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02 de maio, de 2017 | 09:07

Um certo Capitão Marliére

Caderno Especial de Aniversário

Divulgação/ACS PMSP
Ontem, assim como hoje, as paisagens de Paraíso encantam os visitantesOntem, assim como hoje, as paisagens de Paraíso encantam os visitantes
Apesar de sua antiga história, Santana do Paraíso guarda poucas lembranças do início da sua ocupação. Os próprios moradores cuidam da memória da cidade, preservada via oralidade. Dos personagens históricos, um dos mais conhecidos é Maria Isabel Rainha do Porto, ou “Cecília Preta”. Dizem os mais antigos que a ex-escrava, liberta pela Lei Áurea, era respeitada pelos moradores, aos quais gostava de contar histórias do seu tempo.

Outro nome conhecido é o de Manoel Carlos, dono da primeira loja, que abastecia com tecidos, calçados e outras mercadorias buscadas em lombo de mulas. Também foram dessa época Amâncio Daniel de Oliveira, José Soares (Juca Soares), Francisco Máximo, Manuel Messias, Virgínia Messias, Joaquim Jerônimo e Neftaly Caetano Assunção, Salvelino Fernandes Madeira, um dos primeiros habitantes do Córrego Soveno, hoje bairro São Francisco, e Teresa Serápia Almeida, primeira agente dos Correios.

Divulgação/ACS PMSP
A praça da Igreja Matriz de Santana, onde tudo acontece em ParaísoA praça da Igreja Matriz de Santana, onde tudo acontece em Paraíso
PADROEIRA
A história de Santana do Paraíso – tal como a de outros municípios do Vale do Aço – passa por um capitão francês que ajudou a desbravar áreas inóspitas e a “pacificar” os índios que ocupavam a região, e que, por sua importância histórica, inspirou nomes de cidades, ruas e avenidas.

Guido Marlière chegou ao Brasil em 1808, acompanhando a corte de Dom João VI, que então fugia de Napoleão Bonaparte. 11 anos depois, foi nomeado comandante geral das Divisões Militares na região do Rio Doce, no leste de Minas Gerais, incluindo o atual município de Santana do Paraíso.

Foram inúmeras as incursões de Marlière pela região. Entre outros feitos, ele foi o responsável, em 1827, pela chegada do maquinário para a primeira indústria da região, trazida pelas águas do rio Doce – na época chamado de Chopotó dos Coroados –, fundada pelo também francês Jean de Monlevade. Marlière foi também importante fonte de informações para os alemães Spix (zoólogo) e Martius (médico e botânico), autores de “Viagem pelo Brasil”, um dos principais relatos do início da colonização do Brasil.

Guido Marlière era devoto de Nossa Senhora de Sant’Ana, que emprestou nome e se tornou padroeira de várias cidades, entre elas Santana do Paraíso.

A primeira biografia de Guido Marlière foi escrita por Manoel Basílio Furtado, em 1891, também responsável pela pintura do único quadro que se conhece do “Comandante de todas as Divisões do Rio Doce”, feito com base na imagem do relicário de sua viúva, emprestado por sua neta e herdeira Maria Flávia Marlière. (Com ACS PMSP)
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