29 de julho, de 2017 | 11:07

Vendeu o sofá...

Divulgação
Tem uma piada ou história hilária a respeito de um homem que era constantemente traído pela mulher no sofá da sala de sua própria casa. Avisado do que estava acontecendo, o homem traído, que amava sua mulher e não queria perdê-la, encontrou a solução para o problema: vendeu o sofá.

Este exemplo pode ser usado para explicar a decisão da diretoria do Atlético, que resolveu, nos próximos jogos, trocar pelo Mineirão o Estádio Independência, “sua casa” habitual, mas onde não vem conseguindo vencer nem mesmo adversários considerados piores tecnicamente.

Ao invés de ir fundo para tentar solucionar os problemas do time, o presidente Daniel Nepomuceno opta pelo pior caminho possível de tapar o sol com a peneira, pois salta aos olhos as possíveis causas deste fracasso, que vão desde as escolhas mal feitas na hora de formar o elenco, repleto de veteranos com mais de 30 anos (nove no total), contratações de má qualidade técnica, manutenção de jogadores sem condições físicas ou portadores de contusões crônicas, e outros cujo ciclo ou prazo de validade no clube já estão vencidos.

Há também a questão da falta de comando no Departamento de Futebol, à deriva desde que o ex-diretor Eduardo Maluf foi acometido de uma grave doença que o levou à morte, e que está entregue agora ao ex-jogador e diretor da base André Figueiredo, cuja competência para ocupar o cargo é muito questionada.

E o rosário de trapalhadas da atual administração não para por aí, pois ao optar por firmar contratos longos e caros com jogadores em fim de carreira - casos de Fred e Robinho, que sozinhos ganham mais de R$ 2 milhões mensais -, abriu uma torneira por onde vaza para o ralo uma boa parte da receita do clube.

Lua de mel
Já o Cruzeiro vive um momento de lua de mel entre torcida e time, em razão da classificação obtida na bacia das almas para a semifinal da Copa do Brasil. Se “a estratégia que dá certo no futebol é a que vence”, como diz o ex-técnico Jair Pereira, o Cruzeiro é um exemplo disso, pois se não tivesse ocorrido o gol “espírita” do lateral Diogo Barbosa, que deu a classificação em cima do Palmeiras, à esta altura a cabeça do técnico Mano Menezes já teria sido posta à prêmio.

Mas não se pode atribuir a classificação do Cruzeiro exclusivamente ao acaso, pois houve muito luta e determinação dos jogadores, que enfim demonstraram uma melhor compreensão do que quer o técnico Mano Menezes, sobretudo após a derrota para o Galo por 3 x 1, que significou a perda do Campeonato Mineiro.

Ao dizer naquela entrevista emblemática pós-jogo, que “o Cruzeiro não levaria mais três gols numa só partida”, promessa cumprida até agora, o treinador deu um recado direto aos críticos do seu esquema defensivista, cujo lema é “saber sofrer”, onde dá ao adversário a posse de bola em troca de rápidos e decisivos contra-ataques, o que contraria o estilo tradicional celeste, do clássico toque de bola aliado à agressividade.

Veremos agora contra o Grêmio, o time que pratica o mais vistoso futebol do momento no país, se a estratégia que deu certo contra o Palmeiras vai vingar novamente, o que significa saber também se a lua de mel com a torcida vai ou não continuar.

Um dos maiores problemas do Cruzeiro no momento está fora de campo, pois o clima entre situação e oposição na eleição da nova diretoria do clube anda cada vez mais tenso. O repórter e apresentador da Rede Minas/TV Cultura, Orlando Augusto, sempre muito bem informado, cobrou do diretor de futebol, Bruno Vincintin, em sua página numa rede social, que “desse nomes aos bois”. Vincintin teria dito que dirigentes da oposição “vibraram no gol do Palmeiras”. Muitas pessoas para quem a carapuça não serviu se sentiram incomodados com o fato.

Os dias de turbulência no Atlético podem se ampliar ou diminuir dependendo do que vai acontecer nos próximos vinte dias. Neste período, o Galo fará cinco jogos difíceis pelo Brasileirão: Coritiba (fora), Corinthians (casa), Grêmio (fora), Flamengo (casa) e Fluminense (fora), além de decidir se vai às quartas-de-final da Libertadores, precisando derrotar o boliviano Jorge Wilstermann por dois gols de diferença, jogo que também deve passar para o Mineirão.

O Galo está distante apenas três pontos do Avaí, 17º colocado e primeiro da zona de rebaixamento, e a quatro pontos do Sport Recife, 6º colocado e primeiro do G-6, que garante vaga na Libertadores.

Os quatro melhores times deste Brasileirão se enfrentam neste domingo pela 17ª rodada: Corinthians x Flamengo, às 16h, em SP; Grêmio x Santos, em Porto Alegre, às 19h. Primeiro contra quarto, terceiro contra segundo. Os jogos de Cruzeiro a Atlético, contra o Vitória da Bahia, no Mineirão, e Coritiba, no Paraná, respectivamente, são considerados secundários. Lamentavelmente, neste Brasileirão somos apenas coadjuvantes.

No país do “jeitinho”, do tráfico de influência e outras cositas más, o futebol não poderia ser diferente. O Botafogo contratou recentemente o chileno Leonardo Valencia, 27 anos, mas o jogador teve seu visto para trabalhar no Brasil negado pela Polícia Federal.

O Botafogo acionou então seu torcedor mais ilustre, o deputado Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados, que mexeu os “pauzinhos” e o visto de Valência foi liberado ao arrepio da lei, que proíbe qualquer estrangeiro com antecedentes criminais de trabalhar no nosso país. Na próxima quarta-feira o chileno deverá enfrentar o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro. Em tempo: Valência está condenado pela justiça chilena por ser reincidente em agressões contra a sua companheira. (Fecha o pano!)
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