Expo Usipa 2024 02 - 728x90

06 de abril, de 2017 | 08:52

Desafios para retomada: a flexibilização trabalhista é o caminho?

Celso Bazzola

Divulgação
Vivemos um período de nova cultura e de mudanças na postura dos profissionais. Assim, torna-se fundamental o debate sobre a possibilidade de mudanças nas leis trabalhistas, modernizando as relações, buscando também combater a atual crise econômica. Infelizmente nossa legislação ainda é complexa na relação entre empregadores, sindicatos e empregados.

Existe uma tendência no mercado de trabalho de maior participação dos profissionais nos resultados e ganhos, em detrimento de garantias que muitas vezes se mostram obsoletas. Com isto, as negociações deveriam estar focadas muito além do simples desejo de obter vantagens na negociação, mas sim, em criar mecanismos de sustentabilidade desse acordo, e eu entendo que existe uma interdependência nas relações, sendo necessário o equilíbrio econômico e garantia de ganhos e lucros.

Flexibilizar alguns critérios de negociação, o ganho pelo resultado e a composição justa de uma remuneração total pode ser o caminho fundamental para esse equilíbrio, onde todos obtêm resultados pela importância que possuem no processo produtivo.

Hoje, infelizmente, a legislação tributária é implacável, e a trabalhista, em alguns pontos dificulta a criação de novas possibilidades de acordo. Pilares devem ser mantidos, como FGTS, 13º salário ou férias. Entretanto, o mundo mudou, as relações mudaram e as necessidades são outras.

Temas como remuneração, carga horária e até mesmo os direitos garantidos pela legislação, podem ser cumpridos de forma mais adequada para as necessidades de trabalhadores e empresas. Exemplos seriam encargos menores em ganhos por resultado (não somente no PLR), férias com mais e maiores possibilidades de fracionamento, entre outros.

Assim, uma reforma trabalhista se mostra importante para modernização das empresas e para suportar momentos de instabilidade econômica, permitindo a realização de acordos que sejam compatíveis com a necessidade de mercado, evitando situações de demissão em massa ou quebra de empresas como ocorridas recentemente.

Um caminho é focar a flexibilização nas estruturas de acordos coletivos e contrato de trabalho. O que é saudável mantendo os direitos principais, isto é, não suprimir, e sim ajustar a forma de cumpri-los. Ampliar a capacidade de negociar e fazer com que todos sintam parte do processo. Esta mudança é muito ligada ao bom senso das partes, deixando de lado a ideia de “levar vantagem em tudo”, que algumas pessoas possuem.

O modelo que temos hoje leva todos os questionamentos trabalhistas para processos jurídicos, o que ocasiona um grande desgaste entre as partes envolvidas e trazem prejuízos a todos. Assim, se mostra necessário um debate sobre a possibilidade de acordos livres, obedecendo uma regra mínima dentro de uma realidade.

Essa mudança ajudará na redução de processos na Justiça do Trabalho e aumentará a velocidade na tomada de decisão e os resultados de ganhos, tanto para as empresas como aos empregados.

Enfim, a mudança na nossa legislação trabalhista, por mais que a priori possa parecer problemática, se mostra fundamental e requer uma análise profunda. Só assim teremos uma evolução nas relações, onde todos os lados possam definir e ajudar a sustentabilidade de mercado, gerando empregos e ganhos justos de acordo com o desempenho de todos os envolvidos.

* Especialista em recursos humanos e diretor executivo da Bazz Estratégia e Operação de RH.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário