04 de março, de 2017 | 07:52

Cuidado com o planeta é tema da Campanha da Fraternidade

Padre Marcio Prado

[imagemd7502A Campanha da Fraternidade, a cada ano, procura refletir sobre um determinado tema que seja relevante ao seu tempo. Ela é organizada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que, à luz da fé, motiva os fiéis através de subsídios, dados, cartazes e outros meios sobre um ou mais assuntos.

Com o tema: "Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida e o lema: "Cultivar e guardar a criação" (Gn 2,15)", a reflexão está em sintonia com a recente carta encíclica escrita pelo Papa Francisco, "Laudato Si", Louvado Sejas, onde o pontífice claramente escreveu sobre o cuidado com a casa comum, o planeta terra.

Em outros anos, a Igreja no Brasil já havia demonstrado essa preocupação com a Terra. No ano passado, inclusive, o foco foi o saneamento básico e, neste ano, os bispos no Brasil resolveram continuar a pensar na casa comum, nos biomas do Brasil.

Como explica o texto-base da CF-2017, a expressão bioma vem de “bio”, que em grego quer dizer “vida” e “oma”, sufixo também grego que quer dizer “massa”, grupo ou estrutura de vida. Em outras palavras, "um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação histórica é comum".

São seis biomas no solo brasileiro: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa. A Campanha da Fraternidade visa alertar exatamente para que, se esses biomas não forem preservados, cuidados, infelizmente acabarão. Trata-se de uma riqueza natural, um bem do Criador, que foi confiado ao homem para que cultive e guarde toda essa bênção divina.

Quando o livro do Gênesis narrou a criação de Deus, a fauna e flora, a criação do homem, às sua imagem e semelhança, mostrou que tudo isso foi feito por amor. Deus deu ao homem a oportunidade de dela retirar o seu sustento, e também de zelar pela terra, o solo, os animais, as árvores... Tudo é dom de Deus.

A Campanha da Fraternidade chama o povo à conversão, para que se volte para Deus, para o próximo e para a defesa da criação. Não é simplesmente de cunho social/ecológico, mas, antes de tudo, o convite é olhar para Deus. Do olhar para o Criador um olhar para o próximo - o próximo é irmão e não inimigo - e do olhar para o próximo um olhar para a natureza. Se o caminho assim for feito, não se cairá num partidarismo, "isso é mais importante que aquilo", não! O olhar deve ser para o todo.

O papa em sua encíclica Laudato Si', propõe uma ecologia integral. O texto-base da Campanha apresenta as riquezas de cada bioma, alerta sobre os riscos e as perdas que já ocorreram, aponta a contribuição da Igreja em cada bioma e deseja que cada cidadão faça sua parte. Autoridades, governos, empresários, ou seja, os que detêm o poder, são convocados a contribuir para a preservação dos biomas brasileiros.

Por fim, cabe ao povo cristão e a toda pessoa de boa vontade tomar consciência de que com pequenas iniciativas se consegue bons resultados, como: separar o lixo orgânico do reciclável, economizar água, não sujar as ruas, plantar árvores. É preciso mais do que esperar que os governos e parlamentares façam e cumpram leis que protejam o meio ambiente.

Espera-se que as autoridades políticas tenham uma conduta em que não se deixem dominar pela corrupção e, assim, não se preocupem apenas com os bens materiais, mas que sejam desapegados e cuidem da população com políticas que conscientizem e promovam a defesa da vida humana e ecológica.

* Sacerdote da Comunidade Canção Nova e Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. Twitter: @padremarciocn.
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