Expo Usipa 2024 02 - 728x90

01 de agosto, de 2017 | 09:03

Transformação Digital

Sérgio Orlando Pires de Carvalho

[imagemd13396] A Transformação Digital tem como significado o uso de tecnologias para aumentar, de forma significativa, o desempenho e o alcance das empresas por meio de mudanças que façam as pessoas entenderem de qual maneira os novos negócios serão realizados diante das chamadas plataformas digitais.
Desse modo, podemos perceber que a tecnologia não tem neutralidade, e toda vez que ela surge no mundo ela vem também para nos transformar.

Assim, o ser humano é uma “tecnoespécie”, que se transforma diante da tecnologia e, ao mesmo tempo, processa transformações nessa mesma tecnologia. Esse comportamento acontece desde o início dos tempos, na história da humanidade. Nos dizeres de Marshall McLuhan: “Os homens criam as ferramentas, e as ferramentas recriam os homens”. Ou seja, quando muda a tecnologia, o homem também muda.

Sabemos que o mundo passou por várias mudanças: a Era Agrícola, a Era Industrial, a Era do conhecimento e agora a Era Cognitiva, na qual constatamos a potencialização da interação do homem com a máquina. A era agrícola só foi possível por causa da tecnologia da oralidade. A escrita estruturou a hierarquia e a humanidade de um jeito que durou séculos até chegarmos à era industrial através da escrita.

Atualmente as mudanças acarretam não somente uma mudança na tecnologia, mas também uma mudança de mentalidade. Dentro deste contexto, hoje as tecnologias digitais estão fazendo para o cérebro humano o que a máquina a vapor fez com as tecnologias mecânicas para o músculo humano no passado.

As discussões de emprego no século retrasado é a mesma que temos hoje. Porém, a diferenciação do ontem para o hoje se dá ou acontece num nível mais elevado. Ou seja, agora discutimos a substituição não mais apenas de músculos, mas a substituição de cérebros. O que reabre a discussão sobre a ética de humanos e da própria máquina com a inteligência artificial.

A transformação digital não se trata, apenas, da transformação de instrumentalização, mas da busca de uma nova mentalidade através de uma transformação mental. E esse é um dos grandes desafios para as empresas, para as sociedades e para a política. E rever a tecnologia parece algo mais simples do que rever ou mudar a cultura das pessoas.

Estamos vivenciando o cibridismo, que é o estar ON ou OFF (line) ao mesmo tempo e isto tem trazido uma mudança no comportamento dos consumidores, pois nos replicamos e nos expandimos pelo meio digital.

Por outro lado, nosso cérebro cresceu e se expandiu para fora de nossas cabeças com o apoio da inteligência artificial e das conexões, e acelerou os processos empresariais, individuais etc. E diante disso, parece que não daremos conta de tudo sem a ajuda dos computadores, sem os assistentes digitais. Assim seremos cada vez mais dependentes de nossas máquinas.

Mr. Filer, um arquiteto visionário norte americano, foi uma das primeiras pessoas a perceber que o mundo estava se acelerando. Isso aconteceu no século passado e ele começou então a medir quanto tempo demorava para o conhecimento dobrar no mundo. Começou seus estudos no ano 1 da era Cristã e aí viu que a primeira dobrada de conhecimento foi no ano de 1500, depois a segunda dobrada foi 250 anos depois.

Em 1900 seus registros somaram 100 anos para dobrar o conhecimento no mundo. Em 1945, demorava-se 25 anos. Em 2015 dobramos o conhecimento da humanidade a cada 13 meses. Já a previsão para 2020 é a de que a dobra do conhecimento se dará a cada 12 horas. O que chega a ser espantoso!

Outro aspecto a avaliar é que a transformação digital não acontece para todos do mesmo modo. Para William Gibson, o futuro já chegou, mas ele não está igualmente distribuído e não acontece igualmente para todos. Desse modo, a tecnologia vem mudando exponencialmente tudo, ou quase tudo, num ritmo bem maior do que o da sociedade, do que a cultura, os negócios e a política.

Considere que estamos nos tornando quase todos conectados. O que parece mais caos do que inteligência (smart). Veja que não é porque uma pessoa está conectada que ela se tornou inteligente automaticamente. Para se tornar inteligente (smart) é preciso colocar uma camada de inteligência acima das conexões e dos dados. E isso é uma discussão interessante.

Assim, com toda essa atualização da digitalidade, com toda essa aceleração do cotidiano, cabe outro questionamento: qual seria então o futuro da humanidade? Para onde estamos caminhando? Sabemos apenas que esta é uma discussão acadêmica para a qual ainda não temos resposta.

* Economista, MBA Executivo em Gestão Empresarial, PG em Administração de Empresas e Organizações, PG em Metodologia do Ensino Superior, Consultor Econômico-Financeiro e autor dos Livros “Economia & Administração” e “Guilhermina de Jesus e a Família Brasileira”. E-Mail: [email protected]. Blog: http://zaibatsum.blogspot.com.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário