17 de março, de 2017 | 12:55

Justiça Federal no Paraná bloqueia R$ 1 bilhão dos maiores frigoríficos do país

Principais grupos do setor do país estão na mira da operação, como o BRF (que detem as marcas Sadia e Perdigão) e o JBS (Seara, Swift, Friboi e Vigor)

Marcelo Camargo/Agência Brasil
O esquema de corrupção viabilizava a operação de frigoríficos em desacordo com as normas legais vigentesO esquema de corrupção viabilizava a operação de frigoríficos em desacordo com as normas legais vigentes


A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca, que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

Alguns dos principais grupos do setor do país estão na mira da operação, como o BRF (que detém as marcas Sadia e Perdigão) e o JBS (Seara, Swift, Friboi e Vigor).

Diferentemente do que foi publicado anteriormente, informamos que as marcas Batavo e Elegê não pertencem a BRF como foi citado na matéria da Agência Brasil. A empresa informa que desde 2015, estas marcas passaram a integrar o portfólio da Lactalis. "Somos o maior grupo de laticínios do mundo, e atua seguindo rigorosos processos de segurança visando a qualidade dos seus produtos e o respeito aos consumidores em todo o mundo", informa em nota a empresa.

A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas (BRF e JBS). Segundo a PF, a Carne Fraca é, em números, a maior operação já realizada pela corporação no país. Cerca de 1.100 policiais federais cumprem 309 mandados judiciais em sete estados - 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão nas casas e escritórios dos investigados e em empresas que fariam parte do esquema.

Em São Paulo, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão; duas empresas e seis residências estão no alvo da operação, sendo uma em Santo André e cinco na capital; três mandados de prisão preventiva (um em Santo André e dois em São Paulo); seis mandados de condução coercitiva; e um mandado de prisão temporária.

Até agora, dois homens e uma mulher foram presos em São Paulo e levados à sede da Superintendência da Polícia Federal paulista, de onde devem ser encaminhados para Curitiba para depor sobre o esquema de fraude envolvendo o comércio de carne.

Paraná, Minas Gerais e Goiás

Em quase dois anos de investigação foi descoberto que as superintendências regionais do Mapa nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger os grupos empresariais, em detrimento do interesse da coletividade.

De acordo com a apuração, os agentes públicos envolvidos no esquema se prevaleciam do poder fiscalizatório dos seus cargos e facilitavam a produção de alimentos adulterados, mediante pagamento de propina, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Uma das irregularidades detectadas foi a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender aos interesses dos grupos empresariais.

Assim, eram viabilizadas ações ilegais de frigoríficos e empresas do ramo alimentício, que operavam em total desrespeito à legislação vigente. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas no Distrito Federal e em seis estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goias. (Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil)

Esquema liberava carnes vencidas e contaminadas

Dentre as irregularidades investigadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), estão a liberação de lotes de carne estragadas, contaminadas com bactérias e com utilização de produtos cancerígenos. A operação é a maior da história PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos.

Em nota, a Polícia Federal informou que aproximadamente 1.100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema. Essa é a maior operação policial da história da PF.

Segundo decisão da justiça, a veterinária da Peccin Industrial Ltda – empresa envolvida nos casos investigados – relata a “a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração”.

A Polícia Federal também interceptou conversa entre dois integrantes do Ministério da Agricultura falando sobre a transferência de uma fiscal que teria encontrado problemas de infeccção com a bactéria Salmonella em lote da empresa Rio Verde e tomava medidas para fechar essa unidade de produção.
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