16 de junho, de 2017 | 15:09

Falta coragem

Roger Machado já provou que parece com a maioria dos treinadores brasileiros. Falta o principal nestes profissionais, a coragem de mudar, de lançar um jogador da base para suprir deficiências graves em um time que não consegue vencer nem os lanternas do campeonato brasileiro.

Em 2017, o Atlético entrou na disputa como um dos candidatos ao título, ao lado de Palmeiras, Grêmio e Flamengo, mas até agora não decolou na competição, e mesmo tendo um grupo de jogadores experientes, com faixa salarial das mais altas do futebol brasileiro, o time é, sim, um amontoado de jogadores que não sabem o que fazer em campo.

Na defesa não tem ninguém hoje que pode ser considerado um salvador do esquema adotado pelo treinador. Não consigo acreditar que Felipe Santana tenha sido campeão no futebol alemão, pois é um jogador instável, que não dá cobertura em nenhum dos lados da zaga, ao lado de outro jogador lento, como o é atualmente Léo Silva, e falta um reserva para o titular Marcos Rocha, que está contundido.

No meio campo, o treinador tem medo de mudar e mantém Rafael Carioca, que não acrescenta nada. Sendo volante, ele é muito ruim no desarme. A saída de Adilson, por contusão, complicou a situação do time naquele setor. E tudo piora com a insistência em colocar o atacante Elias voltando para exercer a função de um marcador, e a falta de qualidades do Robinho neste momento de sua carreira.

Afinal de contas, o que um treinador tem que fazer para dar qualidade ao time? Simplesmente mudar, ter a coragem de colocar um novo jogador no meio campo, dar oportunidades de sequências de partidas para disputar e tempo para o jogador provar que pode ser útil ao elenco e ao time, que agora busca fugir do rebaixamento, um fato que tem atormentado a torcida atleticana neste início de competição.

O Atlético enfrentou o lanterna, o xará do Paraná, que esteve mais de 60 minutos em campo com um jogador a menos, e não conseguiu produzir nada dentro de campo. E apesar do erro do assistente marcando impedimento no gol do Atlético, não justifica jogar a culpa na arbitragem, pois é sabido que eles não têm acompanhado a dinâmica do futebol e são deficientes em várias situações.

Mas neste momento o time atleticano não merece outro lugar senão o Z4. E terá um jogo difícil amanhã, no Morumbi enfrentando o São Paulo para tentar sair do desconforto em que está na tabela. E terá que fazer isso com treinador medroso, que poupou o atacante Fred da partida do meio da semana, com uma justificativa que ninguém aceitou, uma vez que o jogador estava no estádio, assistindo ao jogo.

Ora, se ele precisa de descanso e repouso, deveria estar em casa. É por estas e outras atitudes do treinador que, se o time perder para o São Paulo, ele estará praticamente fora do comando da equipe. E aí fica uma preocupação: a quem contratar para comandar o time? Afinal de contas, desde a “burrice” de dispensar o técnico Levir Culpi o Atlético vem amargando trabalhar com treinadores medianos do futebol brasileiro.

JOGOU MELHOR
Com o Cruzeiro não foi diferente. Derrotado pelo Corinthians em Itaquera, o time amarga mais uma derrota, mas só o resultado se iguala ao seu rival em Minas.

Na verdade, o Cruzeiro foi praticamente absoluto em campo, e mesmo jogando um pouco recuado no início da partida, quando o Corinthians fez uma grande pressão, o time foi aos poucos se soltando e conseguindo equilibrar as ações. Mas mesmo jogando mal o time paulista saiu de campo com uma vitória importantíssima que confirma a liderança do campeonato.

O time celeste teve muito mais oportunidades de fazer os gols do que o Corinthians, foi mais ousado, usou mais as laterais do campo para chegar ao gol do Cássio, e só não chegou ao empate porque mais uma vez o atacante Ábila perdeu um gol inacreditável.

Mano Menezes tem conseguido fazer o time jogar em velocidade, com bom sentido de marcação, só precisa acertar mais as coberturas dos volantes e laterais, e acertar a medida das bolas paradas, um grande trunfo do time paulista e uma deficiência que se vê no time celeste até agora, no campeonato.

O time foi bem, mas não conseguiu concluir a gol as oportunidades que teve durante a partida. As atenções voltam-se agora para a partida de segunda feira, contra o Grêmio, outra equipe que vem bem no campeonato, com um time equilibrado e muito forte nas marcações.

LDI
A diretoria da Liga de Desportos de Ipatinga, assim como os dirigentes esportivos, continua aguardando a liberação da verba do convênio para dar início as duas principais competições do futebol amador da cidade, a primeira e segunda divisão.

Enquanto isso não acontece, os clubes vão tentando colocar seus jogadores em atividade para aguardar o início ou não do campeonato. Na outra direção, as competições de base, patrocinadas pela Nippon Steel & Sumitomo Metal, continuam acontecendo, com as partidas realizadas aos sábados pela manhã.

LEMBRANÇAS
Um dos grandes elencos do Industrial do Bom Retiro: José Inácio, Casoti, Macarrão, Airton, Hélio Silva, Antônio Neiva, Pata Choca, Paulinho, Adão, Firmo Lott e Osvaldinho, equipe comandada pelo saudoso Rubens Martins Guerra. E um outro escrete da década de 50, agora do Bom Jardim: Tonhão, Gerson, Laurindo, Ataliba, Gerson Preto, Paulinho, Preto, Tingué, Aderito, Eduardinho e Dão.

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