12 de fevereiro, de 2017 | 10:00

Alterações no Minha Casa Minha Vida deverão aquecer mercado no Vale, dizem construtores

Um dos objetivos é criar uma agenda positiva para o setor da construção civil e estimular a retomada do mercado imobiliário

Arquivo DA
Com mudanças no Minha Casa Minha Vida, expectativa é que a construção gere mais empregos na regiãoCom mudanças no Minha Casa Minha Vida, expectativa é que a construção gere mais empregos na região
O governo federal anunciou, na semana que passou, alterações na faixa de renda atendida pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Foram incluídas famílias com renda mensal de até R$ 9 mil. Antes, o limite era até R$ 6,5 mil. Além disso, o valor máximo de venda do imóvel também subiu, de R$ 225 mil para R$ 240 mil.

O presidente Michel Temer, ao anunciar as mudanças, destacou que um dos objetivos é criar uma agenda positiva para o setor da construção civil e estimular a retomada do mercado imobiliário com a contratação, ainda este ano, de 600 mil novas unidades.

De acordo com as informações no site do Ministério das Cidades, a Faixa 1 manteve-se em R$ 1,8 mil o valor máximo, mas outras faixas de renda passaram por reajustes. Agora, para se enquadrar na Faixa 1,5 a renda total da família precisa ser de até R$ 2,6 mil, antes esse limite era de R$ 2,35 mil. Já na faixa 2, a renda será de até R$ 4 mil. Antes, era de R$ 3,6 mil. Na Faixa 3, o valor passa de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil. Na prática, houve um reajuste nos limites antigos de 7,69%, com base no Imposto Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Já as taxas de juros tiveram algumas mudanças: a faixa 1,5 possui juros de 5% ao ano, a faixa 2 continua entre 5,5 a 7% ao ano e a faixa 3 mantém em 8,16% para salários de R$ 4 mil a R$ 7 mil. E quem entrar a partir de agora na Faixa 3, pagará juros de 9,16% ao ano.

Repercussão
As medidas foram bem recebidas no setor da construção civil. Corretor de imóveis e coordenador de vendas, Waldecir Alves Nogueira acredita que essa mudança nos critérios de renda irá contribuir para o desenvolvimento de Ipatinga. “A expectativa é ótima, pois aquecerá o mercado de imóveis novos em nossa região, haja vista que hoje o teto máximo de financiamento imobiliário está em R$ 180.000”, salienta.

Para o corretor, os beneficiados com essa mudança serão as famílias de classe média, que possuem mais recursos para quitar as parcelas. Além disso, poderão também utilizar o programa com juros menores comparados com outras tabelas de financiamento imobiliário, como o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Tiago Araújo
Wallace Barreto explica como as mudanças do Minha Casa Minha Vida atingirão o mercado do Vale do AçoWallace Barreto explica como as mudanças do Minha Casa Minha Vida atingirão o mercado do Vale do Aço

Por sua vez, o construtor Wallace Barreto Simão afirma que esse é o momento ideal para quem quer comprar um imóvel. “Vai ter alguns clientes que vão ter 0% de entrada na faixa 1,5 e até no faixa 2. As condições agora mudaram para melhor para quem deseja obter um imóvel”, afirmou em entrevista ao Diário do Aço.

O construtor também comenta a alteração no subsídio do governo para a compra do imóvel. “Antes, a gente estava limitado ao Faixa 1 e ao Faixa 2, mas agora foi oficializada a Faixa 1,5. Então, o cliente que ganha até R$ 2,3 mil vai ser beneficiado para comprar com subsídio de até R$ 47 mil. Se um apartamento custar R$ 120 mil, pode ser que ele vai pagar R$ 75 mil”, explica.

Houve ainda alteração no subsídio da Faixa 2, que passou de R$ 27,5 mil para R$ 29 mil. Já a Faixa 3 possibilita o financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com taxas abaixo do mercado imobiliário.

Conforme o construtor, essa mudança realmente irá contribuir para o surgimento de novos empregos na região do Vale do Aço. “Devemos lançar um empreendimento que vai gerar 350 novos empregos. Como devem aparecer outros, a gente percebe que essa mudança no programa será um dos motivadores para gerar contratação de trabalhadores e desenvolvimento aqui na nossa região”, prevê Barreto.

Lei da RMVA só no papel

Em contrapartida, o construtor Wallace Barreto Simão lamenta que a área formada pelas quatro maiores cidades do Vale do Aço não seja reconhecida pelo governo, de fato, como uma Região Metropolitana, o que prejudica o desenvolvimento dos negócios imobiliários. Santana do Paraíso, Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo formam a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), criada pela Lei Complementar 51/98, de autoria do então deputado estadual Ivo José (PT). Entretanto, até hoje o órgãos do governo federal não a reconhecem para fins de definição de faixa de financiamento imobiliário. Na opinião do construtor, a população acaba prejudicada com isso. Ele explica essa situação: “As faixas de venda dos imóveis poderiam ser maiores e melhores se aqui fosse considerado, oficialmente, como uma Região Metropolitana. Só temos as mazelas e os prejuízos de uma Região Metropolitana, mas não temos os benefícios. As faixas do Minha Casa Minha Vida e as faixas de subsídio são reduzidas aqui. Além disso, tem quatro faixas de atuação de acordo com a cidade, sendo que era para ter só uma”, destaca o construtor.

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