01 de abril, de 2017 | 09:40
Os pilares da educação financeira
Fernando Fagundes
Com a economia instável e o país passando por um momento financeiro delicado, muitas pessoas acabam não conseguindo honrar suas dívidas e entram para o cadastro de maus pagadores. No entanto, uma ferramenta que ajuda o cidadão a não entrar nesse buraco ou a sair dele é a educação financeira, que, nada mais é do que saber administrar as suas finanças. A tarefa não é nada fácil, mas com esforço e foco é possível passar de ano nessa matéria.É preciso ter discernimento para ganhar, gastar, poupar e investir o dinheiro da melhor forma possível. É preciso saber como agir e o que fazer com o dinheiro. Essa matéria deve ser aprendida desde a infância. Assim as crianças de hoje já crescem com a responsabilidade financeira na cabeça, e, amanhã, se tornam adultos financeiramente mais bem educados, ou seja, sabendo utilizar melhor os seus recursos.
Uma Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o percentual de famílias endividadas e inadimplentes cresceu, passando de 55,6% em janeiro para 56,2% em fevereiro. O estudo mostra que também aumentou o percentual de famílias que não conseguirão pagar suas dívidas: saltou de 9,3% para 9,8% no mesmo período.
Um dos principais instrumentos para uma educação financeira eficaz é o planejamento. Por meio dele é possível definir objetivos, prioridade e fixar metas de curto, médio e longo prazo, adequando seu padrão de vida e limitando gastos à renda familiar.
Claro que exige disciplina, desapego e desprendimento, pois muitas vezes é necessário cortar os passeios de fim de semana, a viagem de férias, a roupa nova, mas o resultado vale a pena. Alguns pilares permeiam o sucesso da educação financeira: identificar os gastos mensais, fixos e variáveis; não gastar mais do que se recebe; identificar e banir os gastos desnecessários e não assumir dívidas que não conseguirá pagar.
Outro destaque é a confecção de uma planilha, que ajuda na hora de comparar a receita e a despesa, mês a mês. Com isso, é possível ter noção de como está o andamento das finanças, se está conseguindo equilibrar as contas e sair do vermelho. O endividamento traz consequências como perda de emprego; venda de bens; falta de dinheiro para necessidades básicas; crédito a juros altos em bancos, entre outras.
É sempre importante lembrar que nas cooperativas de crédito as taxas de empréstimo, financiamento, cartão de crédito e outros produtos é bem inferior ao sistema financeiro tradicional, ou seja, uma opção mais acessível para quem quer resolver pendências financeiras.
O objetivo de uma cooperativa de crédito é defender a economia individual dos seus sócios, que são os verdadeiros donos da cooperativa. Justamente por não visar lucro, as cooperativas conseguem oferecer produtos e serviços com taxas diferenciadas. Depois que sanar as dívidas, é importante pensar numa reserva financeira.
Com o orçamento equilibrado, é hora de poupar. O ideal é destinar 10% de sua renda para algum ripo de aplicação como RDC, renda fixa, CDBs, previdência privada ou renda variável, para que, havendo necessidade, tenha de onde prover recursos.
*CEO da UNICRED do Brasil
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