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18 de março, de 2017 | 08:57

Ipatingão, uma agonia que parece não ter fim!

Marcelo Luciano Costa Santos

Ipatinga contra Cruzeiro em 2007Ipatinga contra Cruzeiro em 2007
O estádio Epaminondas Mendes Brito, hoje rebatizado como João Lamego Neto, estará completando agora em 2017, 35 anos desde a sua inauguração. Foi em novembro de 1982 num sábado, dia 13, que a praça de esportes idealizada e construída pelo então prefeito João Lamego Neto (1977-1982) era oficialmente aberta, com o jogo do Cruzeiro contra uma seleção amadora ipatinguense. Apelidado de Lamegão, o nome foi imediatamente mudado por seu antecessor no governo: Jamill Selim de Sales (1983-1989). O então chefe do executivo fez questão de colocar uma placa do lado de fora do estádio grafado com o nome Ipatingão, o que convenhamos, foi algo muito mais sensato e apropriado.

Mas, até meados dos anos 90, o estádio, que recebia apenas partidas amadoras, shows de pop/rock e bingos, foi sendo deixado de lado e ficou completamente abandonado, com o seu gramado chegando a virar pasto para cabritos e bodes e suas instalações sendo invadidas por vários “sem tento”. Esse quadro tenebroso só começou a quando o radialista Fernando Rocha assumiu a administração do estádio. O Grande marco neste sentido foi o jogo Atlético 2 X 1 Cruzeiro, em abril de 1996.

No ano seguinte, o Vale do Aço teve pela primeira vez desde 1968, um time na Primeira Divisão. Foi o Social de Coronel Fabriciano, que mandou no Ipatingão o seu jogo contra o Galo, que tinha no elenco estrelas como Taffarel e Márcio Santos, tetracampeões do mundo em 94. Esse jogo, cuja data não me lembro no momento, teve um público de mais de 20 mil pessoas, apesar do temporal que caiu na cidade por volta das 16h, atrasando o início da partida em exatamente 45 minutos.

Com o surgimento do Ipatinga, em maio de 1998, o Ipatingão passou a sediar clássicos do Campeonato Mineiro, Campeonato Brasileiro. Libertadores e Sulamericana, dentre outros torneios que foram sendo criados, com transmissão ao vivo pela televisão para o Brasil e exterior. O Tigre aliás contribuiu enormemente para o enriquecimento destas páginas. O clube teve uma ascensão meteórica, saindo da terceira divisão mineira para a Série A da era dos pontos corridos do Brasileirão em uma década. Nesse caminho, conquistou uma Taça Minas Gerais (2004), um Campeonato Mineiro (2005), um vice (2006), chegou à semifinal da Copa do Brasil, deixando pelo caminhos vários dos “grandes” do futebol tupiniquim (2006) e conquistou ali sua glória maior, quando em 13 de novembro de 2007, depois de uma empolgante vitória de 3 X 2 sobre o Marília, com direito a mais de 20 mil pessoas nas arquibancadas, obteve o acesso à primeira divisão do Nacional de clubes. Depois, infelizmente, o clube engatou uma verdadeira marcha-a-ré, com alguns momentos de pequena recuperação, mas culminando hoje em estar novamente na terceira divisão do Mineirão e “sem qualquer divisão” no Brasileiro.

Talvez, seja por isso que o “Gigante do Parque Ipanema” (me parece que essa frase foi criada pelo colega Nelcy Romão), também esteja doente. Como o animal de estimação que percebe que algo de ruim aconteceu com seu dono, mas não entende o que foi e fica assim sofrendo, o Ipatingão talvez esteja esperando que o Ipatinga Futebol Clube um dia recupere suas glórias perdidas e para muitos esquecidas e assim possam ambos, juntos, voltar a brilhar no cenário esportivo do país.

É o que todos nós queremos e desejamos!

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Comentários

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Eunecyr Serafim de Oliveira Bragança

20 de março, 2017 | 13:37

“Muito triste...O "Gigante do Parque Ipanema" simplesmente tombou!..Quantas alegrias já vivemos nesse estádio que hoje, nada mais é, que um local que causa medo, tamanho a imensidão do seu abandono.
Talvez se não fosse a teimosia de alguns, ainda pudesse estar vivo.
Resta-nos continuar sonhando com o dia em que, novamente, será reerguido a fim de que novas e muitas outras alegrias possam ser revividas...Ainda que por nossos netos, quem sabe?!...”

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