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08 de março, de 2017 | 08:56

Economia e Política

Sérgio Orlando Pires de Carvalho

Divulgação
A melhora dos indicadores econômicos está ajudando na recuperação da confiança dos mercados e na retomada do crescimento do país, mas a estabilidade econômica pode ser prejudicada pela incerteza no campo político. Em seis meses de Governo de Michel Temer, os juros caíram de 14,25%, os mais altos nos últimos 10 anos, para os atuais 12,25%, o menor patamar desde 2015.

Alguns analistas apostam que a Celic (taxa básica de juros da economia) continuará caindo nos próximos meses e que ela alcançará um dígito até o final do ano, chegando a 9,3% ao ano, algo que não acontece desde 2013. A expectativa é que a redução da Celic contribua para estimular a economia, que passa por recessão e alta do desemprego.

Outras notícias que vêm agradando mercados, empresários e consumidores é a taxa de inflação, que deve fechar o ano em 4,43%, portanto, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%, e a estabilidade no câmbio (relação entre o Real e as demais moedas estrangeiras). O resultado dessa combinação de fatores é a confiança do mercado trazida pelos indicadores, o que não se traduziu ainda na melhora da atividade econômica como um todo, o que deverá acontecer no segundo semestre de 2017, ou mesmo, em 2018.

Por outro lado, para que o país volte aos trilhos de vez, ainda será preciso resolver as intrincadas questões políticas, incluindo aí os desdobramentos da Operação Lava Jato. Como as investigações correm em sigilo de justiça, tem havido vazamentos que, provavelmente, poderão não corresponder à verdade dos fatos e, por isso mesmo, tecnicamente, o que se tem noticiado não possui ainda nenhum efeito legal; o que tem trazido mais confusão do que luz.

Voltando à economia, podemos dizer que ela não caminha por si só, o país não caminha por si só, é preciso haver uma liderança para fazer as coisas andarem. Porém, quando essa liderança se torna alvo de questionamentos jurídicos criminais, mesmo que não confirmados tecnicamente, a crise política se instala e pode engolir a melhoria da economia.

Especialistas admitem que a situação política poderá vir a comprometer totalmente a economia, pelo fato de não se saber o teor de qualquer acusação, de qualquer processo adicional da Operação Lava Jato ou de qualquer dessas operações em curso e essa incerteza, essa intranquilidade quanto ao rumo político do país, coloca em risco a recuperação econômica que vem se mostrando firme e sustentada.

A queda da inflação, principal elemento de medição da temperatura da estabilidade econômica, é superpositiva, e vem permitindo a redução da taxa de juros. Embora a taxa de juros real ainda seja muito alta, uma das maiores do mundo, essa redução vem trazendo a possibilidade de financiamentos e investimentos produtivos na economia. Desse modo, aumentando os financiamentos e os investimentos, há possibilidade de melhoria na geração de empregos, que deve ser o último a se normalizar.

A dificuldade mesmo fica por conta das reformas prioritárias do governo que precisam caminhar. A Reforma da Previdência; a Reforma Trabalhista e Terceirização; a Reforma Política; as Concessões e Privatizações etc, cujo objetivo é entregar um país mais moderno e arrumado do ponto de vista econômico e político ao próximo presidente a ser eleito em 2018.

A conclusão é simples. A perspectiva econômica é positiva, porém, estamos em risco constante, colocado pela instabilidade política.

* Economista, MBA Executivo em Gestão Empresarial, PG em Administração de Empresas e Organizações, PG em Metodologia do Ensino Superior, Consultor Econômico-Financeiro e autor dos Livros “Economia & Administração” e “Guilhermina de Jesus e a Família Brasileira”. E-Mail: [email protected] - Blog: http://zaibatsum.blogspot.com.
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