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23 de maio, de 2017 | 17:08

Tempos quentes!

Sérgio Orlando Pires de Carvalho

Divulgação
A temperatura não esfria em Brasília. Por lá a semana ainda não terminou. O fim de semana, e a semana que se segue, continua quente, entre negociações políticas e estratégias advocatícias, depois da estarrecedora delação premiada de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS/Friboi, símbolo do Capitalismo de Estado à brasileira, predominante em países como China e Rússia, e desenvolvidos aqui nos governos Lula e Dilma, com o dinheiro público.

Nesse imbróglio, o presidente Michel Temer sai enfraquecido depois de ser chamuscado nas gravações e tenta manter-se no poder, mas para isso se torna ainda mais dependente do apoio congressual.

Já o senador Aécio Neves, atingido em cheio e com a irmã presa, foi afastado de seu cargo de senador e vai precisar de muita habilidade política para se defender e continuar vivo na política, enquanto a pretensão de se candidatar à presidência da República parece estar descartada.

Lula e Dilma se complicaram ainda mais pelo recebimento de US$ 150 milhões no exterior, segundo Joesley afirmou em sua delação, sendo hilariante o comportamento do PT. Em um primeiro momento, quando Aécio e Temer foram acusados, diziam que a delação era legítima. Depois, quando os vídeos foram liberados e reveladas as acusações contra os petistas, Joesley passou a ser chamado, por eles, de mentiroso.

Nessa toada, a delação atinge quase todos os partidos políticos, além de governadores, procuradores e até mesmo juízes. Todos irão enfrentar a justiça e poderão acabar presos, sem mandatos ou, se for o caso, fazendo delações premiadas.

Difícil mesmo é aceitar que os irmãos Batista estão livres, leves e soltos, morando em luxuosos apartamentos nas regiões mais caras de New York, onde desfrutam da fortuna construída com dinheiro público, ou seja, o nosso dinheiro.

Lembremo-nos da audácia dos magnatas mundiais da carne, Joesley e Wesley Batista, que arquitetaram um minucioso plano para se livrar da cadeia, porém, jogando todos na fogueira, num lance sem precedentes na história brasileira logo depois do "fim do mundo" instalado pelas confissões da Odebrecht. Relembremos ainda que os irmãos Batista especularam na compra de dólares, amealhando na operação US$ 750 milhões, cifra bem superior à multa de US$ 250 milhões, aplicada pela Operação Lava-jato.

E o que sobra aos brasileiros? Herdamos dos políticos corruptos, incompetentes e atrasados a maior recessão da história do Brasil e um desemprego brutal, com consequências inimagináveis para os mais pobres do país. E apesar de vivermos tempos difíceis, não é o momento de desistir do Brasil. É hora de atentarmos a tudo o que está acontecendo. Não com paixões, mas com serenidade, por mais difícil que nos seja neste momento.

Deste modo, com tranquilidade, exigiremos das autoridades celeridade no cumprimento das leis. Legalidade na atuação de todos, inclusive do aparato judicial, buscando sintonia direta com o Estado de Direito, esse ente abstrato que se reveste no respeito à hierarquia, das normas e o cumprimento dos direitos fundamentais ditados em nossa Constituição.

Desse modo, as passeatas são um direito, porém, será necessário antever a quem elas, exatamente, estarão atendendo. Literalmente, não se pode acreditar em tudo o que se diz e vê. É preciso observar quem diz, o que se diz e com que propósito se diz. Desconfie sempre! Não nos desliguemos de nada para não sermos enganados!

Tudo tem sentido de ser, tem o momento de ser, e na melhor das hipóteses, estamos nos depurando. O que estamos presenciando por aqui, simplesmente, é a desnudez daquilo que já sabíamos e que faltava, apenas, vir à tona, às claras, como agora.

Pensemos no Brasil! Fiquemos com o Brasil!
Em meio a tudo isso, é preciso e necessário destacar que ainda existem políticos honestos, pois não sobreviveremos como país sem a política e sem os políticos. Procuremos então substituir os políticos ruins nas próximas eleições.
Reformas? Ah as reformas! Precisamos delas em todos os níveis e em todas as áreas. Não basta pensar ou acreditar que nossos problemas estão somente nos políticos.

Não! O país precisa se modernizar, mudar de patamar, porém, a modernização precisa vir de cada um de nós. Precisamos ser melhores a cada dia para formarmos uma sociedade melhor. Mas, para isso, precisamos ter humildade e coragem para compreender que nossa sociedade não vem, sistematicamente, produzindo pessoas com caráter, com honestidade, com estudo ou formação decente e suficiente. Precisamos ser melhores para brilharmos sempre.
Pensem nisso!

* Economista, MBA Executivo em Gestão Empresarial, PG em Administração de Empresas e Organizações, PG em Metodologia do Ensino Superior, Consultor Econômico-Financeiro e autor dos Livros “Economia & Administração” e “Guilhermina de Jesus e a Família Brasileira”. E-Mail: [email protected]. Blog: http://zaibatsum.blogspot.com.
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