Nesta segunda-feira (11), um grande destaque do esporte e da história de Ipatinga Daniel Borges Pereira, o Nié, foi caminhar nos campos do Senhor. E nós fazemos uma homenagem a ele, um homem de bem e um ser de coração iluminado e de rara coragem e persistência, que, mesmo sendo portador de necessidades especiais, foi destaque como um dos maiores goleiros do Vale do Aço, tanto no futebol bretão quanto no futsal.
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