
05 de setembro, de 2017 | 18:34
Enxadristas de Ipatinga representaram o Brasil no Mundial de Xadrez
Lazer para algumas pessoas, arte e ciência para outras, o certo é que o xadrez é um esporte que tem milhões de praticantes em todos os países do mundo. Este ano, o Campeonato Mundial de Cadetes, atletas de 8, 10 e 12 anos, ocorreu no Brasil, em Poços de Caldas, nos dias 21 a 31 de agosto.Participaram no Mundial de Cadetes 416 jogadores de 46 países, e representando o Brasil estavam 36 jogadores nas seis categorias em disputa no masculino e feminino. Entre os brasileiros, merecem destaque os irmãos Samuel Teixeira Silva (categoria 10 anos) e Lucas Teixeira Silva (categoria 12 anos), de Ipatinga, compondo a Seleção Brasileira de Xadrez e representando o Vale do Aço na elite mundial.
Os irmãos Lucas e Samuel têm se destacado no esporte regional há pelo menos três anos, e já disputaram o Pan Americano de Xadrez em 2015 e o Mundial Escolar em 2016. Novamente trata-se de um feito que realça o desenvolvimento do xadrez do Vale do Aço, ratificando o sucesso das atividades realizadas pela Fundação Brasileira de Xadrez/Aciapi no cenário nacional.
Para Geraldo Antônio da Silva Filho, curador da Fundação Brasileira de Xadrez/Aciapi, que acompanhou o evento, o grande destaque na competição foram os atletas dos Estados Unidos, que ficaram em primeiro lugar nas três categorias do masculino. No feminino, a disputa teve três campeãs de países diferentes: no sub-8 os Emirados Árabes Unidos, no sub-10 a China, e, no sub-12, a Índia.
Neste campeonato, países tradicionais como a China e Índia que os historiadores afirmam terem provavelmente inventado e desenvolvido o jogo de xadrez, foram superados pelos americanos. O mesmo aconteceu com a Rússia e os países que fizeram parte da União Soviética, como Uzbequistão e Azerbaijão, que durante a Guerra Fria massificaram o aprendizado do jogo e refinaram sua teoria.
É interessante ressaltar que, para conquistar resultados expressivos no xadrez, é preciso treinar muito e jogar bastante contra jogadores mais categorizados. Assim, asiáticos e europeus antigamente estavam em vantagem em relação aos americanos por dois motivos: menor distância entre os países do bloco, o que facilitava o intercâmbio; e o número de praticantes categorizados, que aumentava a competitividade nos torneios regionais.
Escola Nacional de Treinadores
No Brasil, caso similar ao americano, temos apenas 12 Grandes Mestres e uma meia dúzia de Mestres Internacionais, o que, associado à dimensão continental de nosso país, até pouco tempo dificultava o desenvolvimento do xadrez.
Geraldo Antônio afirma que a internet veio para eliminar estes problemas, sendo hoje possível alcançar a qualificação enxadrística em qualquer parte do mundo. E para ilustrar, conta que estavam presentes no Mundial de cadetes enxadristas de Moçambique, localizado na costa oriental da África.
Para que o Brasil possa alcançar o que os americanos vêm realizando em suas categorias de base, espelhar-se naquele modelo pode encurtar o caminho, diz o curador da Fundação Brasileira de Xadrez/Aciapi. Precisamos implementar a Escola Nacional de Treinadores, porque hoje o xadrez está massificado nas escolas brasileiras, portanto, qualificar os professores que ensinam o jogo a milhares de crianças e adolescentes é fundamental para se conseguir a excelência no xadrez”.
Em 2013, a Fundação Brasileira de Xadrez/Aciapi criou o Clube Brasileiro de Xadrez Escolar, para permitir aos alunos de escolas espalhadas pelo Brasil o acesso a um material de estudo e treinamento apropriado aos que desejam aprimorar-se para a competição. E agora pretende ir além, com a Escola Nacional de Treinadores.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]