01 de setembro, de 2017 | 18:00
Caos na saúde em Caratinga com Hospital e maternidade fechados
Bombeiros não têm para onde levar vítimas graves e expectativa é inauguração da UPA na semana que vem
Divulgação
Principal hospital de Caratinga fechou as portas. Pacientes da urgência e emergência serão levados para outras cidades, inclusive Ipatinga
Principal hospital de Caratinga fechou as portas. Pacientes da urgência e emergência serão levados para outras cidades, inclusive IpatingaO fechamento do Hospital e Maternidade Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA), em Caratinga, que atendia aos pacientes do Sistema Único de Saúde gera uma situação de caos na rede de saúde naquele município, com possíveis reflexos também nos hospitais do Vale do Aço.
A maternidade Grimaldo Barros de Paula, mantida pelo hospital, amanheceu ontem com as portas fechadas. A referência mais próxima para os Caratinguenses passou a ser o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga.
Um aviso afixado pela direção técnica do hospital citava que “há muito tempo vem enfrentando dificuldades em manter os serviços com pagamentos a fornecedores, funcionários, impostos, equipes médicas, dentre outros”. A direção ainda destacou que, especificamente nos últimos anos, houve um “agravamento da crise financeira em todo o sistema de saúde do país” e, especialmente, as instituições filantrópicas vêm “pagando um preço muito caro para tentar se manter de portas abertas”.
O aviso ainda traz a mensagem de que a direção do HNSA quer deixar claro à população que o problema existe e foi trazido a público pelo próprio hospital, para juntos “encontrarmos o melhor caminho”. “O passado serve para alertar a todos a não repetir os erros e equívocos, o presente serve para discutir e buscar soluções e assim almejarmos um futuro melhor para toda a comunidade”, diz um trecho do aviso.
Ao fim, o comunicado declara as atividades suspensas por “não possuir condições técnicas de oferta dos serviços”.
Avisos na porta indicam que a maternidade não atende mais à população de Caratinga Fechado
No hospital, desde quinta-feira não são admitidas novas internações, pois não há profissionais, medicamentos e insumos para os atendimentos. A crise do HNSA há muito tempo é declarada mas, apesar da precariedade, até então os serviços vinham sendo mantidos, informa a direção. A população de Caratinga sempre vivia em meio à ameaça do encerramento das atividades da instituição, mas encarar o fechamento da unidade de saúde assustou a população, que se manifesta enviando mensagens aos jornais e pedindo a intervenção dos representantes políticos.
Bombeiros Militares não têm para onde levar vítimas graves
Na manhã de sexta-feira, o comandante do 6° Pelotão de Bombeiro Militar de Caratinga, tenente Aldeir Franco, visitou unidades hospitalares para saber para onde serão levadas as pessoas acidentadas, tendo em vista que o hospital Nossa Senhora Auxiliadora não realizará os atendimentos.
O tenente Franco informou que Inhapim recebe apenas casos menos graves, classificados na cor amarela, segundo o protocolo de Manchester e Bom Jesus do Galho, as cores amarela e laranja. “Nunca passamos por uma situação como essa, terei que ver com nosso comandante o que faremos, se levaremos para Ipatinga, que também costuma não aceitar, ou se tem outra saída. Mas se tivermos que nos deslocar para Ipatinga, a cidade fica desguarnecida, pois são quatro bombeiros por dia trabalhando, é uma situação muito complicada”.
O Centro de Assistência à Saúde (CASU) continua recebendo apenas casos clínicos. O tenente disse ter sido informado ontem pelo prefeito Wellington Moreira que a UPA deverá ser inaugurada na próxima quinta-feira (7), adiantando o prazo que seria dia 13.
SES-MG garante que principais repasses estão em dia
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) faz parte do elenco de beneficiados pelo Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais (Pro-Hosp Incentivo) e que, no ano de 2016, repassou R$ 1.103.279,67 do programa para o HNSA.
Também afirma que, em relação à 1ª parcela quadrimestral de 2017 (janeiro a abril), o hospital cumpriu 20% das metas de atendimento, correspondendo ao valor de R$ 220.655,94, que foi pago em 23 de junho. Quanto à segunda parcela (maio a agosto) a SES-MG informa que o valor é de R$ 367.759,89 e a previsão para envio do pedido de pagamento é setembro de 2017. "Desta forma, informamos que o repasse dos recursos do Programa Pro-Hosp para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, do município de Caratinga, encontra-se regular", afirma a nota.
O governo estadual destaca, ainda, outros valores repassados ao HNSA e cita, entre eles, o Programa Estadual Rede de Resposta Hospitalar às Urgências e Emergências, que repassa mensalmente R$ 200 mil. "A parcela do mês de junho será paga nesta sexta-feira (1). Estão em atraso as competências de julho e agosto de 2017, totalizando o valor de R$ 400 mil", conclui a nota.
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Cleuzeni Torres
02 de setembro, 2017 | 06:24“muito triste .É existe um ditado que diz :Acorda rebenta sempre pra o lado dos mais fracos. Enquanto os políticos vivem em rios de dinheiro. Então não votar em ninguém é a melhor solução. Se eles não fazem nada pra sociedade, não tem necessidade deles no poder.”