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13 de fevereiro, de 2017 | 17:28

Filme repetido

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Até mesmo quem não acompanha o dia a dia do noticiário esportivo, por diversas razões ou razões diversas, sabe perfeitamente que o Campeonato Mineiro não serve de parâmetro para medir o grau de preparação dos nossos três “grandes” – Atlético, América e Cruzeiro -, como ocorre agora neste início de temporada.

Mas não custa repetir que isto se dá muito em função da fragilidade dos times do interior, sem recursos suficientes, sem nenhuma criatividade dos dirigentes, sem categorias de base, clubes que entram na competição apenas com a cara e a coragem.

Então dá nisso aí, um filme repetido a cada rodada, como neste último fim de semana, quando o Cruzeiro foi a Juiz de Fora com a equipe considerada titular pelo técnico Mano Menezes e goleou o Tupi por 4 a 0, como se estivesse tomando picolé da mão de uma criança.

E o que fez a direção do Tupi? Só para variar, demitiu o treinador após o jogo, como se o coitado fosse o culpado sozinho da fragilidade da equipe. Até agora o Tupi somou apenas um ponto, ocupa a penúltima colocação e já está sujeito ao rebaixamento, ao lado do Democrata-GV, único ainda sem somar pontos na competição.

Anteontem, no Independência, o Atlético encontrou maior resistência do Uberlândia, mas venceu por 3 a 0, um placar que a gente costuma chamar de “mentiroso”, pois não correspondeu à realidade ou aquilo que se viu dentro de campo.
Um amigo da coluna, atleticano, mandou mensagem onde faz críticas ao novo estilo de jogo que o técnico do Atlético, Roger Machado, tenta implantar.

Achei condizente o apelido de “enceradeira” que ele deu ao esquema chamado por Roger de “apoiado”, pomposamente apoiado pela imprensa festiva da capital, mas que até agora não encantou a ninguém.

Sem criatividade, o Atlético esbarrou na marcação do Uberlândia, pecando pelo excesso de toques laterais, e só abriu o placar aos 31 do segundo tempo, depois que o preparo físico do Uberlândia acabou e, vendo que a “enceradeira” não funcionava, Roger voltou ao trivial e encheu o time de atacantes, usando o velho “chuveirinho” para fazer o resultado.

No caso do América, o Coelho vencia a veterana Caldense no péssimo gramado do “Ronaldão”, em Poços de Caldas, mas para não passar de liso, a defesa cochilou feio e sofreu o empate aos 46 do segundo tempo, esperando que o assoprador de apito fosse marcar um impedimento no lance. Final: 2 x 2. Uma coisa horrorosa.

A propalada “consistência” defensiva apregoada pelo técnico Roger e seu esquema “apoiado”, a meu juízo, ainda não pode ser avaliada, embora o time não tenha ainda levado gols nos três jogos disputados pelo Campeonato Mineiro.

Apesar da fragilidade, o Uberlândia conseguiu encaixar alguns contra-ataques no 1º tempo, explorando a antiga e sempre aberta “avenida” Marcos Rocha, expondo o veterano Leonardo Silva sozinho contra dois atacantes. Fosse um time grande, com jogadores rápidos e de melhor qualidade técnica, poderia ter tomado gols, como ocorreu no ano passado, quando foi uma das defesas mais vazadas do futebol brasileiro.

Depois do vexame com a eliminação no torneio Sul-Americano disputado no Equador, que tirou a seleção brasileira Sub-20 do próximo Mundial, o trabalho do técnico Rogério Micale vem recebendo críticas pesadas da imprensa nacional. O bairrismo do eixo Rio-SP faz com que tudo aquilo que não vem de lá seja ruim ou não preste. Agora eles estão dizendo que Micale só foi campeão olímpico porque o técnico Tite, na época, fez uma intervenção na seleção. É preciso separar as críticas fundamentadas da mera dor de cotovelo.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”. A frase de Millôr Fernandes passa longe da realidade vivida hoje na cobertura que a imprensa de BH, seja ela escrita, falada ou televisada, faz do nosso futebol tupiniquim e, neste momento, do Campeonato Mineiro. As manchetes de alguns dos principais jornais e sites esportivos, ontem, mostram porque a imprensa aqui dos nossos grotões é chamada de “amiga”.

“PASSOU POR CIMA - Galo atropela o Uberlândia e se mantém 100% no Mineiro 2017” (O Tempo); Rafael Moura marca primeiro gol pelo Galo e recebe elogio do ‘irmão’ Fred” (Hoje em Dia); “Atlético deslancha, supera Uberlândia no Horto e reassume liderança do Mineiro” ou “CRUZEIRO - Thiago Neves se empolga com Cruzeiro: ‘Ninguém vai segurar esse time’, do site Superesportes.

Tem ainda uma questão peculiar envolvendo o comentarista de uma emissora de rádio da capital mineira, e que por obra do destino tornou-se cunhado do atacante Fred, do Galo. O problema é que o dito cujo, sem demonstrar constrangimento algum, tem sido escalado constantemente para os jogos do Atlético, com o cunhado famoso em campo.

No jogo contra o Uberlândia não deu outra: ele escolheu Fred o “melhor em campo”, um deslize nepotista felizmente corrigido por seus colegas, que um tanto mais ajuizados e descompromissados, fizeram dele voto vencido e elegeram Danilo, que, de fato, foi quem sobressaiu em campo na vitória do Galo sobre o Uberlândia. (Fecha o pano!)
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