29 de agosto, de 2017 | 01:00

Conflito entre indígenas e posseiros em Açucena será tema de audiência

Wôlmer Ezequiel
ndios em Felicina, Açucena, querem proteção em área de preservação ambiental ndios em Felicina, Açucena, querem proteção em área de preservação ambiental


Os conflitos entre posseiros e moradores da aldeia Pataxó Geru Tucunã, localizada no Parque Estadual do Rio Corrente, em Açucena, serão tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião está agendada para amanhã, quarta-feira (30), às 9h30.

Conforme informações levadas à ALMG, a comunidade indígena tem hoje 70 integrantes, de 23 famílias. O cacique Baiara avalia que o parque, que tem área de aproximadamente 5 mil hectares, está em situação de abandono. A degradação tem sido agravada em função da criação irregular de gado e de búfalos, por posseiros que ocupam terras

Os indígenas querem regularizar a permanência da etnia no local. Para isso, eles pedem que o governo estadual altere a destinação do território do parque, de reserva ambiental para indígena ou sustentável.

“Com essa mudança, teremos a segurança de realizar nossas atividades econômicas. Queremos fazer o plantio da nossa agricultura de subsistência e também produzir o suficiente para comercialização na região. Além disso, queremos instalar um viveiro de mudas nativas para que nossa tribo possa fazer o reflorestamento do parque e a preservação das nascentes”, explica o cacique.

A proposta da audiência pública é discutir com o estado a possibilidade de atender as reivindicações da comunidade Pataxó, em Açucena.
Integrantes da aldeia Pataxó Geru Tucunã denunciam depredação do Parque Rio Corrente por atividade irregularIntegrantes da aldeia Pataxó Geru Tucunã denunciam depredação do Parque Rio Corrente por atividade irregular


Convidados
Além do cacique Baiara, foram convidados para a reunião três secretários de Estado: de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Jairo José Isaac; e de Desenvolvimento Agrário, professor Neivaldo. Entre outras autoridades, também foram convidados o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Thiago Henrique Fiorott; o diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), João Paulo Mello Rodrigues Sarmento, e a prefeita de Açucena, Darcira de Souza Pereira.

Entenda
Os Pataxó chegaram à reserva em 23 de junho de 2010, com aproximadamente 80 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Todos vieram de Carmésia para o Vale do Aço em busca de uma vida melhor e para fortalecer a cultura indígena.

No dia 26 de janeiro de 2014, uma reportagem do Diário do Aço já indicava que representantes da comunidade relatavam transtornos, pois a reserva ecológica ocupada pelos indígenas é uma área muito cobiçada por posseiros e fazendeiros.

Àquela época, os indígenas denunciavam que, dentro da reserva, já existia uma grande área desmatada para formação de pastagem, árvores centenárias foram derrubadas para dar lugar ao capim braquiária. Também as áreas das principais nascentes de água estavam degradadas por rebanhos de bovinos.

Já publicado:
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