02 de março, de 2017 | 11:11

Ter excelência na gestão é essencial no setor de Saúde

Enrico De Vettori

Divulgação
Outro ano se desenrola, mas o setor de prestação de serviços de saúde, especialmente no ramo hospitalar, se vê, mais uma vez, atado a antigas discussões. Destacam-se, nesse contexto, algumas questões. Como garantir a sustentabilidade e a qualidade na oferta de atendimento atuando cada vez mais pressionado pela alta dos custos? O que fazer para lidar com o achatamento das receitas diante da grave crise econômica pela qual passa o Brasil?

Como fica a pressão imposta pela necessidade de se atender um número geralmente crescente de pessoas que buscam não depender dos serviços públicos? E de que maneira é possível responder ao desafio de acompanhar a frenética evolução tecnológica, que traz significativos impactos sobre os investimentos, por um lado, e sobre as expectativas de resultados e de qualidade de atendimento exigidos pelas pessoas que contratam esses serviços, por outro?

A primeira resposta que sugerimos é: fazer investimentos em uma gestão de excelência. Eis, portanto, o grande segredo de sucesso em um mercado ultracompetitivo, com grande parte de seus serviços sendo regulados e que dispõe de uma margem financeira muito restrita para garantir resultados econômicos positivos a seus investidores e empresários.

Como é notório, grande parcela dos prestadores de serviços hospitalares no Brasil ainda está longe de contar com estruturas maduras de gestão empresarial. Em geral, os hospitais estão sujeitos a graves problemas que afetam sua saúde financeira, como a cultura do desperdício; a prática de fraudes e desvios; ineficiência administrativa de recursos físicos e monetários; exposição a condições ineficientes de gerenciamento de infecções hospitalares; má gestão das compras; falta de eficiência no gerenciamento de recebíveis e outras contas, entre os fatores complicadores.

Diante de um cenário tão pouco adequado, o repasse aos preços da alta sistemática e exponencial de custos acaba sendo uma medida inevitável. No entanto, essa espiral de reajustes repassados ao cliente certamente está encontrando um teto. Adotar princípios e soluções de excelência na gestão hospitalar passa a ser, então, essencial para garantir a própria sustentabilidade do negócio.

É necessário que os gestores passem a contar com tecnologias apropriadas e customizadas ao gerenciamento nesse tipo de mercado; pessoal treinado e bem orientado a adotar as melhores práticas e a transformar a cultura administrativa; sistemas e estruturas de controles para reduzir perdas e desestimular desvios de conduta; apoio para a prospecção e implementação de soluções que dinamizem a prestação e a oferta de serviços e atendimento, de acordo com as necessidades e expectativas do mercado.

O Brasil e os brasileiros continuam e continuarão ávidos pela prestação de serviços de saúde de excelência, já que o sistema público de atendimento universal está distante de ser capaz de dar conta da demanda gigantesca que existe, com a qualidade esperada. Há, portanto, vasto espaço para o crescimento da oferta de serviços privados no setor. Mas toda a excelência de atendimento exigida pelos clientes já existentes e pelos entrantes somente deverá gerar boas oportunidades de negócios àqueles prestadores que investirem em excelência na gestão de seus próprios negócios.

* Sócio da Deloitte Brasil para atendimento às empresas dos segmentos de Life Sciences e Health Care.
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