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20 de abril, de 2017 | 10:39

As 13 razões do bullying

Ana Regina Caminha Braga

Divulgação
O bullying é uma ação cada dia mais comum no meio escolar, porém, o que a grande maioria não se dá conta é que ela pode ter consequências graves em todas as instâncias da vida da pessoa. Recentemente, a Netflix lançou uma série que trata sobre o tema: 13 reasons why. A grande discussão em torno da série é a pratica do bullying no meio escolar, os danos que ele pode causar e o papel da sociedade e escola no seu combate e conscientização.

Hanna Beker é uma adolescente recém-chegada em uma pequena escola no interior, que sofre as mais variadas ações e agressões por parte dos novos colegas. Sem a ajuda e acompanhamento adequado, ela toma uma decisão extrema: o suicídio.

Para alguns, pode até parecer exagero, mas o fato é que esses casos vêm se tornando mais e mais comuns entre crianças e adolescentes. Na série em questão, a escola nega conhecimento dos casos de bullying e essa é uma consequência grave. Mas afinal, qual o papel da escola nesse caso? Como nós, educadores, podemos prevenir e conscientizar pais e alunos sobre tal ação?

Nosso papel é entender esse conceito e combater a sua progressão no meio escolar. Como mestre e pesquisadora da educação, é possível compreender que a escola precisa trabalhar e se desenvolver para que a tomada de consciência aconteça de modo geral, da equipe pedagógica e administrativa até os discentes. Devemos, sim, estar sempre atentos para detectar o processo e trabalhar em prol dos alunos vitimizados pelo bullying.

Fechar os olhos para o que acontece no dia a dia é um erro, devemos prestar mais atenção e, ao menor sinal de bullying, tomar as devidas providências. Só essa mobilização pode diminuir tal sofrimento. Cabe ao núcleo escolar deixar esses alunos amparados e mais à vontade no meio. Da mesma maneira, a prevenção e o tratamento devem ser multidisciplinares e incluir vários profissionais.

É de extrema importância a intervenção na família e na escola, com planos que possam melhorar a vida daquela criança ou adolescente. Na grande maioria das vezes, como no caso de Hanna na série, sabemos que esses jovens não terão atendimento adequado, e, em alguns casos, nem o reconhecimento da situação.

Diante disso, a principal forma de lutar para evitar o bullying é investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, o que inclui pais e alunos. Devemos orientar os pais para que possam ajudar, pois os mesmos devem estar sempre alertas para o problema, seja o filho a vítima ou o agressor, ambos precisam de ajuda e apoio psicológico. Em muitos casos é esquecida a prática de cuidar do agressor, e este também pede socorro.

O bullying é um problema sério, que pode levar a graves consequências e precisa ser extinto. Em meio à era digital e a tantas mudanças sociais e culturais, nós, como pais e educadores, devemos estar ainda mais atentos para o que está acontecendo. E a reversão desses casos só será possível com o apoio da escola, dos pais e dos próprios alunos.

* Escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar. [email protected].
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