08 de agosto, de 2017 | 06:55

Os negócios e a tecnologia

Sérgio Orlando Pires de Carvalho

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Os negócios têm se caracterizado cada vez mais pela dependência da tecnologia, e a indústria do futuro vem usando, como nunca, máquinas inteligentes que armazenam e comunicam dados, os quais, invariavelmente, traduzem a melhoria analítica do desempenho empresarial. Assim, com o crescimento da Indústria 4.0, que usa inteligência artificial, da Internet das coisas, do big data, do aprendizado das máquinas e da impressão 3D, trazem grandiosos desafios a esse novo mundo organizacional.

As linhas de produção das modernas fábricas no Vale do Silício, têm se utilizado de máquinas inteligentes desenvolvidas para cada etapa da transformação, desde a matéria-prima até ao produto final. Nas indústrias do terceiro mundo, porém, poucas dessas máquinas são inteligentes e com dispositivos para armazenarem dados. Isso faz com que as indústrias trabalhem sem a capacidade de prever com precisão como serão os seus resultados produtivos.

Dados de consultorias empresariais mostram que o parque industrial brasileiro ainda está muito defasado sobre esta realidade, embora existam empresas interessadas em modernizar suas fábricas. Porém, a maioria delas admite, apenas, adicionar tecnologia em parte das linhas produtivas, não incluindo todo o processo produtivo, o que as distancia das plataformas inteligentes já implantadas em boa parte do mundo.

As tecnologias digitais e a internet das coisas têm mudado todo o processo produtivo. Sensores estão cada vez mais baratos facilitando as empresas a investirem em um ambiente industrial conectado a grandes bancos de dados, com o propósito de coletar informações que não eram armazenadas no passado, as quais influenciam diretamente nos resultados empresariais.

Um bom exemplo de informações que podem ser coletadas são as condições do ambiente onde o produto é fabricado. Com a instalação de sensores, um engenheiro consegue monitorar temperatura, pressão, umidade e velocidade do ar, por exemplo.

Desse modo, aplicativos analíticos podem determinar como esses dados podem ser utilizados no processo produtivo. E assim, por meio de sistemas interativos, são criados ambientes onde as máquinas conversam entre si através da inteligência artificial identificando necessidades do ambiente produtivo e da atuação das próprias máquinas, as quais se tornam capazes de se autoprogramar para a obtenção de melhores resultados.

Com a utilização maciça dessas tecnologias será possível determinar a melhor rota de fabricação do produto, com vistas à diminuição do número de peças com falhas ou defeituosas etc. Outro detalhe tecnológico interessante é que as máquinas são configuráveis e parecidas entre si, podendo ter desempenhos melhores ou piores através de novas configurações.

Outra vantagem das máquinas inteligentes é a possibilidade de redução de paradas de equipamentos no processo produtivo. Hoje a maior parte das fábricas trabalha com dois tipos de manutenção: a corretiva, feita quando um equipamento apresenta defeito, e a preventiva, que ocorre a partir da média do conhecimento do desempenho passado das máquinas.

E com a captação de dados e a análise contínua dos aplicativos, o mercado passa a contar com um terceiro tipo de manutenção: a preditiva. Já conhecida dos mercados, porém, potencializada com o volume de dados fornecidos pelas máquinas inteligentes.

Com a internet das coisas e aplicativos inteligentes as empresas terão informações fidedignas através de um sinal emitido pela própria máquina, de quando, exatamente, uma peça quebrará. Tudo isso faz com que se possa planejar antecipadamente a substituição da peça, eliminando paradas não planejadas e potencializando ao máximo o uso de peças e equipamentos.

Desse modo, os dados circulam dentro das empresas e percorrem o caminho feito desde que eles saem das máquinas até chegarem às nuvens por meio de sistemas operacionais que os decodificam para serem analisados adequadamente.

Os processos modernos começam então com a instalação de sensores sem fios nos equipamentos de uma linha de produção onde máquinas conversam entre si e passam a produzir e a transmitir dados para uma plataforma de leitura, onde analistas identificam as melhores soluções de produção.

A nuvem, na realidade, são supercomputadores criptograficamente protegidos, os quais processam dados recebidos e os enviam em forma de resultados para smartphones, tablets e computadores pessoais para serem analisados. Desse modo, profissionais podem tomar decisões com altíssimo grau de precisão, buscando melhores resultados empresariais e produtivos; ou, até mesmo, se motivar na criação de novos modelos de negócios, sejam eles complementares ou não ao processo produtivo.

* Economista, MBA Executivo em Gestão Empresarial, PG em Administração de Empresas e Organizações, PG em Metodologia do Ensino Superior, Consultor Econômico-Financeiro e autor dos Livros “Economia & Administração” e “Guilhermina de Jesus e a Família Brasileira”. E-Mail: [email protected]. Blog: http://zaibatsum.blogspot.com.
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