02 de agosto, de 2017 | 08:36

No Aconchego da Serra

José Amilar da Silveira

Divulgação
Muito se tem falado sobre o poder quase que transcendental da amizade. Em algumas oportunidades ela se transforma em ombros, cheios de ternura, para apoiar cabeças carentes de amparo, transmuda-se em peito acolhedor para agasalhar corações machucados, enxuga lágrimas e dá ânimo para almas tristes.

Seu poder de transformação, sua capacidade de permanecer mesmo quando tudo parece acabado, são manifestações de sua força. Em outras oportunidades, essa força se manifesta nos momentos de felicidade. Ela faz abrir aquele sorriso acolhedor para multiplicar felicidade e abre os braços para o melhor abraço, trazendo esperança, ternura e carinho!

Tudo isso são formas de expressão que ajudam a entender o que seja a amizade. Ela anda bem próxima do amor, estão de mãos dadas. Basta lembrar aquela tirada que corre pela internet falando da conversa do amor com a amizade. O amor pergunta-lhe: “Mas, para que é que tu serves”? A amizade responde: “Sirvo para limpar as lágrimas que, às vezes, tu deixas cair”!

Pois bem, sábado, dia 29 de julho, vi a própria amizade subir o morro da Tribuna, ziguezagueando pela bucólica estradinha de asfalto e chão, e se aninhar no Sítio Aconchego da Serra. Ela foi levada por inúmeros corações que, ansiosamente, esperaram, por um ano, o momento do reencontro, momento planejado cuidadosamente para acontecer lá no Aconchego da Serra.

Humberto Pereira/Divulgação
Encontros dos Ex-Alunos do CSFX - 50 anos – Sítio Aconchego da Serra – Tribuna - IpatingaEncontros dos Ex-Alunos do CSFX - 50 anos – Sítio Aconchego da Serra – Tribuna - Ipatinga
‘Amigos para Sempre’, ‘os Cinquentões vão Comemorar’, ‘Cinquentões em Ação’, foram formas provocativas de convocar amigos para um tempo de confraternização. Cinquentões? Que nada, o que vi foi um grupo de adolescentes se abraçando, felizes, me lembrando o tempo em que corriam pelos pátios do Colégio São Francisco Xavier!

O que vi trouxe-me a confirmação de que são muito bonitas essas amizades construídas nos bancos da escola, amizades construídas numa fase da vida em que os corações estão cheios de amor, amor puro, desprovido de interesses menores. Amizades que aparecem numa fase da vida em que o futuro importa menos que o presente. Amizades que criam raízes mais profundas. Amizades desvestidas de segundas intenções, transparentes, límpidas, que unem corações, que unem almas.

Valeu a pena o trabalho da Cláudia Hott, do Mauro Morais e Flávio Corrêa, que, com outros, lideraram e planejaram o encontro dos ex-alunos do CSFX, geração da década de 80. Hoje, profissionais renomados no Vale do Aço, reservaram um pouco de tempo nas suas atividades profissionais para preparar esse momento-carinho de reencontro de amigos.

Local muito bonito. Música de primeira. Decoração simples e adequada ao lugar. Bufê de muito bom gosto. Bebida farta e variada, passando do champanhe e outros espumantes à cerveja, sem deixar faltar sucos, água e refrigerantes. Garçons e garçonetes educados e prestativos. O show, a alegria e as fotos do Humberto Pereira. A presença bonita e cheia de paz do professor Acyr e sua Marli. Tudo respirava um ar de ‘finesse’, mas sem ostentação e sem frescuras. Tudo e todos à vontade.

Quando cheguei ao local do encontro, eles já estavam lá. Receberam-me com muitos abraços. Em cada rosto, descobria a criança ou o adolescente de outrora. O sobrenome de cada um, de cada uma, trazia-me a fisionomia do pai, da mãe, de amigos que não vejo já há algum tempo.

Prestaram-me uma homenagem que me deixou bastante sensibilizado. Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade, como dizia Rubem Alves, a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não são compartilhados com pessoas queridas, com amigos.

Desci o morro da Tribuna, acompanhado do Professor Acyr e da Marli, com o coração cheio de alegria e a alma tomada de felicidade. Tão feliz que acabei me esquecendo de trazer a lembrança com que fui homenageado. O professor Acyr e eu vimos, lá no Aconchego da Serra, pessoas maduras, adultas, gente, profissionais dos mais variados ramos da atividade humana, que continuam dando sua contribuição para a construção do nosso país.

Pessoas honestas, de caráter, pais e mães de família que representam, da melhor maneira, a verdadeira alma do povo brasileiro. Vimos que valeu a pena, juntamente com outros professores e funcionários do CSFX, ter participado da caminhada de vida desses jovens, num momento especial da vida deles.

* Diretor do Centro de Estudos Profª Zenita Guenther. SCHOLA/EDUCAÇÃO Assessoria e Consultoria. E-mail: [email protected].
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