26 de agosto, de 2017 | 10:22

Jogo da rodada

Por incrível que pareça, o jogo mais importante desta 22ª rodada do Campeonato Brasileiro não é o do Corinthians, líder disparado e virtual campeão, talvez porque seu adversário ontem, na Arena Itaquera, em São Paulo, tenha sido o lanterna Atlético de Goiás.

O jogo da rodada será disputado hoje, no Mineirão, entre o entusiasmado Cruzeiro, finalista da Copa do Brasil, em 6º lugar com 30 pontos, contra o Santos, em 3º, com 37, ambos brigando na parte de cima da tabela.

O torcedor comum, aquele que de fato sofre quando o time do coração vai mal e cobra resultados, também é o mesmo que apoia, vibra, grita, chora de alegria, como fez a torcida celeste na última quarta-feira, quando a equipe obteve uma dramática classificação sobre o Grêmio, garantindo sua presença na final da Copa do Brasil contra o Flamengo.

E, se não haverá o gol qualificado na grande final, o que diminui a importância de decidir em casa, há uma certeza absoluta de que por ser a segunda partida decisiva no Mineirão, haverá, sim, um algo mais a favor do Cruzeiro, o apoio incondicional da sua imensa torcida.

Ambiente péssimo
O Galo, cujo ambiente interno é dos piores, vai a Campinas encarar a sempre encardida Ponte Preta, sobretudo quando joga dentro de seus domínios. E é um confronto direto, pois a Macaca ocupa o 11º lugar, com 27 pontos, enquanto o Atlético é o 13º, com 26.

Se, por um lado, assusta a distância de apenas 3 pontos que o separa do São Paulo, primeiro da zona de rebaixamento, o alvinegro se encontra somente a 4 pontos do Cruzeiro, que é último do G-6, que garante vaga na Pré-Libertadores.

Isso é reflexo da bagunça interna que se instalou no clube, pela falta de comando e de um planejamento eficaz da atual diretoria. André Figueiredo foi finalmente demitido do cargo de superintendente de futebol e retornou para onde não deveria ter saído, as divisões de base.

Como já adiantou a coluna, outro que vai deixar o Atlético é Carlinhos Neves, preparador físico, este sim uma grande perda. Descontente com a demissão de Roger Machado, ele entregou o cargo ao presidente, mas aceitou um apelo para ficar até a contratação de outro para substituí-lo.

Resumo da ópera bufa atleticana: “ Quando o general é fraco e sem autoridade, quando suas ordens não são claras e coesas, quando não existem regras fixas aos seus oficiais, e quando as fileiras de homens são formadas de forma casual e desleixada, a consequência é a total desorganização”. Isso foi o que disse Sun Tzu, general chinês que viveu há mais de 2.500 anos atrás, no livro “A Arte da Guerra”.

FIM DE PAPO
Outro jogo que chama a atenção é o clássico paulista denominado “Choque-Rei”, entre Palmeiras x São Paulo, na Arena do “Verdão”. Embora seja mais importante para o Tricolor em termos de pontuação, este jogo será fundamental para o futuro do técnico Cuca.

Se acontecer uma improvável ainda que possível derrota palmeirense, ele dificilmente terá condições de permanecer no cargo. E aí, quem sabe, Cuca desembarcaria na Cidade do Galo antes mesmo de 2018, um retorno que já teria sido acertado entre ele e a atual diretoria.

A semana que passou foi trágica para o rádio esportivo mineiro, pois perdemos em menos de 48h dois companheiros, dois grandes nomes, Willy Gonser e Luiz Carlos Alves, que dedicaram suas vidas profissionais à cobertura do esporte, notadamente o futebol, onde deixarão muitas saudades a seus ouvintes, leitores, enfim, a todos que tiveram o privilégio de conviver e desfrutar de suas amizades.

Com Willy Gonser, o “alemão”, o narrador “completo”, como era chamado, eu convivi durante pelo menos uns 20 anos. Luiz Carlos Alves, outro profissional de alta linhagem, pessoa educada, foi um de meus inspiradores, um ídolo da época de ouro do rádio e TV mineira, quando empunhava o microfone da Rádio Guarani de Belo Horizonte ou na TV Itacolomi, afiliada da Rede Tupi.

Eles se juntam a outros tantos companheiros que também já se foram, como Aloysio Martins, Osvaldo Faria, Fernando Sasso, Carlos César Pinguim, Dirceu Pereira, Aldair Pinto, Waldir de Castro e outros. Que Deus ilumine suas jornadas no plano espiritual.

No meio de muita tristeza, ao menos uma boa notícia para o rádio mineiro. A final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Flamengo, dia 27 de setembro, vai marcar o início de uma concorrência que deixou de existir há bastante tempo e trouxe acomodação e muito marasmo ao rádio esportivo da capital.

Vão começar as transmissões de futebol da Rádio Super Notícia 91,7 FM, que pertence ao empresário Vitório Medioli, prefeito de Betim e dono dos jornais “O Tempo”, “Super” e do grupo Sada. Na equipe da Rádio Super estão o narrador Osvaldo Reis, o “Pequetito”, além dos repórteres Roberto Abras e Arthur Morais, além de muitos novos e bons profissionais. Enfim, toda concorrência é saudável, e quem vai ganhar com isso é o torcedor mineiro. (Fecha o pano!)