06 de setembro, de 2017 | 14:30

Ex-presidiário assume droga apreendida em Governador Valadares e livra o primo

Josiel Vargas afirma que primo aproveitou viagem para embarcar em seu carro levando droga

Wellington Fred
"Não desejo isso nem para meu inimigo”, diz chefe de cozinha ao ganhar liberdade


O ipatinguense Josiel Vargas da Silva, de 42 anos, depois de ser ouvido na Delegacia de Polícia Civil em Governador Valadares, foi liberado sem o pagamento de fiança, por decisão do Ministério Público, acatada pelo juiz de plantão. Vai responder ao inquérito em liberdade. Josiel alega que apenas transportava em seu carro Glauber Augusto de Lima, de 30 anos, seu primo de segundo grau, que assumiu toda a responsabilidade pelos 18 quilos de maconha apreendidos no carro de Josiel, um Nissan Tiida, na noite de segunda-feira (4). Glauber, autuado em flagrante, teve a prisão transformada em preventiva. O acusado estava em liberdade condicional, depois de ter cumprido pena por roubo.

Na manhã desta quinta-feira, Josiel concedeu entrevista ao Diário do Aço sobre o que classificou como “o pior dia de sua vida”. Josiel relata que tudo começou quando recebeu o pedido para levar Glauber a Governador Valadares. O passageiro, que é seu primo de segundo grau, alegou que iria a uma empresa para fazer o fichamento e trabalhar. “No dia do fato eu estava cansado, tinha entrado para o trabalho às 5h. Fiz o almoço e, posteriormente, entrei em período de folga. Retornaria somente mais tarde para trabalhar e decidi ir a Valadares levar o Glauber”.

Quanto à droga no carro, Josiel disse que não sabia da existência do entorpecente. Na entrevista detalhou que, antes de pegar a estrada para a viagem, passou pela casa de Glauber, no bairro Canaã. “Ele colocou uma caixa que eu pensei que era roupa. Sentou-se no banco da frente, nós pegamos o sentido Canaãzinho/Caravelas e abastecemos. Em seguida, ele alegou que tinha esquecido algo em casa. O carro estava no sinal fechado, passei para ele a direção e o avisei que iria fazer um lanche em uma pastelaria e que ele fosse em casa pegar o que havia deixado para trás.

Ainda reclamei com a menina do pastel que o lanche foi frito com o recheio congelado. Sou chefe de cozinha e entendo de alimentos. Dez minutos depois, o Glauber voltou, reassumi a direção do carro e dirigi até Governador Valadares, onde houve o flagrante. O policial até me perguntou se eu não senti cheiro de maconha. Informei que isso não seria possível porque não conheço maconha desse jeito e meu carro está cheio de panelas, o que provoca cheiro de comida”, afirmou.

“Não fugi, sai para comprar cigarros”

Ainda conforme Josiel, ao chegar a Valadares, Glauber permaneceu em uma lanchonete ao lado de um posto de combustíveis, enquanto ele saiu para comprar cigarros para o primo. “Eu procurava pelo local para comprar o cigarro quando a polícia me abordou e levou de volta ao posto. Chegando lá, Glauber já estava preso e os policiais retiravam as coisas do meu carro. Não sabia que havia droga lá”, reiterou.

Para Josiel, a maconha foi embarcada no carro quando Glauber saiu no veículo para pegar algo que ele alegou ter esquecido em casa. “Eu sabia apenas da caixa que vi ser colocada no carro. Quando os policiais perguntaram sobre uma mochila, em nem sequer sabia dela. O que eu sabia é que no carro havia a caixa do Glauber, meus utensílios de cozinha e uma caixa de leite que eu havia comprado”, acrescentou.

Conforme Josiel, ao perceber o que havia ocorrido, perguntou ao Glauber o que ele tinha feito. “Aí, eu que nunca tinha entrado em um camburão e nem nunca tinha visto uma algema, me vi nessa situação. Um policial perguntou se eu devia alguma coisa. Eu disse que não e ele quis que eu desbloqueasse meu celular. Dei a senha na hora e, em seguida, me foram tiradas as algemas. Fiz o exame de corpo de delito sem algema e fui liberado pelo delegado, depois que chamei um advogado que se encontrava na delegacia”, acrescentou.

Josiel também negou que tenha recebido R$ 500 para levar Glauber a Valadares, conforme chegou a ser divulgado. “Não consigo imaginar de onde saiu essa informação, mas não teve nada disso, não. Sou empregado, tenho um bom salário e não iria me complicar por causa de um valor desses”, enfatizou.

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Comentários

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Marcos Guimarães

07 de setembro, 2017 | 12:05

“Faltou inteligência à PM de Governador Valadares. Deveriam ter colocado o capacitado pessoal da Polícia Civil para dar o bote e prender o "cliente". Ficou a pergunta: _Para quem iria a droga?_Quem trouxe a droga para o Vale do Aço? Fato é que as quantias em apreensões têm aumentado, e nenhuma quadrilha ainda foi presa.
Deram o pulão na hora errada e colheram o quê? Ainda deram tiro no pé, apreendendo um cidadão que aparentemente nada tem a ver com o fato, enquanto isso, os "donos" estão rindo da estapafúrdia ação.
Lamentável!!!
Anônimo, se o cara te deve, fala com ele e tenha a dignidade de por seu nome ai, e tem mais, ninguém está interessado se ele te deve.”

Jose de Paula Santos

07 de setembro, 2017 | 11:11

“kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, me engana.”

Anonimo

06 de setembro, 2017 | 22:04

“Ah, então tem bom salário? Por que não paga as pessoas que deve?”

Marlene

06 de setembro, 2017 | 15:51

“eu fico feliz por ele realmente nao ter envolvimento com drogas..pq conheci ele no supermercado q trabalho..muito simpático se apresentou pra gente..e disse q era chef de cozinha e nos convidou para conhecer o trabalho dele..no qual é feito com muito amor..infelizmente a inocência dele quase levou para o buraco..poderia acontecer com qualquer um..
Parabéns aos policiais q fizeram o trabalho obtendo êxito..tirou de circulação muita droga..e parabéns a esse jornal q deu a oportunidade pra ele explicar como aconteceu os fatos..nao sai por ai igual ao outro jornal aumentando coisas para obter ibope..
Parabéns mêsmo..”

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