13 de fevereiro, de 2017 | 10:03

Um canto sem idade

Cantora mesquitense lança disco com músicas para acalentar

Edésio Ferreira/EM/D.A.PRESS
Maria Lucia Godoy, da bucólica Mesquita para encantar o mundoMaria Lucia Godoy, da bucólica Mesquita para encantar o mundo
Aos 92 anos, uma das maiores cantoras líricas brasileiras do século 20, a mesquitense Maria Lucia Godoy, decidiu gravar o disco Acalantos, tendo como tema as músicas para fazer as crianças dormirem, tais como “Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ Pega essa menina/ Que tem medo de careta”, escrita por Dorival Caymmi para a filha Nana.

O disco terá sete “cantiguinhas” criadas por ela, além de 14 acalantos de Claudio Santoro, César Guerra-Peixe, Vinicius de Moraes, Lorenzo Fernández e Paurilo Barroso, entre outros compositores.

“As crianças precisam conhecer e escutar músicas como essas. A garotada de hoje não ouve coisas de muita qualidade. Esse disco, que fiz com muito carinho, não é só para elas, mas para pessoas de qualquer idade”, ressalta Maria Lucia.

Com lançamento previsto para março e produzido pelo sobrinho da artista, Henrique Godoy, o álbum foi inspirado em um grande amigo dela, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012), a quem o projeto é dedicado.

Com arranjos dos compositores e instrumentistas mineiros Chico Amaral e Celso Moreira, o álbum traz a faixa Cantilena – O rei mandou me chamar, parceria de Joaquim Viana San-Martin e Heitor Villa-Lobos. Aliás, é da cantora mineira a gravação mais conhecida das Bachianas brasileiras nº 5, obra-prima do compositor carioca.

A ligação de Maria Lucia com o universo das crianças vem de longe. Durante dois anos ela deu aulas no jardim de infância da Escola Estadual Delfim Moreira, em Belo Horizonte, para onde se mudou ainda menina, vinda de Mesquita, no Vale do Aço. A soprano publicou cinco livros infantis, e os poemas musicados do CD Acalantos são de Ninguém reparou na primavera.

As primeiras lembranças musicais da artista vieram dos pais, Romeu e Maria (a dona Nenê), que adoravam cantar serestas. E praticamente todos os integrantes da família cantam ou tocam um instrumento.

“Papai tinha uma voz maravilhosa, de barítono. Ele e mamãe sempre me incentivaram, tanto que se mudaram de mala e cuia com os 12 filhos para o Rio de Janeiro, para que pudesse me aprimorar no canto.

Todo mundo aqui de casa gosta de música. O Madrigal (Renascentista, coral criado em 1956, em Belo Horizonte) sempre contou com os Godoy, sobretudo nos áureos tempos”, conclui Maria Lúcia Godoy.
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