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09 de agosto, de 2017 | 18:05

Evento em Ipatinga celebra 60 anos da parceria entre Brasil e Japão

A celebração dos 60 anos do acordo Lanari-Horikoshi também foi palco para o lançamento da versão, em língua portuguesa, do livro Vínculo de Aço – Minha Mocidade Dedicada à Usiminas

Wôlmer Ezequiel
A celebração dos 60 anos de parceria com os japoneses lotou o Centro Cultural UsiminasA celebração dos 60 anos de parceria com os japoneses lotou o Centro Cultural Usiminas
O acordo Lanari-Horikoshi oficializou a participação da Nippon Steel na criação da Usiminas – siderúrgica nipo-brasileira e que simboliza a união de culturas e muitos esforços. A celebração dos 60 anos dessa história ocorreu na noite de terça-feira (8), no Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga, em solenidade que reuniu autoridades locais e do outro lado do mundo.

O diretor da NSSMC nas Américas, Kazuhiro Egawa, afirmou que o ato lembrou a relação que o Brasil e Japão construíram ao longo de seis décadas. “Tenho muita gratidão. Comemorar isso é muito importante para nós. E esse sonho só foi possível por causa do apoio dos ipatinguenses. Então, esse evento é uma forma de agradecer também ao povo de Ipatinga pelo carinho”, pontua.

Representando o presidente da Usiminas, Sergio Leite, o diretor de Recursos Humanos, Luís Márcio Araújo Ramos, avaliou o bom momento da empresa e destacou a importância do reconhecimento dessa parceria. “Uma empresa que não reconhece a sua história, dificilmente construirá um futuro. Temos todo o compromisso de garantir o desenvolvimento da Usiminas”, enfatizou em seu discurso.
Kazuhiro Egawa é diretor da NSSMC nas AméricasKazuhiro Egawa é diretor da NSSMC nas Américas

O presidente da NSSMC no Brasil, Hironobu Nose, destacou o crescimento da cidade a partir do surgimento da Usiminas. “É importante lembrar o intercâmbio construído entre Japão e Brasil ao longo dos 60 anos, o que significa muito tempo. No passado, Ipatinga só tinha 300 moradores, e hoje tem mais de 200 mil. Esse desenvolvimento da cidade é fruto do crescimento da Usiminas”, resumiu.

Nose também citou que a troca de conhecimentos foi um dos marcos da parceria entre os dois países. “Muitas empresas participaram dessa fase de construção e, desde aquela época, a Nippon sempre exerceu seu papel nesse grupo japonês. Além de participar da construção, também tinha que ensinar como operar a usina. E esse relacionamento da Nippon, de passar seus conhecimentos para a Usiminas, continua até hoje”, lembra.
Hironobu Nose: “Muitas empresas participaram e a Nippon sempre exerceu seu papel nesse grupo”Hironobu Nose: “Muitas empresas participaram e a Nippon sempre exerceu seu papel nesse grupo”

Cônsul
Conforme o cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Yoshitaka Hoshino, a Usiminas começou como um projeto nacional, e hoje se tornou um exemplo de comprometimento e dedicação para o Japão. “Para o governo japonês, a Usiminas tem uma representação simbólica e especial. Por isso o governo, por meio da minha pessoa, fez questão de participar dessa celebração de 60 anos do acordo Lanari-Horikoshi”, conta.
João Carlos Amorim discorreu sobre uma nova fase do Brasil João Carlos Amorim discorreu sobre uma nova fase do Brasil



