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15 de maio, de 2017 | 11:57

A importância do professor no acompanhamento do aluno talentoso

José Amilar da Silveira

Divulgação
É muito bom ver o trabalho do professor que, além do domínio da sua disciplina, da adequada gestão da sala de aula e da boa didática, tem a clara percepção do seu aluno, do seu jeito de ser, das suas diferenças, das suas dificuldades e do seu talento.

Passando pelos corredores que dão acesso às salas de aula, sempre é possível encontrar esse professor, que conhece cada um de seus alunos pelo nome, sabe de suas famílias e chega mesmo a conhecer as entranhas dessas almas juvenis.
É esse professor que, ao trabalhar com seus pupilos, descobre logo os que são mais talentosos, percebe aqueles que têm altas habilidades.

E mais, luta para derrubar alguns mitos, como os que afirmam que as crianças ou jovens chamados de superdotados são gênios, quando, na realidade, são tão somente alunos que apresentam maior facilidade na aprendizagem, e que se destacam dos demais da turma. A ideia do gênio alimenta a crença de que, independentemente do ambiente e das adversidades sociais, o superdotado conseguirá se sobressair em qualquer assunto sem risco.

Outro mito que o bom professor afasta é o que acredita que o superdotado é bom em tudo, sabe tudo, não precisa de ajuda. Ninguém é bom em tudo. O superdotado precisa do mesmo tipo de ajuda que qualquer criança de sua faixa etária. Ele precisa de ajuda em todos os aspectos da vida, do social e afetivo ao cognitivo. Pelo fato de terem raciocínio rápido, não quer dizer que os superdotados vão diminuir o trabalho do professor, ao contrário, eles precisam de mais incentivo para manter interesse pela escola e, consequentemente, para desenvolver o seu talento.

Marília Gonzaga, gerente do programa de apoio à aprendizagem de superdotados da Secretaria e Estado do Distrito Federal, diz que o que diferencia o superdotado do gênio é justamente o fato de ter habilidades surpreendentes em áreas específicas, mas de não ser, necessariamente, brilhante em tudo.

"O gênio muda a concepção do mundo de sua época, com propostas inusitadas, antecipatórias. Já o superdotado faz propostas criativas, reformula soluções. Por isso, todo gênio é superdotado, mas nem todo superdotado é gênio", define a professora de Educação da UERJ, Marsyl Mettrau, presidente da Associação Brasileira para Superdotados (ABSD).

A compreensão de que a atividade educacional deve estar centrada na pessoa, no indivíduo, ajuda o professor a entender melhor os alunos com suas diferenças. Possibilita-lhe identificar, no conjunto da turma, aqueles que têm maior facilidade de aprendizagem, os mais talentosos, os superdotados. Esses alunos formam um conjunto de características que os torna diferentes dos demais que constituem o grupo médio da sala de aula.

O Conselho Nacional de Educação define as altas habilidades/superdotação como grande facilidade de aprendizagem que leva pessoas, crianças ou jovens a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. “E que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos, devem receber desafios suplementares em classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa escolar”.

O trabalho do professor na área das altas habilidades/superdotação é cheio de desafios. Requer uma postura de facilitador do processo de aprendizagem, uma vez que as características apresentadas muitas vezes superam as expectativas previstas. Ele precisa ter muita flexibilidade, maleabilidade na sua conduta pedagógica e nas relações com os alunos. O planejamento individualizado vai possibilitar o desenvolvimento do aluno e o crescimento de seu talento, de suas habilidades, oportunizando-lhe desafios e contextos interessantes para a sua caminhada.

O aluno talentoso precisa da presença do professor na sua vida, precisa do acompanhamento dos seus professores, seu apoio, sua atenção especial. O professor, por sua vez, precisa compreender essa sua missão. Esse é o novo olhar de quem entendeu o conceito básico da educação especial, de quem assumiu o respeito às diferenças. Esse é o comportamento inovador do educador que vai muito além da preocupação de só dar aulas.

* Diretor do Centro de Estudos Profª. Zenita Guenther. Centro Educacional para Apoio ao Talento - CEAT. E-mail: [email protected]. Schola, Educação, Assessoria e Consultoria.
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