03 de julho, de 2017 | 14:59

Inocente que passou 18 anos preso tenta manter pensão

Acusado por crimes de estupros, Eugênio Fiúza passou 18 anos na cadeia até que Justiça descobriu o verdadeiro autor

Divulgação
 Eugênio Fiúza  conta que não superou os momentos de terror vividos na prisão Eugênio Fiúza conta que não superou os momentos de terror vividos na prisão
Nesta terça-feira (4) a Justiça Mineira terá mais uma oportunidade de corrigir um dos seus graves erros.O artista plástico Eugênio Fiúza, 67 anos, ficou 18 anos preso sem ter culpa pelos crimes de estupros que era acusado. Eugênio relembrou sua história em uma entrevista para a Rádio Itatiaia.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais deve analisar se mantém a pensão mensal paga a Eugênio Fiúza no valor de cinco salários-mínimos. O Estado recorreu para pagar somente dois salários.

Eugênio Fiúza foi confundido com o então bancário Pedro Meyer, o verdadeiro maníaco do Anchieta. O ex-bancário só foi preso anos depois de Eugênio ficar na cadeia pelos estupros que não cometeu. Em 2013, Meyer foi condenado a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado e ao pagamento de uma indenização de R$ 150 mil.

A defesa do maníaco entrou com recurso e conseguiu a redução da pena para 9 anos e 11 meses e o cancelamento da indenização. A pena é cumprida na penitenciária Nelson Hungria. Ou seja, o verdadeiro culpado deve ficar menos tempo preso que Eugênio, inocente.

Mesmo livre da cadeia, Eugênio Fiúza conta que não superou os momentos de terror vividos na prisão. Relata que foi torturado e obrigado a assumir os estupros para não morrer.

“Violentamente, fiquei vinte dias dentro da furtos (delegacia). Morre, não morre, morre, não morre… choque elétrico, choque na boca, choque nos testículos e passei por todas as coisas que você pensar. Eu tinha que lutar lá dentro, tinha que andar com os bandidos, tinha que fingir que eu era bandido, porque como estuprador eles matam”, relembra o artista plástico em entrevista.

“Se eu não falasse que era eu, iria morrer lá dentro”, diz Eugênio. “Fui envenenado, depois tive uma paralisia”, conta.

Eugênio foi preso em 1995 e solto somente quando foi encontrado o verdadeiro criminoso.
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