Novo país
Para representar o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o Superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, João Carlos Amorim, participou da celebração e afirmou que o Brasil tem muito a ganhar com essa relação com os japoneses. Em seguida, destacou as reformas em curso no país neste momento. “O ministro Ronaldo Nogueira é um dos responsáveis pelas reformas que estão ocorrendo para que o país possa se tornar um Brasil mais avançado e mais moderno. Nós temos hoje um índice de 13,7% de empregos gerados por meio dessa nova política”. Amorim citou ainda que a parceria instituída pelo acordo Lanari-Horikoshi, ao longo de 60 anos, trouxe desenvolvimento e tecnologia para o Brasil, gerando emprego, renda e conhecimento no ramo da siderurgia.
Yoshitaka Hoshino representou o governo japonês na celebração   Yoshitaka Hoshino representou o governo japonês na celebração

O evento também reuniu no Centro Cultural Usiminas os funcionários aposentados e atuais; membros dos conselhos Diretor e de Administração da Usiminas; vice-prefeito, Jésus Nascimento; e outras autoridades.










“Vínculo de Aço – Minha Mocidade Dedicada à Usiminas”

A celebração dos 60 anos do acordo Lanari-Horikoshi também foi palco para o lançamento da versão, em língua portuguesa, do livro Vínculo de Aço – Minha Mocidade Dedicada à Usiminas, do escritor Koremasa Anami, traduzido pelo advogado e presidente do Conselho Fiscal da Usiminas, Masato Ninomiya. O livro retrata a trajetória dos primeiros japoneses que vieram trabalhar em Ipatinga.
José Augusto Moraes contou sobre a construção da Usiminas na cidadeJosé Augusto Moraes contou sobre a construção da Usiminas na cidade

O historiador e escritor José Augusto de Moraes participou do debate sobre os episódios da construção da Usiminas, relatados na obra, com ênfase para o capítulo dos “Sete Samurais”. Esse é um título, em referência ao clássico filme do diretor japonês Akira Kurosawa, dado aos primeiros engenheiros brasileiros que foram ao Japão, a fim de aprofundar seus conhecimentos tecnológicos na área da siderurgia.

José Augusto de Moraes considera como determinantes dois fatores na construção da Usiminas: “O primeiro foi Juscelino Kubitschek assumir a Presidência do Brasil. O segundo é a parceria com o Japão, porque quando estava em andamento o projeto da Usiminas, os diretores foram em alguns países, como a Itália e a Alemanha. Ambos queriam apenas vender equipamentos para a construção da empresa”, ressalta.

No entanto, José Augusto afirma que o Brasil queria algo mais do que comprar tecnologia. “O objetivo do país era o de arrumar um parceiro. Aí que veio o Japão para cá com o intuito de estudar e ver o local. E assim que consolidou a proposta, em junho de 1957, com a assinatura do acordo Lanari-Horikoshi, o que foi o pontapé da construção da Usiminas”, sintetiza.

Pioneiro
Fuminori Kanegane trabalhou durante 50 anos na Usiminas Fuminori Kanegane trabalhou durante 50 anos na Usiminas
Um dos pioneiros da Usiminas, Fuminori Kanegane, também presente à celebração, contou a sua trajetória no Brasil. “Eu vim ao Brasil para trabalhar na agricultura. No primeiro ano fui para o Paraná, aprendi tudo sobre café. No segundo ano, mudei-me para São Paulo e, nessa época, eu li no jornal que estavam recrutando trabalhadores em Ipatinga. Fiz a entrevista e recebi o convite para trabalhar. Cheguei aqui em maio de 1962. A empresa mandou trabalhar na área do alto-forno, e eu não conhecia o que era, mas a cada dia, as pessoas foram me ensinando. Hoje, estou muito orgulhoso de ver a empresa semprecrescendo”, enfatiza.



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Comentários

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Jose Carlos

10 de agosto, 2017 | 11:04

“Realmente, uma empresa que queria reduzir o salario dos seus trabalhadores e que paga o pior salario na siderurgia no país ficaria muito sem alma se perdesse a cultura japonesa...
vai vendo”

Paulo Jose Carreiro

09 de agosto, 2017 | 20:02

“A Usiminas não deveria perder nunca a cultura japonesa, pois ficaria uma empresa sem alma.”

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