13 de junho, de 2017 | 09:17

O corpo diz

Eduardo Shinyashiki

Divulgação
Os acontecimentos do dia a dia nos ensinam que o nosso corpo é marcado pela história individual, social, por costumes e tradições que nos foram transmitidos. Expressões, gestos e posturas refletem nosso posicionamento no mundo de uma maneira muito mais concreta do que as palavras. 

Um dos primeiros estudiosos que pesquisou a importância da comunicação não verbal foi Charles Darwin, em 1872, quando afirmou que comportamentos e expressões como o sorriso, choro, dor, raiva e medo, típicos dos seres humanos, também estão presentes em outras espécies do reino animal. Por isso, podemos dizer que a linguagem corporal é o mais primitivo sistema de comunicação. 

Outro estudioso, o professor americano Albert Mehrabian, evidenciou a importância da comunicação não verbal em 1967, quando publicou pesquisa sobre a linguagem corporal, demostrando que só 7% do significado da mensagem no processo de comunicação é transmitido por meio das palavras, porém, essa é apenas uma pequena parte do diálogo.

A componente não verbal – o tom de voz, o ritmo, as pausas – é responsável por 38% da mensagem, e o elemento para-verbal, que é a linguagem corporal, ou seja, a postura, o olhar, a mímica facial, os gestos, as expressões do rosto e os movimentos do corpo, são responsáveis pelos 55% da comunicação.

A partir disso, concluímos que quando falamos com alguém somos observados de todos os pontos de vista, mas nós também avaliamos o interlocutor, ou seja, somos analisados e analisamos, mesmo inconscientemente, não apenas pelo que dizemos com as palavras, mas também com o corpo e até pelo tom de voz usado.

No trabalho, por exemplo, seja em reuniões, entrevistas ou encontros com clientes e fornecedores, precisamos observar e analisar com atenção o interlocutor, para melhor sermos compreendidos e entender as intenções e emoções do outro. 

No caso de um líder, esse profissional precisa estar atento para perceber e compreender quando alguém está motivado ou desmotivado, entusiasmado ou apático, comprometido ou desinteressado, para direcionar e focar ações que concretizem os resultados. Mas quando estou consciente da minha linguagem corporal? Por que é tão importante compreender a nossa comunicação não verbal? E das demais pessoas?

A linguagem corporal transmite elementos adjuntos à comunicação verbal e é mais decisiva, pois é mais sincera e espontânea na transmissão das informações. Afinal, expressa pensamentos e emoções de forma mais intensa e verdadeira que as palavras.  

Muitas vezes a empatia é criada pela observação, acompanhamento e valorização dos sinais corporais que o outro envia no processo de comunicação, criando, assim, o sentimento que o ser humano mais valoriza: sentir-se compreendido e respeitado.

Nossa linguagem corporal, algo complexo e sutil, conta a história pessoal de cada um de nós. Ela se modifica no decorrer da vida, demonstra a evolução e maturidade de cada um, transforma-se dependendo do estado de ânimo, da situação e contexto em que nos encontramos, gerando o grande desafio da comunicação, já que cada pessoa é um universo a ser compreendido em diferentes momentos.

Identificar essa linguagem permite aperfeiçoar todas as nossas relações e, consequentemente, os resultados, performances e diálogos para viver como desejamos e merecemos!
 
* Mestre em neuropsicologia, e liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. www.edushin.com.br.
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