02 de março, de 2017 | 17:21

Prefeito de Guanhães é cassado por compra de votos e abuso de poder

Segundo a denúncia, Ladinho doava, de forma irregular, lotes do município ao eleitor

Reprodução
Justiça Eleitoral determina afastamento de Ladinho e da vice, da Prefeitura de GuanhãesJustiça Eleitoral determina afastamento de Ladinho e da vice, da Prefeitura de Guanhães
Uma ação ajuizada pelo Partido Solidariedade (SD) resultou na cassação do mandato do prefeito de Guanhães, Geraldo José Pereira, o Ladinho (PMDB), e de sua vice, Mary Celeste Miranda Soares (PR), por compra de votos e abuso de poder político e econômico. Com base na denúncia do Solidariedade, representado pela advogada Tatiana Netto Miranda, a juíza Patrícia de Santana Napoleão também determinou a anulação dos votos recebidos por Ladinho e Mary na eleição do ano passado, e a realização de novas eleições para Prefeitura de Guanhães, que devem ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano. A decisão pode ser consultada no site do TRE/MG.

Lotes
Segundo a denúncia, Ladinho doava, de forma irregular, lotes do município ao eleitor; orientava o beneficiário para que procurasse o secretário de Obras, Wagner Reis, que expedia um ofício requerendo a instalação de hidrômetros e ligação de água ao SAAE Guanhães, o que era prontamente atendido pelo presidente da autarquia, Luiz Pereira Rodrigues, em tempo recorde. Luiz Pereira possuía ainda uma planta do bairro Esperança, onde estavam lançados os lotes, e informava quais imóveis estariam ‘disponíveis’, ou seja, não ocupados por outros ‘invasores’.

Demarcados os lotes, eram instalados nos locais placas com os nomes dos supostos “donatários”, garantindo, assim, o voto do eleitor.

A denúncia sustenta ainda que “tal prática se intensificou no ano de 2016, mais precisamente após o registro de candidatura, quando o prefeito, em busca da reeleição, realizou a distribuição maciça de lotes, sobretudo no bairro Esperança, de forma irregular, a centenas de famílias, em troca de voto, comprometendo a lisura do pleito”.

Laranja
Em outra ação, a advogada do SD, Tatiana Netto Miranda, sustenta que o prefeito Ladinho contratou a empresa “Centro de Estudos e Consultoria em Pesquisa de Mercado Marketing e Comportamento do Consumidor Ltda.-ME por valores exorbitantes para, entre outros atos, realizar o marketing de sua campanha e atacar a dignidade e a honra dos candidatos adversários, levando diariamente informações falsas e de má fé aos eleitores. A empresa, conforme a denúncia, atuou com o nome fantasia de “Jornal Conexão” lançando nas redes sociais ofensas contra o candidato a prefeito da Coligação Melhor Para Guanhães.

O sócio proprietário da referida empresa foi responsável também pela confecção e distribuição de material de campanha apócrifo que também atacava a dignidade e a reputação dos adversários e de seus apoiadores.

Manobra
No intuito de derrubar a ação, a defesa de Ladinho pediu a anulação do processo eleitoral, alegando que o promotor Guilherme Heringer de Carvalho Rocha não poderia atuar na causa por entender que o representante do Ministério Público “persegue o prefeito”.

A justiça não aceitou os argumentos da defesa e indeferiu o pedido de anulação. Diante dos fatos, a juíza Patrícia de Santana Napoleão decidiu cassar os diplomas concedidos ao prefeito Ladinho e à vice, Mary, declarando-os também inelegíveis por oito anos. Além disso, Ladinho foi multado em cerca de R$ 100 mil. Outras duas pessoas também citadas no processo tornaram-se inelegíveis e terão que pagar multa. Ladinho espera voltar ao cargo, graças a um efeito suspensivo.

Nova eleição em Guanhães
Após o trânsito em julgado das sentenças, a Câmara Municipal será oficializada para que o seu presidente assuma, provisoriamente, a chefia do Executivo. O vereador ficará encarregado de dar início aos procedimentos para a realização de eleições suplementares para prefeito e vice-prefeito de Guanhães, oficializando ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais o calendário do novo pleito.

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