04 de março, de 2017 | 07:41

Bebê de cinco meses se recupera de lesões provocadas pela mãe

Família ipatinguense solicita ajuda para cuidar de criança com sequelas

Anderson Figueiredo
A tia Sara, a avó Nilza e o avô Jonas, com o gêmeosA tia Sara, a avó Nilza e o avô Jonas, com o gêmeos
Com apenas cinco meses, o bebê Arthur se recupera de lesões provocadas por espancamento realizado pela própria mãe. O fato ocorreu no fim de 2016, na cidade de Marataízes (ES). Hoje, Arthur está sob a guarda dos avós paternos, em Ipatinga. A família espera por doações para ajuda-la a cuidar da criança.

A agressão aconteceu quando o bebê tinha apenas dois meses. A mãe, Raquel, teve depressão pós-parto, depois de dar à luz aos gêmeos Arthur e Sofia. Raquel agrediu somente o menino, que teve fraturas no crânio, pernas e clavícula.
A avó materna, Nilza Dornelas, enfatiza que a família teve um momento inicial de desespero ao saber do ocorrido. “Todo mundo ligava para ter notícias. Fui a primeira a ir para acompanhar o Arthur. Todo mundo ficou desesperado”, lembra.

Após a agressão, Arthur foi levado ao hospital e permaneceu em coma por dois meses. O bebê perdeu completamente a visão e possui dificuldades no desenvolvimento da fala. “Por causa das pancadas na cabeça, ele perdeu 100% da visão e também não emite nenhum tipo de som. Quando ele chora, só saem lágrimas dos olhinhos dele”, informa a tia paterna, Sara Dornelas, em entrevista à TV Cultura Vale do Aço.

De acordo com a tia, a pequena Sofia foi trazida para Ipatinga, logo após o surto que acometeu a mãe. Depois de ter alta, Arthur passou mais duas semanas em um abrigo, para finalmente ser encaminhado à casa dos avós.

Sara afirma que a situação é difícil, haja vista que os avós paternos são responsáveis pela criação de outros três netos e apenas o avô recebe aposentadoria. “Meus pais, que possuem mais de 60 anos, cuidam de outros netos, e agora também estão com os gêmeos. Além disso, o Arthur possui muitas restrições por causa das sequelas”, destaca.

Segundo a família, o bebê precisa de um tratamento e acompanhamento médico oftalmológico e ortopédico. A criança também necessita da ingestão de um leite especial, o Pregomin, devido a alergia à lactose e à proteína do leite de soja.

“Larguei a minha vida em João Monlevade e vim para cá também, porque os meus pais precisam de muito apoio neste momento. A gente precisa muito da colaboração para os meninos, para eles terem uma vida melhor, depois de terem passado por tantas coisas”, resume Sara.

A tia conta que a mãe dos gêmeos era uma pessoa tranquila e que sempre sonhou com a maternidade. “Ela sempre foi muito boa com os parentes, e uma ótima esposa para o meu irmão. Inclusive, eles fizeram tratamento para engravidar, pois sempre quiseram filhos. É algo que não conseguimos explicar”, ressalta.

A família de Arthur está na expectativa de receber doações e outras ajudas. O endereço da família é rua Tucanuçu, 2093, bairro Chácaras Madalena, em Ipatinga. Os números de telefone para contato são: 31 98899 9590
ou 31 99212 9178 (Falar com Sara)

O que é a depressão pós-parto

O médico psiquiatra Frederico Navas Demétrio, supervisor do Ambulatório de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e autor do livro “Entendendo a Síndrome do Pânico”, alerta que existe uma diferença básica entre tristeza e depressão pós-parto. "A tristeza pós-parto é quase fisiológica. Dependendo da estatística, de 50% a 80% das mulheres apresentam certa tristeza, certa disforia e irritabilidade que têm início em geral no terceiro dia depois do parto, dura uma semana, dez, quinze dias no máximo, e desaparece espontaneamente”.

Já a depressão pós-parto, explica o médico, começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia. Sobre a explicação neurobioquímica para a depressão pós-parto, Frederico Navas destaca que o pós-parto é um período de deficiência hormonal.

Durante a gestação, o organismo da mulher esteve submetido a altas doses de hormônios e tanto o estrógeno quanto a progesterona agem no sistema nervoso central, mexendo com os neurotransmissores que estabelecem a ligação entre os neurônios. De repente, em algumas horas depois do parto, o nível desses hormônios cai vertiginosamente, o que pode ser um fator importante no desencadeamento dos transtornos pós-parto. Mas esse não é o único fator. Todos os sintomas associados ao humor e às emoções são multideterminados, ou seja, não têm uma causa única. Portanto, não é só a deficiência hormonal que está envolvida tanto na tristeza pós-parto, quanto no quadro mais grave que é a depressão pós-parto. (Com informações da página drauziovarella.com.br).

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