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20 de fevereiro, de 2017 | 17:59

Fred, a diferença

Divulgação
O inesperado empate com a URT, em Patos de Minas, tirou a liderança do Cruzeiro no estadual e interrompeu uma sequência que chegaria a sete vitórias, igualando o recorde da sempre lembrada equipe da “Tríplice Coroa”, em 2003.

O técnico Mano Menezes sabe o que está fazendo, ao escalar formações diferentes no Campeonato Mineiro, Primeira Liga e Copa do Brasil, a fim de não perder jogadores importantes neste início de temporada, o que prejudicaria a base da equipe.

Sobre o clássico de domingo entre Atlético e América, com 30 mil torcedores presentes no Mineirão, achei o jogo bom, disputado sem violência, onde brilhou a estrela do artilheiro Fred que, talvez, tenha feito a sua melhor partida desde que chegou ao clube, cercado de desconfiança de uma parte da torcida.

Fred fez a diferença, sobretudo, pela eficiência, pois teve quatro chances claras de gol e marcou três vezes, além de ter dado uma assistência para Maicosuel fazer o dele e fechar a goleada de 4 a 1.

O placar elástico não pode servir para encobrir falhas ainda visíveis na equipe, que está longe do time dos sonhos e do desejo da torcida, mas sem dúvida que há, sim, um crescimento no padrão tático idealizado pelo técnico Roger, ajudado pela qualidade do elenco, que é muito forte do meio para a frente.

Continuo achando que a diretoria alvinegra deveria buscar um armador - tem se falado muito no colombiano Quintero e em Alan Patrick, ex-Flamengo, dois bons jogadores -, mas a meu juízo há uma carência ainda maior de um volante do tipo “pegador”, para servir de opção e dividir responsabilidades com Elias e Rafael Carioca.

O time precisa também de um zagueiro para ser titular ao lado de Leonardo Silva, pois Gabriel é promissor, mas limitado e inexperiente, enquanto Erazzo, no máximo, serve para compor o elenco como um bom reserva. Com relação a goleiros e laterais o Atlético já está bem servido. Danilo, este sim, se transforma a cada jogo em uma grande promessa. Enfim, aos poucos, o Galo vai se arrumando e ficando pronto para a Libertadores.

A surpresa na 4ª rodada do Campeonato Mineiro, disputada neste fim de semana, foi o Tombense, que com um time bem arrumadinho, derrotou o Uberlândia no Parque do Sabiá e assumiu a quarta colocação do torneio, com 7 pontos ganhos, um a menos que a URT de Patos de Minas, ambos ocupando agora o G-4, que classifica para a semifinal da competição. Ainda é cedo para cravar previsões, pois até o Democrata/GV, que ainda não havia pontuado, se vencesse ontem à noite o Villa Nova, jogando em casa, pularia várias posições e sairia do último lugar na fila.

Dou inteira razão aos jogadores do Cruzeiro, que reclamaram muito do gramado em Patos de Minas. Mas a “madrasta” Federação Mineira, que em tese deveria fiscalizar, e porque não, ajudar os clubes do interior a fim de que pudessem cuidar melhor dos gramados em suas praças esportivas, finge-se de égua. Só não abre mão dos 10% de toda a verba dos direitos de transmissão da TV, além de cobrar dos clubes 10% de taxa por serviços (???) prestados em todos os jogos do campeonato e valores absurdos em forma de taxas de transferência de jogadores, registros etc, coisa e tal.

A FMF, e os clubes da capital, que recebem verbas polpudas da TV, são os únicos a obterem lucros significativos com esta deficitária e pífia competição estadual. Há dois anos a entidade até chegou a ensaiar uma ajuda aos clubes do interior, no sentido de melhorar a qualidade dos gramados, contratando uma empresa para orientá-los. Mas logo os clubes perceberam que era uma fria, pois a tal empresa não tinha capacitação técnica suficiente para diagnosticar e realizar os trabalhos de recuperação e manutenção, aumentando seus custos ainda mais.

De tudo o que vi até agora, só não leva bomba o gramado do Parque do Sabiá, em Uberlândia. Os demais, todos com nota zero, se encontram em estado lastimável, são verdadeiros “pastos”, como bem definiu o volante e capitão do Cruzeiro, Henrique, após o jogo de sábado em Patos de Minas. O mau resultado do time celeste não pode ser atribuído exclusivamente à má qualidade do gramado no Zama Maciel, mas, com certeza, esta deficiência foi fundamental para prejudicar o Cruzeiro.

O Atletiba, principal clássico paranaense, não aconteceu no último domingo porque os clubes não aceitaram a proposta da Rede Globo, que consideram uma “esmola”, e decidiram transmitir o clássico pelos seus respectivos canais na Internet. Então, a Federação Paranaense proibiu e os clubes, em sinal de protesto, resolveram não jogar.

A TV tem todo o direito de oferecer aquilo que acha que o produto vale; e os clubes, por sua vez, também têm o direito de não aceitar e fazer o que bem entenderem com a mercadoria que lhes pertence. O que não pode ser admitido, de maneira nenhuma, é o comportamento da Federação Paranaense, que deveria estar ao lado de seus filiados, mas ao contrário, faz o jogo que atende seus próprios interesses.

Tomara que a moda pegue e outros clubes, principalmente aqui nos nossos grotões, se unam, reajam, tomem tenência, como corajosamente fizeram no domingo os dois “grandes” da República do Paraná.(Fecha o pano!).
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