18 de junho, de 2017 | 18:41
Resgatando os brinquedos de rua
Arte-educadores desenvolvem projeto cultural no Vale do Aço
Divulgação
Caracol criado em parceria com o Espaço Cultural Casa Laboratório na Praça Coliseu, no Bairro Timirim, em Timóteo
Uma dupla de educadores ipatinguenses realiza um projeto para resgatar a cultura popular das brincadeiras de rua no Vale do Aço. O projeto Se Essa Rua Fosse Minha” nasceu da ideia de pintar uma amarelinha para seus filhos brincarem na porta de casa, em abril de 2017. Caracol criado em parceria com o Espaço Cultural Casa Laboratório na Praça Coliseu, no Bairro Timirim, em Timóteo
No início, o objetivo era proporcionar às crianças a oportunidade de brincar na rua junto com os colegas do condomínio, mas com o tempo eles observaram que as crianças que transitavam pela rua sempre passavam pulando pela amarelinha.
E foi então que surgiu a ideia... que tal levar as brincadeiras populares e suas histórias para as ruas dos bairros periféricos da cidade?
A ideia deu tão certo que os dois expandiram as ações para outras cidades do Vale do Aço.
Divulgação
Lumma Siqueira e Douglas Evangelista e a amarelinha criada na Praça das Mães, no Bairro Cidade Nobre, em Ipatinga
Recentemente, a dupla pintou um caracol que fez muito sucesso entre a criançada na Praça Coliseu, no Bairro Timirim, em Timóteo, ação desenvolvida em parceria com o Espaço Cultural Casa Laboratório em fomento à apropriação do espaço da pracinha pelas crianças do bairro e de outras regiões. Lumma Siqueira e Douglas Evangelista e a amarelinha criada na Praça das Mães, no Bairro Cidade Nobre, em Ipatinga
O projeto reconhece os jogos de rua como patrimônio imaterial capaz de definir a identidade de um povo, estimulando relações sócio afetivas, proporcionando a integração entre as crianças criadas em apartamento e regiões periféricas, oferecendo conhecimento histórico local e uma opção de lazer de fácil acesso.
A amarelinha é uma brincadeira de origem francesa, presente na infância de várias gerações. No Brasil, é herança dos portugueses que a trouxeram para divertir seus descendentes na época da colonização.
O jogo criativo de dinâmica simples se tornou sucesso por ser fácil de brincar e ser jogado em qualquer espaço, aberto ou não. Com um giz ou um graveto, um pedaço de tijolo e uma pedrinha, desenha-se uma amarelinha no chão e começa a brincadeira.
O jogo tem variações, podendo mudar o formato de suas casas dependo da criatividade de quem o fizer.
Para brincar basta lançar um objeto -a pedrinha” - nas casas numeradas e saltar sem pisar na linha até chegar ao céu. A brincadeira evolui de acordo com o avanço nas casas do jogo, e o mais legal é a participação dos amigos, pois a amarelinha não tem graça se for jogada sozinha.
Lumma Siqueira e Douglas Evangelista se uniram na realização do projeto. Luma tem formação como Técnica em Química e trabalhou como Articuladora Territorial da Educação Integral na Secretaria Municipal de Educação de Ipatinga nos últimos três anos.
Coordenou o Programa Práticas Sociais Produtivas da EJA no Campo, vencedor do Prêmio Medalha Paulo Freire 2015, na ALA Práticas Inovadoras da EJA no Campo, com um projeto desenvolvido no Ipaneminha, zona rural de Ipatinga.
Idealizou p projeto Escológica”, premiado no Concurso Escola Ecológica da Multinacional Anglo American Mineradora, em Conceição do Mato Dentro (MG), em 2013. Ela está cursando Licenciatura em Química e leciona na Escola Estadual José Rosa Damasceno, em Santana do Paraíso (MG).
Douglas Evangelista é estudante de Artes Visuais e exerce a função de Articulador Artístico na Secretaria Municipal de Educação de Ipatinga, onde coordenou o projeto Arte na Cidade” em 2016.
Desde 2006 toca projetos culturais/sociais no Vale do Aço, entre eles o Arena da Liberdade”, premiado pela Secretaria de Defesa Social do Estado de MG, e o projeto Circuito Ritmos de Danças Urbanas”, aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura 2014, que está indo para a 5ª edição.
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